Capítulo 18 – Mesmo se não for para ser, será!


 
                    Rio de Janeiro

 
A bela morena de cabelos cacheados passou pelo salão social onde acontecia o evento anual da empresa. A novidade da vez eram os sócios paulistanos presentes no importante evento.

“Que inferno!” – Ela parou em frente ao bar. “Como eu daria qualquer coisa para não estar aqui!

- Boa noite! Eu preciso de um Gin tônica com Morango, por favor? – Pediu Alexia, sentando-se no banco. Ao olhar para o lado esquerdo, viu uma figura conhecida, um pouco distante. O barman seguiu o seu olhar.

– Esse aí começou a beber no início da festa e não parou até agora. Certeza que o motivo é mulher.

- Essa noite realmente não poderia ser pior. – Alexia bufou, com raiva. O barman entregou a bebida dela alguns minutos depois. A prima de Ander se viu moralmente obrigada a cumprimentar o futuro marido de sua melhor amiga. – E aí!

Bruno levantou a cabeça, completamente bêbado e encarou a morena ao seu lado.

- Ah, é você. – Ele bebericou um gole de cerveja.

- Sim, sou eu. – Ela se sentou ao lado de Bruno. – Tudo bem? - Lexi cruzou as pernas, elegantemente.

- Tudo ótimo.

- Mesmo? Você está com uma cara horrível.

- Estou sem óculos.

- Deve ser por isso. – Alexia sorriu, tentando suavizar o momento. Bruno deu um longo suspiro.

- Olha, Alexia. Eu sei que você não gosta de mim e isso é recíproco, mas não acho necessário esse diálogo sem pé nem cabeça só porque me viu aqui. Não sei se foi a Lana que pediu, mas não é necessário.

A resposta dele não a surpreendeu. Sabia que a última e calorosa discussão que tiveram resultaria nisso.

- Não foi a Lana. Faz alguns dias que não converso com ela. – A expressão de Bruno fechou na mesma hora.

- É claro que não foi ela. – Murmurou, com amargura. – Eu nem sei mais o que minha futura mulher sente por mim.

Alexia respirou fundo depois bebeu um grande gole de sua bebida. No momento, não sabia se o sentimento que tinha por Bruno era de culpa ou não.

- A última vez que liguei para Lana tive a leve impressão que ela estava ocupada demais. – O estômago da garota girou. Sabia que Lana agora praticamente morava com o primo. – Ocupada demais mesmo...

- Bruno, eu...

- Ela nunca disse que me ama esse tempo todo que estamos juntos. Lana já disse que gosta demais de mim, mas nunca disse que me ama. – Ele riu de suas próprias palavras. – Bom, talvez ela simplesmente não me ame mesmo. – Bruno a olhou de soslaio. – O que eu faço?

Eles se olharam por um tempo, mas Alexia não tinha muito a dizer. Ela sentiu pena de Bruno. E dessa vez, a pena era realmente genuína. Sempre soube que Ander e Lana precisavam se resolver, mas agora, conversando com Bruno, viu como ele era uma vítima do amor desenfreado entre a amiga e o primo.

- Eu acho que... – Ela desviou o olhar, mirando agora o copo de sua bebida. – Vocês precisam conversar.

Na sua cabeça vieram imagens de Lana e Ander juntos, de como os dois viviam em um universo tão particular que não notavam como as pessoas envolvidas na história também já sofriam com suas escolhas.

- É o que vou fazer, mas não agora. – Ele se levantou, trôpego e estendeu a mão para Alexia.

- O que é isso?

- Dança comigo, por favor?

- Eu não danço.

- Eu também não, mas estou com vontade. – Alexia revirou os olhos, sorrindo e aceitou o convite.

Talvez fosse o álcool, mas Alexia achou estranhamente divertido dançar com Bruno. Quando o som trocou para algo mais íntimo, ele a puxou para seus braços. A atmosfera tornou-se diferente.

Alexia viu quando Bruno uniu as mãos deles. Ela acompanhou o seu olhar e sorriu, sem saber exatamente o motivo do sorriso.

“Eu estou bêbada.” – Tentou se tranquilizar. “Estou gostando desse contato por estar bêbada. Nada mais.”

- Eu acho que bêbado danço melhor que sóbrio. – Comentou, no ouvido dela. – Lana daria muito risada me vend.. – E parou de falar, de repente, apertando a parceira de dança em seus braços. – Isso não importa agora.

- Está tudo bem, Bruno. – Alexia tocou o rosto dele, que aceitou o toque.

- Eu não sei se está, mas vai ficar... – O olhar dos dois se encontraram novamente. Bruno mirou os lábios dela, e Alexia notou o que acontecia. Ele apertou a cintura dela mais uma vez, sentindo uma estranha satisfação com o contato físico. – Sabe... Você não é tão má como demonstra.

- Sou sim, mas estou bêbada. Por isso estou sendo agradável com você.

- Só por isso? - A pergunta era galante e desinibida. 

- Sim.

Bruno encostou os lábios na bochecha de Alexia, que automaticamente fechou os olhos, curtindo o momento. O beijo quase veio, mas o lado racional da prima de Ander falou mais alto e ela virou o rosto como se nada acontecesse entre os dois.

Dançaram e riram por horas. Alexia se viu encantada pela pessoa que Bruno se mostrou longe do relacionamento com Lana. Até esqueceram do quanto não se gostavam.

No final da noite os dois pararam no hotel em que Bruno se hospedara.

- Você não precisava ter vindo comigo, Alexia. Estou bem. – Bruno murmurou, quando passaram pela porta.

- Você deu em cima do motorista do táxi, Bruno. – Ela disse, rindo ao lembrar da cena.

- Para! Eu só fui educado. Disse que ele tem o cabelo muito bonito.

- Preciso ir ao banheiro...

- É ali, segunda porta a esquerda.

Bruno acompanhou Alexia com o olhar e depois sentou-se no sofá, sentindo-se mentalmente cansado. Tirou o celular do bolso e olhou a foto de Lana no plano de fundo. Na foto, os cabelos cor de chocolate voavam com o vento de uma tarde passada no parque do Ibirapuera. Ele respirou fundo, mas não engoliu a vontade de chorar. Não era a favor disso. Bruno sentia e não sentia pouco.

- Ei... – Alexia sentou-se do lado dele e o abraçou ternamente. – Vem aqui... Vai ficar tudo bem.

- Não vai. – Ele escondeu a mão no rosto. – Eu sei que estou perdendo a Lana e não sei como evitar isso.

Alexia colocou o celular de Bruno no criado-mudo e voltou a abraça-lo. Ele aceitou o abraço e a atmosfera simplesmente tornou-se muito particular.

Não tinha o menor sentido, mas precisava acontecer. Os dois sabiam disso.

A mão dele passou por sua cintura, a puxando para os seus braços. Ele fungou alto e Alexia limpou suas lágrimas com toda a sensibilidade que jurou nunca ter por alguém como Bruno Medeiros.

Alexia ajeitou as pernas no mesmo tempo em que Bruno passava as unhas por suas costas. Começou com um beijo na testa, parando na ponta do nariz. Era leve.

Eles se olharam mais uma vez. Havia permissão, desejo e curiosidade. O beijo começou lento, extremamente explorador e depois foi tomando uma proporção quente, mas ao mesmo tempo acalentadora e necessária.

Bruno segurou o rosto de Alexia, entregando-se a maciez dos lábios da garota.
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Lentamente baixou a alça da blusa de Alexia, até deixar os seios a mostra. Por trás da fechada de durona, Bruno descobriu uma mulher sensual e quente. Ela respirou fundo, trêmula e fechou os olhos. O primeiro toque dele em seus mamilos a fez gemer, baixinho. Ele a abraçou pela cintura, com força e foi puxado para mais um beijo.

Quando Alexia ajudou Bruno a tirar sua saia, não havia mais tempo para pensar no que aconteceria ali. 

Eles se entregaram a um profundo e repentino desejo sexual. Era impossível de ser explicado, mas precisava acontecer.

E aconteceu.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 31/01/2021
Reeditado em 19/01/2024
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