O SAPO CINZA E A RÃ ZINZA

Eles não eram conhecidos de longas chuvas. Rã Zinza chegou àquela pedra primeiro e depois, bem depois veio o Sapo Cinza. Não se reconheceriam também antes, quando ainda eram girinos. Eram de espécies diferentes e o convívio faria deles, naqueles encontros no mesmo raio de sol, bons amigos. Uma pedra funcionava como uma ilha e ponto de encontro.

- Quem é aquele que vem flutuando em uma folha de vitória-régia, ao sabor da corrente, e de um salto desembarca na pedra?

Sim, ele mesmo, o Sapo Cinza.

- Olá!

Coaxou a saudação em devoniano. A Rã Zinza não esperava ter que dividir seu território com outros e respondeu à saudação, a contragosto.

Chuva e sol sincronizaram as agendas dos dois e não estranhavam-se.

Quando já estavam mais íntimos...

-Você ainda acredita em encantos e em um dia virar princesa?!

Perguntou um dia o Sapo Cinza para a Rã Zinza.

Ela logo retrucou:

- Com quem você tem andado ou que livros você anda lendo?! Isto parece fake news.

- Encontrei um livro para crianças humanas na biblioteca. A evolução das espécies é por eles ignorada em toda a educação inicial, pude concluir.

- Vocês, os sapo sapiens, devemos ler estas histórias com a ajuda da ciência.

De outra feita Zinza questionava seu amigo:

- Porquê você, quando adoça seu café, gira a colher para a esquerda?

...

A terminar.

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 11/07/2020
Reeditado em 29/07/2020
Código do texto: T7002655
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