Rua nove ,primeiras aventuras / Segunda parte.

- Segunda Parte:

-O sítio

Edu acordou bem cedo naquela Sábado, estava eufórico a turma todo iria passear no sítio do Leo que ficava no interior, eles sempre passavam fins de semana naquele sítio. Edu amava a natureza e sempre que o Leo convidava a turma toda para ir se divertir lá era uma festa. Naquela manhã, ele estava preocupado pois chovia e fazia um pouco de frio o que começava a melar o passeio, olhou pela janela e depois abriu a porta e se deslocou até a área externa da casa, da varanda ouviu o barulho da chuva que caia fina como um véu de noiva, as gotas de água caiam e deslizavam pelas folhas das árvores, aquela cena trazia paz e tranquilidade para o menino que observava e compreendia os sons da natureza com singeleza.

Foi bruscamente interrompido pelo som de alguém chamando pelo seu nome.Edu! Edu! O som ecoava do lado direito de seu muro, era o Saulo seu vizinho que com o guarda-chuva na mãos sofria para não se molhar. Será que não vai parar de chover? Perguntou o menino todo molhado.

– Edu meio sem graça respondeu:

- Sei não!

- Sabe que horas ele combinou de sair Edu? – Depois das 13 horas, segundo o Triguinho. Já sei vou passar um watts para ele e depois envio para você o que ele respondeu. Blz!

- Ótimo! Respondeu Edu, agora saia dessa chuva antes que você fique gripado.

- Perto do almoço a chuva havia parado de cair e o céu esboçava um sol bem tímido, o frio permanecia mas era o prelúdio de que o dia iria ser salvo o que animou o menino, as 12 horas recebeu a mensagem do amigo, ficou combinado que todos sairiam em frente da casa do Leo, as 13:30. Iriam de bicicleta, o sítio ficava cerca de dois quilômetros de distância dali. Os pais do Leo já estava lá desde a manhã pois tinha que arrumar tudo para o fim de semana, já os pais dos outros colegas iriam somente no domingo por causa do trabalho. As 13;30, todos se reuniram em frente da casa, com suas mochilas cheias de coisas algumas necessárias, outras porem de pouco uso para aquela aventura. Descer para o sitio era para os meninos um momento único, eles esperavam todo mês por esse agrado dos pais de Leo, naquele dia chegariam ao sitio e iriam direto para o rio para se refrescar, depois teria a sessão café da tarde com muitas guloseimas entre ela:

- Queijo, salame, torresmo, pão caseiro e leite quente tirado na hora da vaquinha malhada. Tudo era muito gostoso e saboroso e o mais entusiasmado era Saulo que sempre comia mais do que precisava.

- Saulo sempre esperava por essas coisas fresquinhas pois dizia:

-Na cidade não temos essas coisas naturais e gostosas! Duvido que um mercado venda coisas assim! A turma toda caia em risos e a tarde passava como um raio, a noite se reuniam na varanda da casa logo após o banho para ouvir o pai de Leo tocar violão e cantar músicas variadas, enquanto sua mãe e sua irmã preparavam uma sopa bem quentinha de galinha com legumes, depois do jantar tinha a sessão cinema que sempre acabava em confusão pois todos queria escolher seus tipo de filme preferido. Contudo os meninos aproveitavam o sábado como prévia do domingo pois era por esse dia que todos esperavam, pois a casa ficava cheia de gente, entre os que vinham estava o Marcelo o novo amigo e sua namorada a Rita, que era professora de artes da escola. Outros colegas da classe e da escola também desciam para jogar vôlei, o jogo acontecia a tarde na grama onde as vacas ficavam durante a semana. Era uma festa! Logo nos primeiros raios de sol Triguinho já levantava e ninguém mais conseguia dormir com o barulho do menino, uma sequência de travesseiros e chinelos voavam pela sala onde os meninos dormiam.

A casa virava de cabeça para baixo e logo a mãe e o pai de Leo levantavam e entravam na folia, depois o café era feito e servido ,cada um dos meninos reagia aquele momento de uma maneira, Edu como era o mais sensível e observador logo escutava os pássaros que cantavam alegremente a chegada do sol com seus raios iluminando o lugar , aquilo enchia seu coração de alegria e ao ver a alegria de seus amigos e da casa toda, ele ficava em paz, sabia que aqueles eram momento inesquecíveis para toda a turma. Triguinho era pura energia, falava e gesticulava o tempo todo, seus olhos sempre estavam esbugalhados, ele era a pura alegria! Saulo sempre tranquilo e coerente agia com naturalidade e paciência sem dúvida ele era o mais maduro da turma, por fim, Leo seguia os passos de Triguinho e também não conseguia segurar sua alegria de poder receber todos seus amigos naquele lugar. O que ficava no fim era que sem dúvida aqueles momentos eram únicos, eternos! Coisas que vivemos na infância que somente depois de muitos anos e que conseguimos mensurar e perceber como foram marcantes na nossa vida.

O dia terminava com a certeza de que valia a pena ficar ali e um misto de saudade e certeza de que o retorno seria melhor ainda, ficava estampada na cara dos meninos essa certeza. Para retornar para casa todos voltam de bike isso dava um misto de a que a aventura não terminava ali, de forma especial naquele dia a bicicleta do Leo teve um dos pneus furados e como era de costume a turma todo parou e continuo o retorno a pé, já que o anfitrião não conseguia pedalar ,chegaram com algumas horas de atraso em casa o que gerou nos pais um pouco de apreensão ,mas tudo foi resolvido com muita conversa , em fim era hora de dormir e sonhar com os próximos passeios no sítio , pois na segunda feira já tinha aula e todos estavam ansiosos para comentar na escola sobre aquele belo fim de semana.

Pereira de Melo

Pereira de Melo
Enviado por Pereira de Melo em 12/06/2020
Reeditado em 17/06/2020
Código do texto: T6975356
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