A Cidade dos Corvos - A Ascensão do Trono : Cap 2 : " O Plano."
Todos estávamos dentro do carro, o meu coração estava acelerado, eu sei que festa a gente deveria ficar animado, mas não conseguia afastar os pensamentos de que, lá tem o lago, e geralmete lagos me perseguem….
me perseguem não…..me chamam.
Minha mãe olhando para frente,esticou as mãos para trás para mim, e eu estava trêmulo,a última vez que eu sentira medo na vida foi há muito tempo atrás e eu não estava preparado para sentir esse medo todo. Minha mãe observando o meu rosto tenso me perguntou:
-Filho….você está bem? - ela me olhou preocupada.
Eu não sabia o que dizer.
-Você quer parar? - falou ela olhando.
eu neguei com a cabeça. não iria estragar a festa e nem a viagem. respirei fundo, e então, tentei mentalizar o lado bom daquilo tudo. Será que existe lado bom?, deve haver. não é possível.
O dia estava lindo, típico de um dia de verão, daqueles que a gente toma vários banhos, e a tarde fazemos uma limonada bem gelada, e na sobremesa tomamos um belo pote de sorvete. Eu não sabia explicar, mas alguma coisa iria acontecer esta noite, e eu não estava gostando nada daquilo, essa sensação de querer voltar e chorar eu já havia sentido antes, mas eu não podia, era Jenny que estávamos falando, a MINHA Jenny, seria mancada deixar ela de lado, eu não iria desistir. Afinal, seja lá o que for, eu era um Porta-Voz, e não desistiria assim tão fácil. respirei fundo, e então, olhei para a janela, o sol estava nascendo, e os pássaros piando, e de repente, eu me lembrei do meu avô, ele tinha um rancho no Texas, e apesar da distância, sempre que podíamos íamos lá, meu avô era tudo para mim,era uma verdadeira referência, senti muito quando ele faleceu, lembro que ajoelhava na cama e pedia para o “ Papai do céu” proteger ele do fogo do capeta, e honestamente, hoje vejo isso uma bobeira. Sei que seja lá o que fosse que regia tudo, ele estava em um bom lugar. Pelo menos, era o que eu espera.
Fred passou por uma lambada, me despertando da realidade, ele me olhou pelo espelho retrovisor e deu uma piscadela e eu sorri fraquinho e pisquei de volta, mas a animação era zero. Após alguns minutos longos, nós finalmente chegamos, a fazenda era grande, e coberta por cercados pintados de branco,havia música e vozes de pessoas, havia várias bexigas, e no lago, havia algumas bóias de piscina, eu engoli a seco. Fred olhando para mim disse:
- Tudo bem amigão?, Quer um calmante? - Falou ele falando para mim preocupado.
-Eu estou bem, qualquer coisa eu peço. - Falei suspirando.
Minha mãe e Fred e eu abrimos a porta do carro juntos, Fred esticou as pernas, e minha mãe bocejou um pouco, e na nossa direção veio um Golden, grande e cheio de pelos, latindo muito alto, era Zack, o cão guia do avô de Jenny,ele pulou em cima de mim, e então, eu fiz um carinho na cabeça dele, e ele lambeu o meu rosto, eu sorri e pela primeira vez, me senti em paz. Eu já havia ido na fazenda uma vez, há muito tempo, o avô de Jenny fez um acampadentro nas férias, e sinceramente, tinha sido muito legal, fizemos até uma fogueira com marshmallows e Jenny simplesmente, contou as piores histórias de terror. De dentro da casa, ouvi uma voz muito familiar, Jenny. Ela estava com uma blusa xadrez, igualzinha a minha, tranças nos dois lados do cabelo, e um chapéu de palha na cabeça, totalmente diferente daquela Jenny que eu havia conhecido que usava Jeans rasgado, e uma blusa de ET. Ela abriu um enorme sorriso para mim, e ela correndo vinha na minha direção:
-TOM!!!!!!!!!!!! - Ela veio sorrindo para mim - Que bom que você chegou!!!!...Venha, Bart e Fábio já chegaram. - ela me puxou pela mão e Fred pigarreou e limpou a garganta, Jenny olhou para ele rapidamente, e então vermelha disse: - Ahn…. Olá Fred, Olá Sra Rivers…. Fico feliz que vocês tenham chegado também, minha mãe está lá dentro e o meu pai está com os homens na varanda, o Sr pode ir com eles. - Falou Jenny gentilmente.
Fred sorriu para ela e minha mãe também.
-Feliz Aniversário Minha Querida.- minha mãe abraçou Jenny e cochichou em seu ouvido: - Seu presente está no carro. - sorriu ela.
Fred apertou o botão do controle e o carro destravou, Jenny foi correndo abrir as portas do carro, e pegou o presente e falou surpresa:
-Gente! que enorme! Tom o que você andou aprontando? - sorri e Jenny corou. E foi logo me puxando, me deixando longe dos meus pais por toda a festa.
Após cumprimentar todos os convidados,Jenny me puxou finalmente para o quarto onde todos estavam, Bart e Fábio vibraram quando eu entrei no quarto. Não havia mais ninguém, mas não porque Jenny era anti social, mas porque Jenny não confiava em ninguém. E sinceramente, eu não julgo ela por isso,faria o mesmo se eu fosse ela. O quarto de Jenny era o maior da casa,e não estava surpreso por causa disso,mas do fato de estar exatamente igual ao de sempre. Bart me observando atentamente,falou:
- Cara você está bem?! - Perguntou ele preocupado.
-É cara….você está pálido. Está passando bem? - falou Fábio preocupado.
- Só estou meio tonto...Preciso sentar. - Me joguei na cama de Jenny.
As vozes ficaram altas, ouvi elas me chamando, a visão ficou turva, minha cabeça doía.
”Tom….nos salve! “
“-Ajude-nos!! Precisamos de você!”
“- TOOM!...me ajude!...Sei que pode me ouvir Tom. Sou eu Beto!..Garotão Preciso de você!...Sei que você pode me ouvir!...Me ajude! “
Todas as comunicações era uma súplica, e eu estava totalmente preocupado com a última, Betto corria perigo, e eu não podia ajudá-lo com nada. Meu coração descompassou, e eu não sabia mais onde que eu estava, precisava falar com Betto ou Lindsay urgentemente, eu precisava de respostas. Precisava de Louise agora falando comigo, mas fazia meses que ninguém entrava em contato comigo, o que me deixava furioso, porque eu também fazia parte daquilo tudo. Depois de passar mal, a raiva de ser esquecido afastou de longe da minha realidade, e só retornei com Jenny me chacoalhando,com cara de pânico.
-Tom??!...Você está bem?. Quer que eu chame sua mãe? - falou ela preocupada.
-Eu….e-stou bem...não precisa chamar. - eu sentei tenso.
-O que aconteceu?....-Perguntou Jenny com um olhar assustada.
-Vozes….Estou ouvindo vozes,pedindo socorro…- eu engoli a seco. - E uma delas, era a de Betto, pedindo ajuda, suplicando na verdade. - eu suspirei ao pensar em Betto preso.
Jenny colocou a mão na boca, eu havia contado sobre tudo que se passou em Ravens City, era a melhor pessoa para se guardar um segredo como esse,não que os meninos não fossem, mas meninas tendem a guardar segredos como se fossem as suas vidas,e Jenny era desse tipo de garota, uma vez, ela havia guardado um segredo da nossa professora de ciências, que estava fumando no banheiro feminino, a professora quase morreu engasgada com o cigarro. Meninas sempre vão guardar os seus segredos, independente de qualquer coisa,elas sempre vão guardar segredo. Quando Jenny tirou a mão da boca,ela disse:
-Não tem nada que podemos fazer? - perguntou ela.
-Não… Só se...Me jogarem no lago. - falei olhando para os três.
Fabio rapidamente disse:
-Cara você quase morreu nessa porcaria de lago! - falou ele assustado.
-É cara...Voltar seria suicídio!- falou Bart olhando para Jeny procurando reforços.
Jenny levantou, e suspirando disse:
-Quando todos forem embora. - falou Jenny e eu sorri aliviado.
Ela realmente estava me apoiando…