A Cidade dos Corvos - O Peso das Almas

-Muito bem Tom, o nosso objetivo é controlar as emoções sabe?!, você não é bem dizemos um Super-Homem, mas, tem uma magia dentro de você que vai te ajudar muito nessa missão absurda. Com ela, você vai conseguir suportar, lógico, com as poções que James te deu,mas é necessário um controle absurdo para isso. Lembrando que, eu preciso de você,Ravens City também,então se liga e faz direito!. Vamos lá, é o seguinte:Pega a poção "Rochellos", ela tem um potinho transparente. - falou Lindsay me observando.

Eu abri a mochila e fui tirando cada vidrinho e colocando um do lado do outro até encontrar o "Rochellos.", E quando achei, ela prosseguiu a explicação.

-Em cada líquido como esse, você vai precisar de uma medida, e a medida está na tampa do vidro, só vai beber apenas a quantidade que está na tampa garoto. Nem mais, e nem menos. Agora, abra e beba. - falou ela.

Eu olhei para o vidro,e não me senti confortável, para mim alguma coisa iria acontecer comigo, sei lá, talvez…….vomitar?.....Explodir?.....cair durinho no chão?..... Tudo era possível nessa cidade maluca.

-E o que vai acontecer comigo?!-olhei intrigada para ela.

-Ela é uma poção de força Tom, vai receber nada mais e nada menos do que isso. Não precisa se preocupar, agora, beba logo. - falou ela irritada.

Eu abri a tampa do frasco, cheirei e o cheiro parecia algo forte, um cheiro de água do mar, salgada, e de repente, o cheiro de transformou em enxofre e eu me assustei:

-Isso aqui vai me matar! Você tem noção do que isso?! Tem cheiro de mofo e fogo! Escuta aqui…..-fui interrompido.

-Escuta aqui você garoto! James pode ser maluco, pirado, louco, mas nunca, em séculos de existência desse grosso e estúpido ele matou alguém. Agora, deixa de ser marica e faz logo! -falou Lindsay ligeiramente brava.

Dei de ombros.

O mínimo que podia acontecer era eu morrer e vir para cá.

Virei o líquido verde no marcado da tampinha branca, e virei tudo de uma vez achando que mudaria alguma coisa fazendo isso.

Meu estômago se mexeu, um embrulho parecendo que eu ia vomitar, mas eu não ia, e depois dessa sensação estranha, eu me senti forte, capaz de mover uma montanha com os meus braços e quando olhei para Lindsay que estava me olhando com um olhar intrigante, ela sorriu para mim e disse:

-É bom não é?! Essa sensação de força, poderio, não se preocupar, o enjôo passa logo logo. -falou ela. - como se sente exatamente? - perguntou ela.

-Forte. Essa sensação é estranha….parece que posso quebrar qualquer coisa com as minhas mãos. -falei olhando para a tal.

-Ótimo. Agora, você vai fazer um favor para mim Tom, Vai quebrar a prateleira. - falou ela apontando para a prateleira de madeira pesada.

-Só isso?! -falei rindo. - isso é moleza. -falei com desdém.

-Eu ainda não acabei Tom, você não vai apenas quebrar a prateleira, você irá levar para outro lugar e depois quebrá-la. - falou Lindsay sorrindo.

-Que lugar?! -perguntei olhando para ela sem entender nada.

Ela sorriu, foi até uma outra prateleira, pegou uma corda de aço,amarrou na minha cintura, e prendeu na prateleira e por fim disse:

-Vai pegar a prateleira, e vai levar até aquela árvore. - ela apontou para frente.

-Mas pra que isso?! Não é mais fácil quebrar e os pedaços levar até a árvore?! Eu sou forte, posso fazer isso. Puxar a prateleira vai dar mais trabalho e será mais cansativo. - falei sem entender.

-Esse é o ponto Tom, entre fazer a coisa lógica, e fazer a coisa certa, é diferente. Nem sempre a lógica vai te ajudar, sua lógica não vai te ajudar com o peso dessas prateleiras, sua lógica não vai te ajudar a salvar a alma daquela menina. - Lindsay foi atrás da prateleira e empurrou para cima de mim e no instinto eu segurei rapidamente de qualquer jeito.

-Isso não vale! Eu não estava preparado para isso. Você deveria ter me avisado! - falei segurando o peso.

-Ué você não é forte?! Tem força agora. Pode muito bem segurar! - falou ela sendo irônica. -agora, cumpra com a sua missão de hoje. - falou ela colocando mais uns livros dentro.

-Porque está colocando os livros?! -questionei.

-Imagina que, cada um desses livros, cada partícula de madeira que tem aqui seja o peso das almas juntas….cada….. - ela colocou mais um livro -........um…… -ela colocou mais outro-..... desses….. - falou ela colocando mais um.

-Para….!....isso não é justo…..eu não consigo….não estou conseguindo….. segurar…..! - falei respirando com dificuldade.

Até mesmo com a ajuda da poção, estava difícil segurar, parecia que o peso do mundo inteiro estava nas minhas costas, e os livros, eram grossos e pesados e de repente, eu cedi. Pode parecer maluquice, pode parecer fraqueza, mas cada livro daquele, cada peso que ela colocava, era quase impossível de carregar. E as madeiras da prateleira,eram pesadas e grossas, e os livros tinham capas duras. Eu não consegui suportar….. não consegui aguentar … não conseguia, eu estava no chão, com o peso da prateleira e dos livros e senti a presença de Lindsay levantando a prateleira e me ajudando a levantar.

-A força Tom, vai mais além do que poção, do que coragem, do que destreza. Vai muito mais além do que suportar, do que aguentar, do que conseguir. A força Tom, ela vem através de muito suor, através de muitas lágrimas,dor,gritos... Ser porta-voz Tom, vai exigir de você não somente força, mas também equilíbrio e sabedoria. Cada livro desse, é uma alma, esse peso é apenas uma amostra do que seria essa sua missão. Carregar um fardo enorme nas suas costas, carregar um peso que talvez você ache que não conseguiria suportar. Não é apenas libertar, você acha que libertando não sentirá o peso, mas sentirá. Acha que não precisa da força para isso, apenas para lutar, mas precisa sim. Precisa de resistência.- falou Lindsay - agora,levanta e tenta de novo. - falou ela.

-Mas eu estou cansado. Deixa eu descansar um pouco e…. - ela me interrompeu.

-Tom, levanta e vamos de novo. - falou ela.

Eu realmente estava morto, e nem parecia que eu estava com poção alguma, apenas parecia que eu tinha apenas as minhas próprias forças.

-Vamos Tom! Levanta! -falou ela enquanto eu estava respirando cansado e ela foi empurrando o móvel para o lugar onde estava.

Passei horas e horas tentando puxar a porcaria daquela prateleira enquanto Lindsay colocava dentro livros e mais livros, tão injusto…. E essa poção não ajudou nada. Deitado depois de um dia cansativo, não consegui levantar para jantar, se todas as almas pesasse aquele peso, eu não quero mais essa missão idiota!.....não quero libertar mais ninguém.

Thatty Santos
Enviado por Thatty Santos em 13/12/2019
Código do texto: T6818286
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.