Valorização da Vida! Considerações sobre o Suicídio e cutting. Curso EFAP 2019

Um poemeto a você:

Como colibri,

você do céu é também jasmim.

Se navegar, à Ásia a encontrarei entre sedas e cetim.

Mas, em Minas, e o doce alecrim.

E no céu, entre anjos, espero contemplar

ao lado da Virgem Maria e anjos a cantarmos flautim.

E viver a vida e sofrer um tanto,

cada um a um canto tem uma gota de perfume

com desejo de curar-se da dor enfim.

E no céu, as lagrima se vão e não haverá dor assim!

J B Pereira

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PREVENÇÃO A MUTILAÇÃO, BULLYINNG, SUICÍDIO

14 perguntas e respostas sobre setembro amarelo, suicídio e saúde mental na escola

Entenda porque as discussões sobre suicídio se intensificam nessa época do ano e o que a escola tem a ver com isso

POR:

Laís Semis

09 de Setembro | 2019

https://novaescola.org.br/conteudo/18301/14-perguntas-e-respostas-sobre-setembro-amarelo-suicidio-e-saude-mental-na-escola

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Pesquisa

Esta pesquisa foi elaborada com o objetivo de obter sua opinião sobre o percurso Valorização da vida: Considerações sobre o suicídio.

Acesse o arquivo a seguir e responda à pesquisa.

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73#section-2

https://novaescola.org.br/conteudo/18321/quando-um-suicidio-acontece-na-escola

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Relatório Setembro Amarelo ATPC

A SEDUC-SP compartilhou orientações e informações referente à Campanha “Setembro Amarelo” e cada Unidade Escolar e Regionais puderem desenvolver atividades com foco na prevenção ao suicídio conforme a necessidade e realidade da sua comunidade local. Compartilhe suas experiências e considerações.

Relatório Setembro Amarelo ATPC

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73#section-2

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Ligue AGORA E PEÇA AJUDA:

ONDE BUSCAR AJUDA?

CVV – Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)

Atendimento psicológico gratuito em São Paulo

CAPS, UBS, UPA 24 horas e Hospitais da sua região

SAMU 192

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Como posso saber mais sobre setembro amarelo, suicídio e automutilação?

Devido ao crescimento de suicídios entre crianças e jovens em idade escolar, NOVA ESCOLA e NOVA ESCOLA GESTÃO têm acompanhado mais de perto esse tema nos últimos três anos. Em nossos sites, você pode encontrar uma série de conteúdos que podem te auxiliar no entendimento do tema e inspirar ideias de ações para sua escola:

LEIA MAIS

Quem tem medo de falar de suicídio na escola?

Suicídio: o que a escola pode fazer?

“O suicídio é uma forma desesperada de construir um sujeito”

A escola que enfrentou o tabu do suicídio

O que é o Setembro Amarelo e por que devemos falar dele nas escolas?

Por que precisamos falar sobre Setembro Amarelo e suicídio na escola?

Setembro Amarelo: 15 conteúdos que incentivam a prevenção ao suicídio

Quando a ameaça é invisível

O que é e como lidar com a automutilação na escola

Cutting: como lidar com uma criança que se automutila

5 ações para promover a saúde mental na escola

Saúde mental na escola: por que cuidar dela

Saúde mental na escola: faltam parcerias e políticas públicas

https://novaescola.org.br/conteudo/18301/14-perguntas-e-respostas-sobre-setembro-amarelo-suicidio-e-saude-mental-na-escola#

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Relatório Dia D – Setembro Amarelo

A SEDUC-SP compartilhou orientações e informações referente à Campanha “Setembro Amarelo” e cada Unidade Escolar e Regionais puderem desenvolver atividades com foco na prevenção ao suicídio conforme a necessidade e realidade da sua comunidade local. Compartilhe suas experiências e considerações.

Relatório Setembro Amarelo Dia D

Comunidade virtual - Relatório dia DFórum

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73#section-2

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ESCOLA: COMUNICAR À FAMÍLIA CASOS E DIFICULDADES DOS AUNOS

ESCOLA ONDE A VIDA DOS ALUNOS ACONTECE!

Promova rodas de conversa que encorajem a livre expressão dos sentimentos de luto, possibilitando que cada um, à sua maneira, fale sobre o assunto. Há diferentes formas de manifestar emoções, portanto esteja aberto aos que verbalizam tudo o que estão sentindo, aos que não conseguem colocar em palavras e até mesmo aos que usam o humor. Os adultos responsáveis podem ajudar a ampliar as emoções para além de "triste" ou "bravo", pontuando inclusive a existência de sintomas físicos que acompanham as nossas emoções mais difíceis, como insônia, irritabilidade e cansaço.

Meu aluno está se cortando. E agora?

Segundo o Centro de Referências para Prevenção do Suicídio, caso as dificuldades pelas quais a pessoa que cometeu suicídio estava passando venham à tona em uma conversa individual com um amigo, não tenha medo de conversar sobre elas. Isso evita que o suicídio seja visto como uma forma efetiva de cuidar da dor emocional e amplia o sentido individual que teve para aquela pessoa.

Ana Carolina C D'Agostini é psicóloga e pedagoga com formação pela PUC-SP, especialização em psicologia pela Universidade Federal de São Paulo e mestre em Psicologia da Educação pela Columbia University. Trabalha com projetos em competências socioemocionais e é consultora do projeto de Saúde Emocional da Nova Escola.

https://novaescola.org.br/conteudo/18321/quando-um-suicidio-acontece-na-escola

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Ir ao psiquiatra, apoio emergencial da família

convite a oração

recurso protetivo da comunidade contra o suicidio e postos de saúde

Santa Terezinha é das Rosas do Paraíso mais perfumadas, ao lado da Virgem Maria, e vocacionada da Missão, exemplo vivo de perdão e Oração à Igreja e dedicação às pessoas. É a Santa das Violetas e lírio de Amor a Jesus Nosso Mestre e Senhor.

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Grito de dor existencial e morte

Prevenção e Posvenção

Especialistas avaliam que nove em cada dez mortes por suicídio poderiam ser evitadas, o que reforça a importância da prevenção e o papel essencial da escola na rede protetiva.

Assista ao vídeo com as considerações da enfermeira e professora Lucía Silva sobre a prevenção.

Agora, assista ao vídeo com a doutora Albertina Duarte, que fala sobre a posvenção ao suicídio.

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73

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Veja as considerações da especialista Marileia Rosa sobre “Sinais de identificação”.

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73

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Clique aqui para acessar o Roteiro da atividade 1

Para apoiar a atividade, acesse infográfico 10 sinais de alerta do comportamento suicida, publicado pelo Jornal O Povo..

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73

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Dicas de debate, conversa, observação

Fatores positivos:

Aceita-se e gosta de sua sexualidade

Uso bom da medicação - acesso ao psiquiatra

Família que ouve e ajuda... colabora e compreende!

Espiritualidade e religião mais dialogal e menos repressora.

Acesso bom ao trabalho de qualidade

Bons relacionamentos - amizade sincera

Boas leituras e sites de consulta - amigos virtuais positivos

Acesso a boa e saudáveis terapias.

Acesso à saúde e medicina ocupacional

Flexibilidade à dor e ao sofrimento... há quem o ouça e o entende!

Sabe desabafar

Stress em nível controlado

Sabe ver o lado bom da vida.

Esforço de acreditar, ter esperança na vida e no futuro.

Reconstrói a autoestima

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CUIDADOS

Comportamento agresssivo ou depressivo

Não se aceita e não gosta de sua sexualidade

Resiste à medicação e não quer o psiquiatra e psicólogo

Autoestima em crise

Não acredita mais no lado bom das pessoas e da vida

Sem esperança no hoje e no futuro. Monotonia e indiferença

Stress insuportável

Dor e sofrência existencial aguda ou crônica

sem suporte comunitário e não acesso à saúde

usos de drogas ...

amizades negativas.

fala-se em se matar e morrer.

isolamento e bullying, discriminação e choros, revoltas...

não trabalha

isola-se na internet

Não quer e não consegue desabafar: não há alguém que confia e o ouça...

Conflitos de personalidade na família em crise e no trabalho ruim...

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Infográficos

10 SINAIS-DE-ALERTA-DO-COMPORTAMENTO-SUICIDA

https://www20.opovo.com.br/app/infograficos/unico/2016/06/21/interna_infograficos_unica,2563/sinais-de-alerta-do-comportamento-suicida.shtml

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Proposta de roteiro para a atividade “Identificação de sinais”

Prezado educador,

Este roteiro foi elaborado para a realização de atividade durante uma ATPC voltada para toda

a equipe escolar. Tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade dos estudantes em relação ao

suicídio por meio de atividades que promovam a sensibilização e a reflexão sobre aspectos

ligados ao medo, à depressão e aos sinais de identificação de suicidas.

Período de realização: semana de 16 a 20/9/2019.

Materiais de apoio/recursos:

• Computador com acesso à internet;

• Projetor;

• Papel e caneta para escrever as impressões e/ou sugestões.

1. ABERTURA E SENSIBILIZAÇÃO

Realize uma atividade descontraída que possa integrar os participantes e criar oportunidades

para que todos reflitam sobre a superação das dificuldades, dos medos e/ou dos desafios.

• Duração total: 8 minutos para orientação, organização e desenvolvimento deste

momento.

• Sugestão: Técnica de saída.

Todos temos medos e, diante de algumas situações que nos deixam sem saída, acabamos

ficando paralisados até conseguirmos respirar fundo e pensar em um caminho, em uma

solução... A dinâmica “técnica de saída” é uma forma de refletir e vivenciar a questão de

superar as dificuldades de forma descontraída e harmoniosa.

A atividade consiste em organizar os participantes em um pequeno círculo fechado, no qual

cada um deve entrelaçar seus braços com os colegas posicionados ao seu lado, de forma a

deixar a roda praticamente impenetrável.

O organizador deve observar e, quando o círculo estiver completamente fechado, deve

solicitar que um participante se solte e dirija-se para o centro do círculo e, durante 2 a 3

minutos, tente sair dali. O participante deve pensar em uma estratégia em que vale de tudo:

pode passar por baixo dos braços, tentar quebrar a corrente etc.

2

Valorização da Vida: Considerações sobre o Suicídio

O objetivo é tentar ser o mais criativo possível, inicialmente sem a ajuda do grupo. Caso o

tempo esteja se esgotando, o organizador pode solicitar que os demais participantes também

pensem em outras estratégias para o colega tentar sair do centro do círculo.

Ao final, é importante discutir como cada um se sentiu durante a atividade, principalmente o

que ficou no centro e tentou de diferentes formas sair daquele problema e não conseguiu, e

como foi depois com os demais tentando auxiliar na busca de uma solução.

Para encerrar, é importante que os participantes compreendam que mesmo quando

parecemos em um beco sem saída, existe sempre uma ou mais alternativas para superar as

dificuldades que aparecem. É válido fazer a analogia da atividade com a vida e articular com

a temática que será abordada nessa ATPC.

2. LEVANTAMENTO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS PARTICIPANTES SOBRE

DEPRESSÃO A PARTIR DE ESTUDOS DE CASO

Levante os conhecimentos prévios dos participantes sobre depressão, suicídio, automutilação

a partir de estudos de caso (4 relatos para serem lidos coletivamente e, a partir das

informações procurar identificar o relato que apresenta os sinais de identificação de um

suicida).

Dica: Anote as hipóteses elaboradas no estudo desses casos para “confrontar” com a

videoaula da especialista que fará o fechamento desse estudo e dessa discussão.

• Tarefa: Dividir os participantes em grupos para leitura de cada um dos casos e discutir

se essa pessoa descrita, para eles, pode ser um potencial suicida.

• Duração total: 20 minutos divididos conforme orientação abaixo (5 minutos + 15

minutos).

2.1. Leitura dos casos

• Duração: 5 minutos. Abrir para discussão, cada grupo lê o caso estudado e apresenta

as hipóteses elaboradas pelos participantes do grupo.

Os 4 casos são:

Caso 1 – Um menino de 13 anos, sempre tímido, filho caçula, gosta de criar brinquedos a

partir de sucata ou desmontar os seus para aproveitar as peças. É pouco social nos

ambientes fora de sua casa. Quando não está estudando ou construindo coisas fica

3

Valorização da Vida: Considerações sobre o Suicídio

isolado jogando videogame. Na escola, senta-se no canto, tem poucos amigos, mas

aprende rapidamente, se destacando na turma.

Observação: O caso apresenta uma timidez que é um dos sinais de potencial suicida, mas,

no contexto, como um todo, essa timidez é característica da personalidade da pessoa e

não há um conjunto de sinais. É importante estar atento para uma possível mudança

brusca de humor e comportamento, que podem indicar um perfil suicida, mas a timidez,

por si só, não é um sinal disso.

Caso 2 – Uma menina de 11 anos, cheia de saúde, mas com baixa autoestima, por vezes

fala coisas como “se eu sumir, ninguém vai dar falta”, “eu quero morrer”, entre outras. Às

vezes, ela está no meio de alguma turminha, fazendo brincadeiras e piadinhas, mas em

outros momentos se isola e, quando está sozinha, seu semblante é triste. Vive com os

avós que procuram fazer tudo para compensar a ausência dos pais. Muitas vezes, ela grita

e desrespeita os que zelam por ela, mas ela se sente culpada depois..

Observação: O grupo deve concluir que esse caso é o que apresenta um conjunto mais

completo dos sinais de um potencial suicida: baixa autoestima, emissão de frases de alerta

e apresentação de esgotamento emocional (tristeza).

Caso 3 – Um menino de 17 anos, na maior parte do tempo está isolado, tem poucos

amigos e os que o são preserva e protege. Quando se sente ameaçado, briga para

defender suas ideias e seus amigos sem se importar se vai se machucar ou machucar

alguém. Às vezes, apresenta hematomas e arranhões no braço, que diz serem

machucados acidentais. Mora com os pais e mais 2 irmãos que estão sempre juntos.

Observação: Não se pode julgar apenas pelos hematomas, é preciso averiguar com

cautela se realmente são machucados acidentais ou se é um caso de automutilação que

requer uma atenção maior e os devidos encaminhamentos.

Caso 4 - Uma menina de 15 anos,senta-se no fundo da sala e está sempre nas redes sociais.

Adora brincar e fazer piadinha com os colegas, mas fica brava quando a situação se inverte.

Fala de vida e morte com tranquilidade e está indecisa com seu futuro, ainda não sabe

qual área se identifica para seguir os estudos e ser inserida no mercado de trabalho. Em

casa, é uma menina tímida que fica no canto estudando ou mexendo no celular.

4

Valorização da Vida: Considerações sobre o Suicídio

Observação: Tratar o assunto morte com naturalidade não pode ser entendido de

imediato como planejar a própria morte. Dependendo da cultura e dos valores familiares,

o assunto é tratado em família e, por isso, a tranquilidade de falar a respeito. É válido

estimular o diálogo e a continuidade de ações sobre o tema da valorização da vida e da

prevenção ao suicídio com um olhar mais humano e ameno.

2.2. Discussão dos casos

• Duração: 15 minutos. Discussão a partir da leitura e exposição dos casos pelos grupos.

Observação: É importante conduzir as discussões a partir dos casos estudados e das

referências destacadas em cada um deles para fomentar os participantes na reflexão das

hipóteses elaboradas por eles individualmente e, depois, no grupo maior.

3. VIDEOAULA

• Duração total: 7 minutos de exibição do vídeo da psicóloga e psicanalista Marileia

Rosa, que aborda “Sinais de identificação”.

4. RODA DE CONVERSA E PLANO DE AÇÕES NA ESCOLA

A partir da atividade de estudo de caso e do vídeo da especialista Marileia, planejar ações

relacionadas às identificações/demandas da escola a partir do levantamento de estudantes

com comportamentos que precisam ser averiguados com cautela para os devidos

encaminhamentos, bem como identificar a rede protetiva existente no entorno da escola

(Conselho Tutelar, Ministério Público, Conselho Nacional de Direitos da Criança e do

Adolescente – Conanda –, Polícia Militar, Distrito Policial, entre outros) para ações em parceria

visando ajudar aos estudantes.

É importante lembrar que a observação e identificação de sinais na equipe escolar (servidores

e estudantes) deve ser constante, visando o auxílio para o outro (quem está em sofrimento),

refletir e identificar caminhos de melhor solução que não sejam ações como a automutilação

e/ou suicídio.

• Duração total: 10 minutos.

https://avaefape.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/456331/mod_label/intro/atividade1_ha_sinais.pdf

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https://www20.opovo.com.br/app/infograficos/unico/2016/06/21/interna_infograficos_unica,2563/sinais-de-alerta-do-comportamento-suicida.shtml

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Quando um suicídio acontece na escola

Uma tragédia como o suicídio pode acontecer com um aluno ou aluna e impactar toda a comunidade escolar. Saiba mais sobre os efeitos e possíveis ações que podem ser tomadas

POR:

Ana Carolina C D'Agostini

11 de Setembro | 2019

A forma como a escola age imediatamente após a ocorrência de um suicídio pode minimizar os efeitos negativos dessa perda Crédito: Shutterstock

O suicídio de uma pessoa costuma deixar muito mais perguntas do que respostas. Por mais que haja sinais de alerta e fatores de risco, morrer dessa maneira é impactante e sentida como uma tragédia por toda a comunidade escolar. A forma como a escola age imediatamente após a ocorrência de um suicídio pode minimizar os efeitos negativos dessa perda e reforçar a ideia de que aquele espaço é, também, uma comunidade de apoio.

Por mais que gestores, professores e demais funcionários também sejam impactados emocionalmente pela ocorrência de um suicídio e não saibam ao certo como agir, é comum que alunos e seus familiares recorram à escola para buscar ajuda e indicações sobre quais caminhos seguir. Por isso, é importante que a escola tenha informações confiáveis sobre como agir em casos de suicídio e tenha planejado ações de posvenção, o termo utilizado para designar atividades, suporte e intervenções para todos aqueles abalados por um suicídio. Tais ações são reconhecidas mundialmente como importantes aliadas nos cuidados com a saúde mental.

LEIA MAIS 14 perguntas e respostas sobre prevenção ao suicídio

Quando a escola receber a notícia do suicídio de um aluno, deve primeiramente verificar a veracidade da informação. Em tempos de mídias sociais e comunicação por mensagens, um boato pode rapidamente se espalhar e prejudicar muita gente. Ao confirmar que de fato a morte aconteceu, a escola deve implementar algumas ações para auxiliar toda a comunidade escolar, detalhadas a seguir.

Ao receber a notícia da morte

Antes de dar a notícia aos alunos, ofereça condolências à família e pergunte o que a escola pode fazer para ajudar nesse momento tão difícil. É importante que a escola permita que a família participe da decisão de como a notícia será dada aos colegas e aos pais e que tenha também informações sobre o funeral. Diretores e coordenadores devem acionar os professores e rapidamente definir como irão agir, alinhando inclusive a fala para minimizar boatos e desconstruir informações falsas, respeitando a memória daquele indivíduo e a sua família. O diretor deve ser o único responsável por se comunicar com a mídia, para evitar os mesmos riscos. Designe um responsável por monitorar como a notícia está repercutindo nas mídias sociais, para que assim ações possam ser tomadas.

LEIA MAIS Prevenir o suicídio é educar

Auxiliar os alunos a lidar com os seus sentimentos

O ideal é que os alunos sejam organizados em pequenos grupos fora da sala de aula para receber a notícia via direção, coordenação ou professores que se sintam mais à vontade para falar sobre o assunto e lidar com os sentimentos que podem surgir. Caso a escola tenha profissionais de saúde na equipe ou parceria com instituições, deve acionar esse apoio. Nesse momento, vale identificar quem eram os amigos mais próximos e que podem precisar de maior atenção e auxílio emocional.

Promova rodas de conversa que encorajem a livre expressão dos sentimentos de luto, possibilitando que cada um, à sua maneira, fale sobre o assunto. Há diferentes formas de manifestar emoções, portanto esteja aberto aos que verbalizam tudo o que estão sentindo, aos que não conseguem colocar em palavras e até mesmo aos que usam o humor. Os adultos responsáveis podem ajudar a ampliar as emoções para além de "triste" ou "bravo", pontuando inclusive a existência de sintomas físicos que acompanham as nossas emoções mais difíceis, como insônia, irritabilidade e cansaço.

LEIA MAIS Por que precisamos falar sobre setembro Amarelo na escola

Além da livre expressão de sentimentos, podem ser discutidas diferentes estratégias para lidar com a perda e com a tristeza, para que assim, pouco a pouco cada um possa retomar a rotina e elaborar o luto. Encoraje os alunos a pensarem em estratégias de autocuidado que eles podem adotar quando emoções intensas, tais como preocupação ou tristeza, começarem a ser sentidas. Por exemplo: fazer exercícios simples de relaxamento, praticar um hobby, conversar com um amigo, avaliar como lidaram com dificuldades no passado, fazer uma lista com os nomes das pessoas a quem eles podem recorrer em caso de necessidade, conversar com os pais etc…

Rodas de conversa permitem também que os adultos identifiquem aqueles que precisam de mais apoio e que estão mais fragilizados. Alunos que já apresentaram comportamento suicida, têm histórico de depressão, trauma, ou passaram por perda recente também devem estar sob olhar atento dos responsáveis, para que as famílias possam ser acionadas e que eles possam ser encaminhados para acompanhamento com profissionais de saúde, como psicólogos e psiquiatras.

Minimizar os riscos de contágio

O suicídio também pode ter efeito de contágio, por isso é importante que a morte de qualquer aluno seja tratada da mesma forma e com a mesma sensibilidade, independentemente da causa. O suicídio não deve ser romantizado, simplificado ou glamurizado.

Esclareça que o suicídio não tem uma única causa. Em muitos casos, a pessoa está passando por um transtorno mental e outros acontecimentos em sua vida, levando a um estado de desesperança e sofrimento físico e mental intenso. Passar por um transtorno mental não deve ser motivo de vergonha e há diversas formas de obter ajuda. É importante reforçar que falar sobre suicídio não aumenta as chances de ocorrência. Pelo contrário, é um fator preventivo e que favorece a expressão e a significação de sentimentos.

LEIA MAIS Meu aluno está se cortando. E agora?

Segundo o Centro de Referências para Prevenção do Suicídio, caso as dificuldades pelas quais a pessoa que cometeu suicídio estava passando venham à tona em uma conversa individual com um amigo, não tenha medo de conversar sobre elas. Isso evita que o suicídio seja visto como uma forma efetiva de cuidar da dor emocional e amplia o sentido individual que teve para aquela pessoa.

Providenciar formas para auxiliar a elaboração do luto

A escola pode ceder espaço e ferramentas para que os alunos elaborem o luto de diferentes formas. Os alunos podem, por exemplo, relembrar as memórias favoritas que compartilharam com aquele aluno, escrever mensagens em um cartaz localizado em uma área da escola que posteriormente pode ser enviado à família. Permita que alunos e funcionários pensem em formas de manifestar os seus sentimentos, mantendo um olhar atento para o conteúdo e se consultando com profissionais de saúde para avaliar se tais manifestações são seguras para a comunidade escolar. Os alunos podem comparecer ao funeral caso se sintam à vontade. É recomendado que sejam acompanhados pelos pais, para que estejam próximos dos filhos nesse momento delicado.

De fato, não é fácil falar sobre suicídio. É ainda mais delicado abordar esse assunto após a ocorrência de um caso na escola. Entretanto, falar sobre suicídio é falar sobre sentimentos como dor, saudades, insegurança, medo e, em última instância, unir-se para enfrentar tudo isso e criar a oportunidade de encontrar outras formas de transformar aquilo que está em nós.

Ana Carolina C D'Agostini é psicóloga e pedagoga com formação pela PUC-SP, especialização em psicologia pela Universidade Federal de São Paulo e mestre em Psicologia da Educação pela Columbia University. Trabalha com projetos em competências socioemocionais e é consultora do projeto de Saúde Emocional da Nova Escola.

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“O suicídio é uma forma desesperada de construir um sujeito”

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https://avaefape.educacao.sp.gov.br/course/view.php?id=73
Enviado por J B Pereira em 04/12/2019
Reeditado em 08/02/2020
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