A Cidade dos Corvos : Porta-Voz
-Bem eu estava em uma excursão da escola, e eu e meus amigos, estudamos sobre vidas alienígenas, e então, fomos fazer uma missão. Soubemos que em volta da cabana, um homem foi raptado por alienígenas, e nós aproveitamos que a escola estava vindo, e fomos investigar. E aí eu detectei a radiação de alguma coisa no lago e me aproximei e acabei caindo. Mas o que não entendo é como saí de lá, foi o Senhor? -falei Curioso.
-O lago não aceita corpos dentro dele, nenhum tipo de corpos. Ele tem a sua própria vida e quer te ensinar alguma coisa,então,preste atenção no que ele quer dizer. - falou o Senhor calmamente.
-Mas eu estou morto? Não posso estar morto né? - perguntei assustado.
-não sabemos, mas tomara que esteja vivo. Não queremos você morto não é mesmo? - falou o Senhor sorrindo.
Eu sorri fraquinho. Mas eu fiquei preocupado, e se, na verdade, eu não estiver vivo? Morri e bum! Não voltarei mais para os meus amigos? Isso era horrível. Ninguém merece sofrer assim. Sou muito jovem para morrer sabem? Ainda tenho muitos projetos nessa minha vida. E morrer com certeza não está neles.
-Bem, então quem vamos falar? Eu estou curioso. Mas nem sei o seu nome não é? - falei rapidamente.
-Me Chamo Roberto,mas me chama de Beto. - falou ele - vamos conversar com um conhecido,ele vai nos ajudar. Mas vamos fazer um combinado aqui tá? Você não fala. Somente eu. - falou ele se aproximando na mesa e me olhando fixamente.
-Sim Senhor Beto. - falei assentindo devagar.
-Muito bem, vou fazer uma ligação e depois vamos. - falou ele levantando e saindo.
Será mesmo que eu estava morto?
-moleque! Tu deixou um negócio lá na privada, se eu fosse você, não deixaria ali não. - falou o Senhor na porta e com um telefone nas orelhas.
-Puts….. - levantei correndo e fui dar descarga.
Quando voltei,vi ele andando de um lado para o outro, e falando no telefone:
-Como assim? Cara, é uma coisa importante. Faz esse esforcinho para mim cara, sou o seu parceiro. - falou Sr Bento apreensivo. - vai me ajudar? Mesmo? Aí ainda bem. - falou ele animado.
-Sr? Eu já fiz o que você me pediu. - falei com clareza.
E ele desligou o telefone.
-ora certo certo, agora, vamos moleque. Vamos a pé. - falou ele e quando ele caminhou ele começou a mancar.
Ele saiu da cabana, e eu fui logo atrás, foi então que o clima ainda continuava frio e cinzento, parecia que não havia cor. Nem mesmo as árvores tinham cores, e isso era totalmente mórbido. O Senhor foi mancando e caminhando lentamente,havia um caminho de terra e estrada, com árvores que cercavam toda a estrada, a cabana,era coberta pela floresta, mas tudo era muito assustador e morto, realmente, aqui era um lugar para mortos. Após 15 minutos caminhando, apareceu uma casa no meio da floresta, cercada por cercas brancas, e em volta, havia corvos, que observavam exatamente cada passo que dávamos.
A cabana, era como a do Senhor Bento, mas, parecia mais cuidada, havia fumaças saindo da chaminé, e quando o Senhor Bento chegou próximo do jardim, a porta da cabana se abriu, e eu tomei um susto, tudo era muito grande, e seria bonito se não tivesse essa cor tão grotesca, foi então, que eu fiquei escondido atrás do Senhor Bento.
-Então esse é o moleque? - falou outro Senhor mascando alguma coisa.
-Bom te ver também Thomas. - falou o Senhor Bento meio desanimado.
-Ta….é esse o Moleque?- perguntou novamente.
-Sim. É esse. - falou o Senhor Bento saindo da minha frente.
-ora ora ora….tão magro. Você tem certeza disso?! - falou ele descendo as escadas e vindo na minha direção - não me parece que ele será o porta-voz. - falou ele.
-Não se lembra de você? Também era magrela e feio. Pelo menos ele é bonitinho. - falou o senhor Bento.
-Ah e você não era o Brad Pitt não é mesmo?! - falou o outro senhor.
-Escuta aqui! Não admito ouvir desaforo! - falou o Senhor Bento apontando para a cara do outro Senhor.
-O que é porta-voz? - perguntei e todos os dois olharam para mim.
E houve um silêncio absoluto.
-Porta-voz meu caro,é aquele que é usado para mandar mensagens do mundo dos mortos para o mundo dos vivos. - falou o senhor Bento com paciência.
-E porque eu tenho que ser esse cara? - perguntei sem entender.
-certamente foi porque algum dos seus ancestrais eram também. Isso se passa se filho para pai - falou o outro senhor.
-Tá mas….nada a ver ser eu sabe Sr's, eu sou um moleque de 12 anos, não um agente ou porta voz de Sei lá o que. Eu só quero voltar para casa, será que dá pra me ajudar?! - falei ficando irritado.
Os Senhores se olharam e assentiram.
-Você só quer retornar né? - perguntou o senhor Bento.
-Sim. Isso. Exatamente isso! - falei aliviado por finalmente alguém prestar atenção em mim.
-Então, tudo bem. Ande Bento pegue ele pelo outro lado. - falou o outro Senhor.
-O que? Como assim? Não. Não. Não precisa…..não..-falei meio desesperado.
-Você quer retornar não? E eu realmente acho que seja uma boa ideia. Agora, venha. Fique parado! - falou o Sr Bento.
-O que vão fazer comigo? - perguntei já em prantos.
-oras! Te fazer retornar para casa. De volta ao mundo dos vivos. - falou o outro Senhor.
Senhor Bento me jogou nas costas dele, e o outro senhor veio atrás, foi quando, eles foram caminhando novamente lentamente, e dizendo:
-Quem diria, quem diria. O nosso porta-voz não quer ser porta-voz. Mas sabe moleque a vida não será fácil com você. - falou o outro Senhor.
-Ah é? Porque? - falei intrigado.
-oras porque quando o destino traça a nossa sentença,devemos obedecer. E você está optando pelo caminho mais difícil moleque mas a decisão é totalmente sua. - falou o Sr Bento.
-Ai droga…...eu só queria voltar para casa. Que mal há nisso?!-Perguntei.
-Nenhum, mas talvez, tinha o seu tempo de retornar e agora tá querendo fugir. Como um verdadeiro bundão. - falou o outro Senhor.
-Eu não sou bundão.- falei rapidamente em minha defesa.
-Papai fiado! Ele chegou lá em casa falando que caça alienígena, tudo papo furado! Agora, não consegue nem trazer uma simples mensagem do mundo dos mortos! Aliens…..tá bom! - falou o Sr Bento.
-Me soltem! Eu vou fazer o que estão me pedindo! Me mostre! - falei me debatendo.
-Ótimo! Finalmente caiu na real. Até porque, eu não iria te jogar no lago mesmo. - ele me colocou no chão.
-Seu mentiroso! Me enganou. - falei irritando.
-Vai por mim, voltar para casa não está em cogitação. - falou o outro Senhor.
-agora, vamos retornar para casa. Esse moleque vai precisar ir para a Sra Laurent. - falou o Sr Thomas.
-Acha mesmo que é necessário Thomas? - perguntou o Sr Bento.
-Totalmente. Ele não faz parte do nosso departamento Bento, não podemos ficar com o moleque! Aconselho levar ele para a Sra Laurent, certamente,ela vai cuidar bem desse bunda mole.
-eu não sou…..- fui interrompido.
-Bunda mole….eu sei….eu sei….agora ande. E fale menos. Lembre-se: sem nenhum piu. - falou o Sr Bento mancando.
-para onde vamos? Quem é a Sra Laurent! - falei curioso.
-Garoto você não cansa nunca? Que coisa mais chata. - falou o Sr Bento andando lentamente e dando tchau para o Sr Thomas.
-Adeus bunda mole, e estraga-pitt. - falou o Sr Thomas na porta da sua casa.
-adeus tranqueira. - falou o Sr Bento.
E nós dois começamos a caminhar, pela estrada e com árvores para todo o lado.