Contando um pouco do passado
Na minha juventude, aproximadamente aos 22 anos, tive uma namorada que só me causava desgosto. Eu sabia que ela não prestava, mas, não conseguia me desvencilhar desse maldito amor. Não conseguia dormir e comer nem direito. Era um sofrimento que parecia não ter fim. Eu não confiava nela nem dormindo. Quando eu terminava o namoro, ela começava a escrever uma carta atrás da outra, jurando pelo sangue que me amava. E eu, caía novamente novamente nos laços dela.
Ela sempre inventava uma desculpa para não ficar comigo. Eu sabia que tudo mentira, portanto, parecia até um feitiço. Todo mundo comentava que ela dava para o patrão, porém, nada de concreto. Eu ficava na dúvida, mas onde tem fumaça tem fogo.
Tudo piorou quando ela mudou de patrão. Aí, escancarou de vez o seu comportamento. Fiquei escondido debaixo de uma ponte, onde ficava perto da loga que ela trabalhava. Matei o dia no serviço, e. esperei ela chegar. Ela passou de carro ao lado parão. Abaixaram a porta do estabelecimento e adentraram. Ficaram quase 30 minutos com a porta fechada. Eu estava com uma pistola semi automática que dava 15 tiros simultaneamente. Um amigo veio conversar comigo. Eu mostrei a arma para ele dizendo o que pretendia fazer; ele pediu a arma para ver e, tomou-a de minha mão,e começou a me aconselhar. Entregou a arma somente noutro dia. Assim que o patrão saiu, foi para outra loga, ele tinha várias lojas, era muito rico, assim que ela começou a trabalhar para esse patão, a vida mudou da água para o vinho. Só usava roupas caras, sapatos, sandálias, jóias, relógio caríssimo, etc. Eu fui conversar com ela pedindo a aliança. Ela me disse que não estava usando mais a aliança, mandou que eu pedisse para mãe dela. Não estava mais usando a aliança porque estava cansada do meu ciúme, já me não me considerava mais sua noiva. Saí arrasado. Fui para a capital, na casa do meu tio, havia um circo perto, eu pedi serviço a companhei o circo. Logo eles perceberam que eu tinha dom para a palhaço, pintaram a minha, isso foi na cidade de Paranapiacaba. O meu primeiro espetáculo foi na matinê. Depois comecei a fazer shows para adultos também. Estava indo muito bem. O salário era pouco, mas estava fazendo que gostava. Fiquei muito tempo sem ver a família, pois o trabalho no circo não tinha folga. Trabalhava de domingo a domingo. Certo dia apareceu uma notícia na televisão que Wilson José de Morais tinha sido morto pelo esquadrão da morte com 33 tiros. na cidade Saquarema Era moço bom e direito, mas devido uma paixão, virou bandido. E eu sendo de Guararema, o nome quase igual. a maioria maldosa, foi a gota "d'água para uma fofoca. até minha mãe ficou sabendo. foi Até que um dia me deram uma folga, o circo estava perto da casa do meu tio, fui visitá-lo, ele me falou que estavam todos chorando pela minha morte. A.minha mãe estava desesperada. Peguei o primeiro ônibus e fui ver a minha mãezinha. Assim que ela me viu, abraçou-me, beijou-me e pediu que eu não se afastasse mais dela. fiquei com um resto do salário sem receber, sem roupa, pois não sabia mais para o circo foi parar. Fui comprando roupas aos poucos e comecei a trabalhar na formação de eucalipto, depois entre ia trabalhar na fábrica do papel Simão. O salário era bom.
Eu só andava nos trinques. Depois desse maldito amor, transformei-me
num terrível garanhão. O meu coração estava aposentado para o amor. Não conseguia amar mais ninguém. Até que uma dia conheci a Nilza que mudou totalmente a minha vida. Era era e é um doce de criatura que me agradava e até hoje em tudo. Casamos e faz 47 anos que levamos uma vida harmoniosa! Três filhos trabalhadores, sem vícios. e cinco netos lindos.
Sou aposentado, tento casa de seis cômodos, 2 banheiros levo uma vida muito confortável, graças a Deus. Mas comemos a pão que o diabo amaçou por bom bom tempo. Passamos muita dificuldade, mas ela sempre esteve do meu lado nos momentos de angústia. Essa é pouco da história da minha vida!