De uma história que ouvi do Olavo Romano...
Zeloso chefe de repartição pública, o Senhor Zaluar sempre fazia questão de que qualquer funcionário que assumisse cargo sob seu comando iniciasse o trabalho exibindo suas qualidades redacionais. Assim, a primeira atividade que por norma determinava aos recém-chegados era que escrevessem um memorando à chefia solicitando e justificando determinada providência.
Com Chiquinho Bastos, felizardo da vaga por valiosa indicação de político influente, não foi diferente. E o rapaz se fizera por merecedor, tendo o pai por denodado cabo eleitoral.
Quase finda a primeira jornada de trabalho Chiquinho se apresenta à sala do chefe, e, respeitosamente, estende-lhe o a obra, que lhe tomara todo o expediente...
Mal o senhor Zaluar lança os olhos no papel, não resiste à pergunta:
- Mas o quê é isso Francisco, o senhor se dirige a mim tratando-me por José Luar...?
E a resposta vem, com a humildade que era esperada:
- Eu lhe devo respeito acima de tudo, senhor chefe. Que liberdade eu, um reles funcionário de Secretaria, tenho para tratar Vossa Senhoria simplesmente por Zé...?