De uma história que ouvi do Olavo Romano...

Zeloso chefe de repartição pública, o Senhor Zaluar sempre fazia questão de que qualquer funcionário que assumisse cargo sob seu comando iniciasse o trabalho exibindo suas qualidades redacionais. Assim, a primeira atividade que por norma determinava aos recém-chegados era que escrevessem um memorando à chefia solicitando e justificando determinada providência.

Com Chiquinho Bastos, felizardo da vaga por valiosa indicação de político influente, não foi diferente. E o rapaz se fizera por merecedor, tendo o pai por denodado cabo eleitoral.

Quase finda a primeira jornada de trabalho Chiquinho se apresenta à sala do chefe, e, respeitosamente, estende-lhe o a obra, que lhe tomara todo o expediente...

Mal o senhor Zaluar lança os olhos no papel, não resiste à pergunta:

- Mas o quê é isso Francisco, o senhor se dirige a mim tratando-me por José Luar...?

E a resposta vem, com a humildade que era esperada:

- Eu lhe devo respeito acima de tudo, senhor chefe. Que liberdade eu, um reles funcionário de Secretaria, tenho para tratar Vossa Senhoria simplesmente por Zé...?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 27/08/2019
Código do texto: T6730147
Classificação de conteúdo: seguro