Capítulo 23 - Fogo


Inevitavelmente Leonardo e Marine acabam se afastando. Ela passou a ir para a faculdade com sua nova amiga Missaire, e ele respeitou a decisão dela, mesmo sentindo uma falta absurda.

Numa sexta à noite em que ela chega em casa fora de seu horário normal, encontra Renan e Leo jogando videogame na sala. Passou pelos dois, em silêncio e foi para a cozinha.

- Ah, Leo! Você dá pause na hora que eu finalizo o ataque no seu time, seu merda! – Ouviu Renan gritar, bravo. Leo entrou na cozinha e a olhou, receoso.

- Oi.

- Oi.

- Como você está?

- Eu estou muito bem, Leonardo. – Ela foi até a geladeira e pegou uma garrafa de água. – Sempre muito bem. Não há motivo para essa afabilidade desnecessária vinda de um homem culpado. – E saiu da cozinha, deixando o rapaz completamente chateado.


No início da madrugada Marine saiu do banheiro e encontrou Leonardo sentado em sua cama. Ela o olhou, sem esboçar reação.

- Renan foi comprar uma pizza.

- Eu não estou com fome.

- Era justamente isso que eu queria evitar quando não levei para frente aquela noite.

- Explicações. – Ela foi para a frente do guarda-roupa. – Sempre explicando, explicando e não dizendo nada.

- Para com isso!

- Parar com o que?

- De me esnobar, inferno! – Ele a viu revirar os olhos. – Eu não quero que nos tornemos estranhos, Marine! Sua amizade é algo significativo para mim!

- Deve ser mesmo. – Leonardo bufou, com raiva. Ela não compreenderia. Observou Marine colocar sua camisola, as curvas sensuais o desafiando, o atentando e provocando. Fechou os olhos e baixou a cabeça. Era um erro entrar no quarto dela sozinho. Embora frágil, Marine sabia ser uma fortaleza contra os seus sentidos masculinos. – Fica tranquilo, Leonardo. – Disse, de forma bastante distante. – Enfrentei 4 perdas. Se tem uma coisa que eu sei lidar, são com pessoas indo embora da minha vida.

- Eu não quero sair da sua vida, Marine. Só quero que aquilo seja esquecido por você.

- Você não pode me pedir isso.

- Por que não?

- PORQUE SENTIR NÃO É ALGO QUE EU SIMPLESMENTE DECIDO SE VAI ACONTECER OU NÃO, LEONARDO! SE VOCÊ É ASSIM, PARABÉNS! EU NÃO! EU NÃO SOU ASSIM!

Ela respirou fundo. O corpo tremia de tanto nervoso. Marine queria chorar, mas não na frente dele. Sentou-se na cama e sentiu ser abraçada.

- Eu não quero sair da sua vida, Marine. – Ele beijou o ombro dela, carinhosamente. Marine quis odiá-lo por ser sempre uma pessoa tão paciente, serena e certa de suas decisões. Não o via vacilar nunca. – Só quero que voltemos a ser como antes. Por favor?

Uma primeira lágrima desceu por sua bochecha. Ela não se importou em limpar. Já escondera por muitos anos tudo o que sentia, era bobagem continuar sendo assim. Só fazia mal a ela.

Abraçou Leonardo desesperadamente. O cheiro dele fez seu coração disparar de forma dolorosa. Os dois acabaram caindo na cama.

- Desculpe. – Pediu, sem jeito. Os olhos brilhavam, devido as lágrimas. Ele a segurou pela cintura. A mão livre foi para o seu rosto. O silêncio era tranquilo, acolhedor. Feito para os dois. Leo, diferente do que Marine pensava, temia sempre em vacilar perto dela. Sentiu as curvas tão acentuadas, delicadas e femininas mexendo com ele. A fragilidade sempre existiria, mas agora via nela alguma confiança. – Leo... – E isso o atraía e o assustava.

- Oi...

E mesmo sabendo que ele não queria, foi lá e o beijou. Era essa a confiança que temera na garota. Marine sabia que ele tinha uma dificuldade em resistir e abusava disso. O beijo foi extremamente apaixonado e sensual. Um beijo de quem sabia o que fazia e o que provocava. Aquela confiança repentina o instigou e por algum tempo, esqueceu de que era um erro deixar isso acontecer.

Ele baixou a alça da camisola e depositou um beijo na região do colo, tomando um caminho até os seios. O cheiro dela o fez perder o controle de seus atos. A única coisa que sabia era que precisava sentir Marine por completo. Leo sentou na cama com ela no colo e a beijou com possessividade e domínio. Segurou-a pela cintura, enquanto sua boca alternava entre os seios firmes e macios. Ela rebolava o provocando a ir além. O primeiro gemido veio e Leo a puxou pelos cabelos, num amor desesperado que fez seu coração disparar de forma dolorosa.

- Ah...

Marine o empurrou contra a cama. Ele fechou os olhos, incapaz de falar qualquer coisa. As unhas dela entraram por seu peito, arranhando sua pele. Sentiu a masculinidade latente dele se mostrar enquanto abria o cinto de sua calça. Ele estava ali e pronto para ser dela. Baixou o zíper e o tocou por cima da cueca. Quando abriu os olhos, a garota se ajoelhava na frente dele. Depois não viu mais nada, somente sentiu. O prazer foi tão grande, que seu corpo se enrijeceu com a boca dela o acariciando. Ele se apoiou na cama, colocou a mão em seu cabelo. A mão dela encontrou a dele e o segurou, firme. O toque dela se conectava ao dele, assim com o coração e a mente. Realmente se pertenciam. E isso era muito novo para eles.

“LEEEO! CHEGUEI MANO!”

Ao ouvir a voz do primo, Marine se levantou, lentamente. Leo ajeitou a roupa do corpo e seguiu até a porta, mas parou e olhou para ela, que veio ao seu encontro e se despediu com um beijo.

- Boa noite, Leo.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 09/07/2019
Reeditado em 14/02/2024
Código do texto: T6691506
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