POR QUE ESCREVI... (ELE, O MEU AMOR... MEU PEQUENO BEIJA-FLOR)

Caro leitor, justificar por que escrevi ELE, O MEU AMOR... MEU PEQUENO BEIJA-FLOR é lhe pedir que me entenda. Sou uma pessoa avessa a situações mal resolvidas.

Sempre que re-leio O PEQUENO PRINCIPE, algo mexe comigo. Sempre descubro alguma situação, uma palavra, um objeto que se me apresenta de uma forma diferente, com uma nova possibilidade.

Na primeira leitura fiquei pasma com a situação do piloto e imaginei que ele estava acometido do delirio do deserto... e o pequeno príncipe que lhe apareceu, era uma miragem.

Já numa segunda oportunidade, a delicadeza do “___Por favor... desenha-me um carneiro!” se agiganta diante da sabedoria critica daquela criança... da sua visão subjetiva.

Fiquei vários anos sem ter acesso à leitura do citado livro. Quando a oportunidade apareceu, já o vi de outra forma. Observando o comportamento do pequeno principe, seu jeito de perguntar e não desistir da resposta, sua obstinação em não responder às perguntas que lhe eram feitas, me fez crer que ele era uma criança exigente e malcriada.

Numa outra oportunidade os personagens habitantes dos asteróides me deixaram numa posição incomoda. Primeiro por conta das situações sem resolução, da história de cada um deles.

Segundo, por que sou apaixonada por numerologia e todos os asteróides são numerados... parecendo uma simbologia, apesar do escritor do livro em questão detestar números e explicar o por que de confiar “o seu número e detalhes” ao leitor “... é por causa das pessoas grandes.”.

Terceiro, por que fui criada livre, numa vastidão de ceu e campo aberto... até os quatro anos de idade. Daí em diante fui confinada num local entre paredes e muros, onde havia hora para tudo. Mas, em contrapartida era um lugar amplo, arejado, iluminado, completo e onde podia interagir com várias pessoas.

Já em O Pequeno Príncipe, sua “morada” era um planetinha, que segundo o escritor seria o asteróide B 612 (B = 2 +6+1+2 = 11). (Cap. IV – fls. 17/25)

Despojado.

Percebi que em momento algum o Pequeno Príncipe mencionou sua Família, seus iguais, sua Casa, objetos, utensilios.

Lá só existiam, além dele, uma rosa extremamente vaidosa e egoísta (Cap. VII – fls. 25/34). Três vulcões (Cap. IX – fls. 32), sendo um já extinto. Sementes de baobá (Cap. V – fls. 21/23) e flores efemeras de uma só fileira de pétalas (Cap. VIII – fls. 28).

E que ele, por conta dos caprichos exagerados da sua rosa, “... se aproveitou de uma migração de pássaros selvagens para fugir”. E, a partir dai tudo acontece como num rodopio. Ele vaga de asteróide em asteróide até aportar no 7º planeta: a Terra!

Fugindo do B 612, ele chega ao asteróide 325 = 3+2+5 = 10 = 1, talvez menor que o seu próprio, habitado por um rei que apesar de orgulhoso, dava apenas ordens razoáveis. Era um sujeito simples, portanto um bom rei. (Cap. X - fls. 34/39)

Na sequência visita o asteróide 326 = 3+2+6 = 11 (2?), cujo habitante era um ser despropositadamente vaidoso. Uma cópia histriônica da sua Rosa? (Cap. XI – fls. 40/42)

Asteróide 327 = 3+2+7 = 12 ou 3, habitado por um bêbado... de pensar distorcido. Praticar um ato para esquecer que o praticou, ao meu ver, soa como uma distorção.(Cap. XII – fls. 42/43).

Asteróide 328 = 3+2+8 = 13 ou 4, habitado por um empresário, com a conotação mais desprezível que existe: INUTILIDADE. (Cap. XIII – fls. 43/47).

O menor de todos os asteróides era o de número 329 = 3+2+9 = 14 ou 5, habitado por um acendedor de lampiões que não tinha noção de coisa alguma que não fosse obedecer a ordem de manter aceso/apagado um lampião. (Cap. XIV – fls. 47/50).

Asteróide 330 = 3+3+0 = 6, habitado por um geógrafo que baseava seus conhecimentos nas informações de outras pessoas, levando em consideração o fato do informante só falar a verdade e não beber... fora isso, nada mais era questionado (Cap. XV – fls. 51/54).

E, finalmente ele aporta no planeta Terra (Cap. XVI – fls. 56 e seguintes).

Para não me alongar muito mais (sou prolixa mesmo), só resta dizer que me determinei resolver os problemas que a leitura despertou em mim, enquanto observadora da Minha Alma.

Uma frase do Pequeno Príncipe, que se encaixa direitinho no meu modo de ver a vida: “____Eu ___ disse ele, ainda ____Possuo uma flor que rego todos os dias. Possuo três vulcões que revolvo toda semana. Porque revolvo também o extinto. A gente nunca sabe! É útil para meus vulcões, é útil para minha flor que eu os possua! Ma tu não és útil às estrelas...” (Cap. XIII – fls. 43/47).

Adda nari Sussuarana
Enviado por Adda nari Sussuarana em 23/08/2018
Reeditado em 22/11/2018
Código do texto: T6427595
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