Frequentes incógnitas humanas.

"Quando assediado, fitaram os olhos em mim quase sem me deixar respirar; só que eu percebi; perguntaram-me acerca dos meus gostos, em vez do meu nome, primeiramente, depois de longos minutos silente.

Como não o (a) conhecia preferi observar e calar, inicialmente.

Insistiu, continuamente perguntando tanto como se tivesse pressa de saber tudo sobre mim, tão rapidamente?

Perguntei qual era o interesse, respondeu retrucando-me com a mesma pergunta já feita no lugar da resposta. Entreolhamo-nos.

E assim foi, não saímos do lugar. Além de parados no tempo cronológico, estávamos inertes no tempo das expectativas, pois nem tinha a coragem de ousar saber o que queria, nem eu, tampouco, dava espaço para deixar esta pessoa tão feliz.

E ali estávamos, frente a frente, dois petulantes, seguros de si, discretos ao extremo, frustados com a vida, descrentes um do outro, mas perseguindo insistentemente o respirar alheio.

Deparamo-nos com tal situação:O que parecia mais um tentativa de conquista ou descoberta acerca do outro, não passava de uma busca frustrada acerca das identidades; e era recíproco.

E logo comigo... que me considerava um ser tão singular, vivendo bem só, sem precisar de alguém para...???

Assim, continuamos como incógnitas humanas. Eu amando esta frequente condição interpretável de vida. O outro (a)? Não sei, talvez com a mesma sensação. Ambos precisando apenas que alguém os decifre."