O PÔR DE SOL (ELE, O MEU AMOR... MEU PEQUENO BEIJA-FLOR!)

O sol baixa lentamente no Ocidente, mesclando a abobada celeste com tons rosa avermelhados... a visão não poderia ser mais encantatória.

Uma menina caminha lentamente, em direção à base da grande cruz, que marca a metade da ponte, sobre o Rio Abapiar. A brisa que sopra nesse momento, lhe causa arrepios, prenuncio do anoitecer em Vali Oãs Cricosfan. A criança senta-se no terceiro degrau, aos pés da cruz. Seu rosto reflete uma tristeza infinita que se derrama pelos olhos em gotas cristalinas.

Seu nome é Sulina, a menina estranha do Vilarejo.

Os últimos raios do sol atingem os ruivos cabelos de Sulina, fazendo-os adquirir um aspecto mágico de fios elétricos que esvoaçam sob a delicada caricia da brisa que sobe do rio e a alcança na ponte, na base da cruz onde, todos os dias, ela se senta para se despedir do Sol.

Um toque delicado em seu ombro, faz com que se volte, num susto. Na sua frente está um menino, com um embrulho em uma das mãos, olhando-a encantado.

_______ ... Sulina, trouxe bolinhos de chuva pra você... foi minha mãe quem fez! Prova, estão uma delícia!

A menina olha o garoto que lhe oferece o alimento. Sua fome é imensa, mas se contém.

_______... não devia fazer isso, Benjamim... seus pais não vão gostar de saber que...

_______ ... foi minha mãe quem me pediu para trazer. Contei pra ela que vejo você, da minha janela, todas as tardes, aos pés da cruz, olhando o por-do-sol...

A garota sorri enternecida e estende a mão, pegando o pacote. Abre-o e aspira, deliciada, o conteudo. Prova um bolinho e sua expressão é de puro deleite!

______Está quentinho e saboroso! Sua mãe tem mãos de fada. Benjamim, senta aqui... tome, coma comigo!

O menino parece que esperava apenas o convite, pois a atende prontamente e se senta ao seu lado. Ambos, olhando o sol se por, comem, com prazer, os deliciosos bolinhos de chuva de dona Palmira!

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I CAPITULO

POR DO SOL... (?) (Cap. VI – fls. 24/25) ELE, O MEU AMOR... MEU PEQUENO BEIJA-FLOR!