LÍNGUA PORTUGUÊSA: OS ERROS MAIS COMUNS

- Este autor trabalha em pesquisa sobre a língua portuguesa há muito. Amealhei muitas curiosidades sobre a língua, pesquisando em livros , dicionários e artigos, tanto em revistas, como em jornais e internet. Cioso da importância, passei a copiar em um caderno, os pontos mais relevantes, curiosos ou frequentes. Neste artigo passo aos leitores contumazes o resultado de tal trabalho. Espero que gostem.

- Para ler e escrever o Português corretamente é necessário alguns cuidados! Quem domina o Português, torna mais fácil o desempenho de suas tarefas escolares, sociais e profissionais. É necessário saber dissertar, argumentar e concluir a ideia escrita.

O Português que aprendemos na escola não é o suficiente; é necessário ir além, se aprofundar. Se a questão é relativa à profissão, é essencial saber falar, ler e escrever corretamente. A leitura trás muitos benefícios. Geralmente quem lê pouco está mais propenso a escrever ou falar de forma errada; quem lê com frequência tem melhor interpretação e organização das ideias e, se tiver hábito de escrever, pode melhorar o raciocínio. A linguagem usada por nós é tal como nosso cartão de visita. Muitos profissionais, de várias especialidades, conseguem ter uma ideia formada de uma pessoa, após ouvi-la falar por poucos minutos. Saber se comunicar só traz consequências positivas. Atentem para os erros de Português mais comuns, cometidos pelas pessoas nos ambientes escolar, profissional e social. Ainda que o leitor considere o seu Português perfeito, este autor sugere atenção nas palavras e frases abaixo:

1 ) Traz / Trás

• “Traz” é a forma conjugada do verbo “ trazer”, ou seja, significa levar, transportar.

• “Trás” indica uma situação posterior, ou seja, atrás.

Exemplos:

• Não se preocupe; ele traz o documento.

• Ele escondeu o objeto atrás do quadro da parede!

2) Obrigado / Obrigada

• Homens devem dizer: “obrigado”.

• Mulheres devem dizer: “obrigada”.

3) Perda / Perca

• “Perda” é um substantivo que corresponde ao verbo “perder” e “TEM SENTIDO APROXIMADO”.

• “Perca” é uma forma verbal do verbo PERDER.

Exemplos

• O sistema deu perda total.

• Não perca seu relatório!

4) Para mim / Para eu fazer

• “Para eu”: esta expressão deve ser usada quanto ASSUME A FUNÇÃO de sujeito.

• A expressão “para mim” deverá ser usada quando assume a função de objeto indireto.

Exemplos:

• Veja se tem algum problema para eu corrigir/Preciso de férias do trabalho para eu descansar.

• Traga um documento para mim.

Dica:

• “Para eu” deve ser utilizado sempre que o sujeito for seguido de um verbo no infinitivo que indique uma ação.

5) Meio / Meia

• Quando “meio” for utilizado no sentido de “mais ou menos” ou “um pouco”, ele é invariável, pois se trata de um advérbio.

Exemplos:

• Ele estava meio chateado no trabalho hoje/Ela ficou meio nervosa depois da reunião.

Quando “meio” for utilizado no sentido de “metade”, ele irá variar de acordo com o termo ao qual se refere, pois se trata de um número fracionário.

• Ela nadou meio quilômetro e depois correu meia légua.

6) Mal / Mau

• Mal se opõe a bem.

• Mau opõe-se a bom.

Exemplo:

• Você nem imagina o mal que você me faz no dia-a-dia de trabalho. (Substantivo comum. Oposição: bem)

• Você é um mau colega. (Oposição: bom colega)

7) Chego / Chegado

Em Português culto, o único particípio do verbo chegar é CHEGADO!

Exemplo:

• O candidato havia chegado atrasado para a entrevista.

OBSERVAÇAO:

• Atualmente, a palavra “chegado” é usada, em linguagem coloquial, com o sentido de “pessoa da minha confiança”, ou “alguém em quem eu confio”.

• Exemplo: o Tonico é meu "chegado"!

CHEGO é 1ªpessoa do Presente do Indicativo.

Exemplo:

• Eu sempre chego cedo à empresa.

• “Importante: é extremamente errado, além de soar muito mal aos ouvidos dizer, por exemplo: “..quando cheguei em casa, ela já havia (tinha) chego”!

8) A princípio / Em princípio

• A princípio equivale a “no início”.

• Em princípio significa “em tese”.

Exemplos:

• Achamos, a princípio, que ele estava falando a verdade.

• Em princípio, você será a melhor pessoa para desempenhar este cargo.

9) Faz / Fazem

Sempre que desejarmos utilizar o verbo “fazer” para referir tempo decorrido ou indicação de fenômeno atmosférico, devemos utilizar apenas a sua forma conjugada no singular.

Exemplo:

• Faz dois meses que trabalho nessa empresa.

Importante: é extremamente errado e soa mal, dizer-se: “... fazem dois meses que trabalho nessa empresa”!

10) Porquê / Por quê / Por Que / Porque

A) O “por que” (separado e não acentuado) tem dois empregos diferenciados: quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”.

B) E quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

C) Por quê: quando vier antes de um ponto, seja final, exclamação, interrogativo, o POR QUÊ” deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

D) O porque é uma conjunção causal ou explicativa, com significado aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

E) Já o porquê (junto e acentuado) é substantivo e tem significado de “a razão”, “o motivo”. Além disso, vem acompanhado de pronome, artigo, adjetivo ou numeral.

Exemplos:

• Por que você não vai à REUNIÃO? (por qual razão); ou Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

• Os lugares por que passamos eram encantadores. (pelos quais).

• Andar cinco quilômetros para ir ao trabalho, por quê? Vamos de carro!

• Não fui trabalhar hoje porque estou doente.

• O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrado. (motivo); ou Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

11) Responder o / Responder ao

• Importante: é extremamente errado dizer-se:”...Ele não respondeu o meu e-mail”.

• A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta a alguém, é sempre indireta, ou seja, exige a preposição “a”.

Exemplo:

• Ele não respondeu ao meu e-mail.

12) Demais / de mais

• Demais transmite, principalmente, intensidade.

• De mais transmite, principalmente, quantidade além do necessário.

Exemplos:

• Você se preocupa demais com as coisas.

• Comprei comida de mais; vai sobrar para amanhã!

12) Chegar em (de)/ Chegar a

• “Chegar a” é a FORMA CORRETA de regência do verbo chegar.

• “Chegar em (de)” é a forma com que o sujeito chega a algum lugar.

Exemplos:

• Meu pai já chegou a São Paulo.

• Ele chegou de ônibus em São Paulo.

13) Tem / Têm

• Tem refere-se à 3ª pessoa do singular (ele) do verbo “ter”, no Presente do Indicativo.

• Têm REFERE-SE AO MESMO tempo verbal, porém na 3ª pessoa do plural!

Exemplos:

• Ele tem um trabalho difícil na empresa.

• Eles têm feito o que podem nesta empresa.

14) Há / a

• “Há”: Para indicar tempo passado, usa-se o verbo haver.

• “A”, como expressão do tempo, é usado para tempo futuro (ou distância).

Exemplos:

• Atuo no setor de controladoria há 15 anos.

• Ele mora a duas horas do escritório/Daqui a duas semanas.

15) Onde / Aonde

• ONDE indica permanência, e se refere a um lugar em que alguém ou alguma coisa está.

• AONDE indica movimento, e se refere ao lugar para onde alguém ou alguma coisa vai.

Exemplos:

• Não sei onde estou. (em que lugar?)

• Aonde você vai usando essa roupa? (em qual lugar)

16) Senão / Se não

• “Senão” significa “a não ser”, “caso contrário”.

• “Se não” é usado nas orações subordinadas condicionais.

Exemplos:

• Rafael não faz outra coisa senão trabalhar.

• Se não passar o ônibus, Renata irá a pé para a faculdade.

17) Ao meu ver / A meu ver

• “Ao meu ver” não existe; por isso a forma correta é “a meu ver”.

Exemplo:

• A meu ver, esta situação deverá ser resolvida ainda hoje.

18) Nada haver / Nada a ver

• A forma correta é “nada a ver”.

• A forma “nada haver” só pode ser usada em linguagem policial ou jurídica.

Exemplo:

• Eu não tenho nada a ver com seu problema.

• O policial afirma, após investigação do caso, nada haver encontrado.

19) A fim / Afim

• “A fim de” é utilizado na locução propositiva para indicar um propósito, uma intenção ou uma finalidade. Em contextos informais, esta locução é utilizada com significado de estar com vontade, desejo ou interesse em alguém ou em alguma coisa.

• A palavra “afim” pode ser um ADJETIVO OU UM SUBSTANTIVO. Como substantivo, indica pessoas que são parentes por afinidade ou partidárias. Como adjetivo, se refere a coisas que são semelhantes, possuindo uma ligação.

Exemplos:

• Interesse: neste momento eu estou a fim de ficar sozinha.

• Propósito: Aline trabalhou muito a fim de ser escolhida para este trabalho.

• Adjetivo: o Espanhol é uma língua afim com o português.

• Substantivo: para meu aniversário, convidarei parentes e afins.

20) Quis / Quiz

• Quis é a forma conjugada do verbo “querer” no pretérito perfeito do indicativo, na 1.ª ou 3.ª (eu ou ele) pessoa do singular.

• Quiz é um substantivo masculino e significa questionário.

Exemplos:

• Eu quis este cargo durante toda a minha vida.

• Respondi ao quiz.

21) Esta / Está

• Esta é um pronome demonstrativo feminino e é usado para indicar algo.

• Está é a flexão do verbo “estar”.

Exemplos:

• Esta aqui é a sua tarefa de hoje.

• Larissa está estudando diariamente.

22) Cumprimento / Comprimento

• A palavra cumprimento se refere a uma saudação ou ao ato de concluir (cumprir) alguma tarefa ou obrigação.

• A palavra comprimento se REFERE AO TAMANHO de alguma coisa ou alguém, indicando uma extensão longitudinal, vertical ou temporal.

Exemplos:

• - O aluno cumpriu todas as suas obrigações; ele cumprimentou todas as pessoas da festa.

• O comprimento do seu vestido está muito comprido.

23) Pago / Pagado

• Pago: pagamento efetuado; que se pagou; algo dado em pagamento.

Importante 1: “pagado” é palavra que não existe!

Importante 2: Sentido mais entendido especialmente no RS, "pago" também significa terra natal, rincão ou querência.

24) Ganho / Ganhado

• Ganho: aquilo que se ganhou; lucro; vantagem; proveito.

Importante: "ganhado" é palavra que não existe!

25) Como fazer uma boa redação

Nem todos gostam de escrever, porém muitas vezes é necessário saber fazer uma boa redação, seja para algum concurso, vestibular ou até para se usar o conhecimento no dia a dia de trabalho. Porém, para escrever há que se ter atenção. Repasso algumas “dicas” (sugestões).

Uma boa redação não serve apenas para mostrar competências linguísticas e criatividade. Quando escrevemos e criamos, inconscientemente documentamos nossas dúvidas e carências de aprendizado. Erros fundamentais, embora pequenos, podem ser motivo de desclassificação de um concurso, ou prova escolar, ou ainda motivo de demissão de um emprego. É fundamental saber escrever corretamente.

Sabendo da importância deste assunto, a seguir preparei dicas importantes para aprender a criar uma boa redação. Preparados? Vamos lá!

25A) Estrutura da Redação - Introdução

A pessoa interessada em aprender, de início deve fazer a introdução, que é um parágrafo de 2 a 3 frases apenas. Na introdução, deverá colocar apenas o básico, dizendo sobre o que irá falar na redação.

a) Desenvolvimento

O desenvolvimento pode ser considerado o corpo da redação, onde você deverá argumentar e discutir sobre o tema. Pode conter vários, ou muitos parágrafos.

b) Conclusão

É a parte final de sua redação. Pode-se fazer a conclusão com apenas um parágrafo, com 2 a 4 frases. A isso, chamamos de “fechamento do texto”.

c) Veja abaixo um exemplo:

 Para ser considerada uma boa redação, o indicado é fazer no mínimo quatro parágrafos, divididos em introdução, desenvolvimento (duas partes no mínimo) e conclusão, como falamos acima.

 É comum que o número de linhas do texto seja estipulado em concursos e vestibulares, e geralmente pede-se que o candidato faça uma redação de até 30 linhas. Respeite o número mínimo e máximo de linhas, pois qualquer linha “extra” será desconsiderada na correção.

 Cuidado para não fazer um texto de enrolação. Seja objetivo e vá direto ao ponto. Muitas pessoas “se perdem” na redação, recheando o texto com frases desnecessárias. Há quem diga que utilizar uma linguagem rebuscada e com expressões refinadas pode impressionar os leitores que irão fazer a correção, porém é importante saber que “enfeitar” a redação não vai fazer com que você pareça mais inteligente. Lembre-se que o mais importante é criar um belo texto, que seja OBJETIVO.

 Respeite o recuo dos parágrafos, nunca pule linhas entre um parágrafo e outro, e tenha cuidado com sua letra, que deve ser legível.

 Não são todas as provas que exigem um título. Caso ele seja solicitado, prefira títulos curtos e não se esqueça de que deve ser constituído por uma frase nominal, ou seja, nada de verbos. Seja criativo, e lembre-se de não pontuar ao seu final.

 Tente manter o seu texto equilibrado. Evite períodos longos – que podem causar dúvidas no momento da pontuação – e também frases muito curtas. No entanto, este autor recomenda a leitura de textos de Dalton Trevisan, autor consagrado que tem seu forte na execução de textos com frases curtas.

25B) Redação

1. Perguntas para facilitar a redação de um texto

2. Introdução: “o que eu penso sobre isso?” – em relação ao tema.

3. Desenvolvimento: “quais as causas disso?”; “como posso provar isso?”, “de que forma posso realizar isso?”, “quais as consequências disso?”, “como isso acontece?”.

4. Conclusão: “Que lição pode ser tirada disso?”.

a) Dicas para melhorar sua redação:

1 a) Se atualize

Se o assunto se refere às atualidades, o autor tem que se informar sobre as últimas notícias do mundo. Se o texto é para um vestibular, pe, isso também se aplica, porém o estudante deve ficar ainda mais atento. O estudante deve procurar entender o funcionamento da sociedade. Acontecimentos recentes e marcantes, como temas políticos, catástrofes naturais, guerras e meio-ambiente, são temas em potencial.

2 a) Leia (muito e sempre)

Pessoas que escrevem bem têm um hábito em comum: a leitura. Deseja escrever bem? Então comece a ler (e se possível, nunca pare). A leitura é fundamental para quem deseja construir uma boa redação. Livros, jornais, revistas, sites, não importa o que for, basta ler. A leitura pode enriquecer seu repertório, fazendo com que seus argumentos do texto ganhem novas palavras e não seja raso.

Pode parecer difícil no começo, porém, como todo hábito, você irá aos poucos se acostumar e até começar a gostar de ler. Saiba que um bom escritor é, obrigatoriamente, um bom leitor.

aiii) Escreva, leia e analise; reescreva, releia e reanalise

Escreva. Leia. Analise. Reescreva. Faça isso até sentir segurança da sua redação. Se possível, peça para alguém ler e fazer correções. Estude sempre com antecedência, e nada de praticar a redação na última hora. Além disso, o texto deve ser reescrito mais de uma vez. Quando mais você escrever e reescrever, mais você poderá aperfeiçoar sua redação.

aiv) Identificação de erros

Leia alto para outra pessoa, que possa ajudar você a identificar possíveis erros. Se for possível, peça ajuda para um professor ou alguma pessoa com conhecimento específico na área.

av) Tenha um bom português

Lembre-se que é muito importante escrever de forma correta, sem erros de português. De nada adianta fazer um texto criativo e completo, com introdução, bom desenvolvimento e conclusão, se estiver cheio de erros gramaticais e de concordância. Saiba que um bom português faz parte das competências avaliadas. Por isso novamente vamos indicar que você LEIA MUITO. Quanto mais leitura, mais chances dos erros sumirem, ou ao menos, diminuírem.