CRESCER
Que bela manhã
Com cor de avelã.
Durmo até tarde
Lá vem o alarde.
É hora do almoço
Estou no calabouço.
É sono profundo
Cansaço do mundo.
Ninguém entende
E nem compreende.
Estou no limite
É quase um convite.
Sou um vulcão
Em extrema erupção.
Vivo explodindo
E sempre ruindo.
Queria ser ouvido
E também entendido.
Grito no escuro
Meu mundo obscuro.
Estou no deserto
Com o mundo por perto.
A todos recorro
Pedindo socorro.
Meu olhar se perde
Na vida que segue.
Preciso me encontrar
Em algum lugar.
Cresço assim
Fugindo de mim.