HERBARIUM – A HISTÓRIA (RPG)... em construção
É a madrugada tranquila do dia 5 do mês de abril do ano de 1878.
O sol vem de mansinho, desfazendo a escuridão das nuvens, tingindo-as com um tom rosado... esplendoroso!
Um vagido forte quebra o silêncio. Uma menininha acaba de nascer com o Sol.
Sua Avó já escolhera seu nome: Guilherminah. A Antiga. A Protetora Resoluta Decidida e Corajosa. A Guerreira.
Guilherminah cresce em uma família harmoniosa que cultiva a Terra, tirando dela seu alimento, suas vestes e calçados e principalmente seus remédios.
Herdeira da Sabedoria de suas Antigas, a menina desenvolve o gosto pela cura através dos benzimentos, das infusões e decocções. Suas Antigas, descendentes de Culturas, conhecem o Segredo da Terra, d Água, do Ar e do Fogo. Veneram a MÃE, e acima de qualquer sentimento, cultuam o Sagrado Vínculo Familiar.
Guilherminah cresce lado a lado com plantas, animais e nascentes. Seu coração se encanta com o amanhecer, com o nascimento, com a Vida!
Aprende rápido os mistérios da cura, e sente uma alegria imensurável ao colher flores, folhas, cascas, frutos e raízes para fabricar as poções que curam as dores, do corpo e d'Alma, das pessoas. Sua Avó, vez por outra, comenta...
_____ Minah, você é uma Alma Velha, ocupando o corpo de uma criança. As outras meninas gostam de brincar com crianças da mesma idade... você prefere me acompanhar... ajudar...
Ela olha para a Matriarca, com seus olhos-cor-de-mel e faz beicinhos, os olhos inundados de lágrimas...
_____... a Senhora disse que eu podia, Iáiá!
A velha senhora ri , um riso contido, de puro encantamento.
Um dia, o Coração de Guilherminah se encanta com o sorriso de Frederico, o jovem ferreiro da pequena cidade em que nascera. Não demora muito e estão casados. Pouco tempo depois, nasce o encanto maior, daquela que se encanta com o Dom da Vida: Clementinah! Uma linda menininha de pele, cabelos e olhos claros, muito diferente de sua mãe. A criança recebe, igual às outras mulheres da Família, um apelido carinhoso: Tinah.
Tinah cresce robusta, saudável e muito esperta.
(…)
Guilherminah resolve terminar a poção, mesmo colocando sua integridade física em risco. Ela sabe que o local onde a flor se encontra, é íngreme e perigoso, mas a sua paciente precisa tomar o remédio ou morrerá.
Seus dedos tocam as pétalas da flor. Quando ela agarra o caule e tenta arrancar a planta, o galho que a mantém suspensa se parte e ela despenca no vazio.
(…)
A visão borrada pela intensa agonia, ainda assim deixa-a ver a face da Anciã que a mantém nos braços.
_____Iáiá... estou morrendo?
_____Não tenha medo querida, você vai ficar bem!
A dor lancinante das perfurações levam-na para outro tempo/espaço... sua vida passa diante dos seus olhos moribundos, como cenas, de um filme, em alta rotação.
É o Abraço.
…
(continua)