É Louco O Efeito Dela, parte II

Ela virou depressa e me encarou, parecia brava e confusa. Eu a soltei e pedi desculpas.

_Eu sou o Dylan, nos vimos em um casamento há alguns dias, e ainda não sei o seu nome.

_Ah, oi Dylan, lembro de você.

Ela anotou algo em um papel me entregou e saiu.

_Desculpa, tenho que ir.

Como essa mulher adora me intrigar. Antes que eu pudesse abrir o papel a Mari me abraçou por trás.

_E aí baby, vamos?

Eu não gosto de esconder coisas da minha melhor amiga, mas por enquanto era melhor ela não tentar me ajudar. Fomos jantar em um restaurante ali perto, estava louco pra saber o que ela tinha escrito, mas tive que conter minha curiosidade por algumas horas.

Quando finalmente estava só, abri o papel, confesso que esperava ver o seu nome, mas não.

“Rua jardins, 488, amanhã, 20:00 horas”. Eu não sabia o porquê daquilo, mas com certeza estaria lá.

No dia seguinte contava as horas pro dia passar logo, nem na aula prestei tanta atenção. Sei que ansiedade por qualquer outro motivo não ia ter o mesmo efeito, sempre achei estanha essa capacidade que as mulheres têm de mexer com a gente.

_E aí, o que achou do tema do trabalho?

_Ah, eu nem sei, anotei, mas não prestei tanta atenção, você deveria me perguntar a mesma coisa amanhã.

_ Mas vejam só, até o super Dylan viaja na aula.

_Nem venha tirar onda seu perdido.

_Rs, mas e aí, qual o nome dela?

_Nem eu sei cara, nem eu sei.

_Vixe, to indo nessa, valeu super Dylan.

Finalmente chegou o horário, fui sem saber ao certo o que procurar, era um restaurante, tipo um barzinho, lugar legal. Entrei sem saber o que ia encontrar, sentei pra esperar. Alguém começou a cantar Maria Gadú, me virei pra assistir e era ela! Pedi algo pra beber enquanto a ouvia. Tamanho era o meu fascínio que devia estar estampado na cara, ela não conseguiu esconder o riso ao olhar pra mim.

Acabou o show, depois de alguns minutos, ela veio falar comigo.

_Dylan! Você veio! Vem, vamos dar uma volta.

_Espera, vai me dizer o seu nome agora voz bonita?

Ela sorriu de um jeito lindo, olhando pra baixo e ajeitando o cabelo atrás da orelha, depois me olhou:

_Claro, sou a Lis.

_ Lis, Lis, eu passei vários dias curioso por sua causa.

_Rs, então vem.

Ia em direção ao carro, mas ela segurou minha mão:

_Vamos dar uma volta a pé, a praia fica pertinho e eu adoro sentir a areia nos meus pés à noite.

_Tudo bem.

Não importava o que ela falasse conseguia me prender de uma forma que não sei explicar. Conversamos muito aquele dia.

_Eu sempre vinha aqui quando era criança, tenho boas lembranças.

As minhas já não eram tão boas, mas esperava que ela me fizesse esquecer por um momento, e ela era mesmo boa nisso.

_Você canta muito Lis.

_RS, você acha? Comecei a cantar pra ajudar a pagar minha faculdade de Direito, mas a música tem se tornado uma paixão.

Acabamos deitados na areia, falamos de nossos gostos, do nosso dia-a-dia, ela era incrível, inteligente, engraçada, linda e intrigante, claro. Fui levá-la em casa e dessa vez não esperava mais que um beijo, eu queria muito beijá-la. Quando ela chegou bem perto e sussurrou:

_Você pode escolher se quer um beijo hoje ou quer me ver amanhã.

Meu Deus!

_Não posso ter os dois?

_Só um.

Difícil, mas eu já tinha esperado mais tempo.

_Que horas te vejo amanhã então?

_Bom, não vou ter trabalho amanhã, podemos nos ver depois da faculdade.

_pronto.

Ela me passou seu número e se despediu com um demorado beijo no rosto.