Inclusão social
Chegar, de morada, a Pitangui, proveniente do povoado do Brumado, em fins da década de ´50 era um desafio arretado. A sede municipal então era aquele deslumbramento, com seus prédios imponentes, um comércio efervescente, e até no falar - mais confiante - de sua gente.
O Brumado, que se resumia a feudo da Companhia, verdade que dava aquela sensação de harmonia, pois duma espiada, a vista quase tudo cobria e tinha até aquele quezinho de reserva argumentativa, ao poder provar por a mais b que se estava mais perto da Capital. E da mataria, por óbvio sinal. Mas não é que a gente se sentisse desamparado de todo: tínhamos emprego pleno, a ferrovia, o campo gramado, o bar do Teco, e a devoção de DonIria pra nos passar tudo o que sabia - menos a coleção completa da revista O Sesinho, que de minha ânsia, mantinha à distância...
Mas chegados em Pitangui, vovó, com seus cinco filhos solteirões, papai, mamãe, e sua prole de 6, e embora tendo achado residências vizinhas e condignas, achamo-nos meio perdidos na noite - e fora da boîte. No que tange, e tanto, à integração à sociedade local.
Se permanecia o status operarial, que a estabilidade getuliana garantia, um ror de coisas no ar pendia. Escola era uma delas, que nos tocava mais de perto. Mas havia até coisas como conseguir os fiado mais imediatos, feito armazém, farmácia, padaria...e uma ou outra ingrizia.
Até frequentar a imponente matriz era coisa formidável, ainda que formigável pra nossa fé inabalável. A adequação aos horários de missas e outras liturgias, os próprios bancos que pareciam conquistados pela antiguidade, uma parada, em adinâmica velocidade...ou velucidade?
Uma das formas de se ir ganhando espaço, foi começar preenchendo os ramalhetes espirituais, onde até as jaculatórias contavam mais e, por supuesto, acompanhar enterros, que além de expressão de simpatia, oportunidade de exposição pública se oferecia. E a gente, penitente, até carpia.