Construindo um muro
Eles eram o tipo perfeito do "não dá certo". Eram certos demais naquilo que queriam, se perdiam um no outro a procura do amor perfeito. Era dela que ele necessitava, mas preferia se entregar a quem não queria nada. Ambos, com seu jeitinho " tô certo disso", vivem como desconhecidos pelo mundo. Quem olha, percebe o casal que ali já viveu, mas eles insistem em matar todos os dias. No fundo, ela queria ser amada, sabia que era por ele, mas não demonstrava, queria conhecer outros amores, outras dores, porque ele já tinha derramado suas lágrimas. Ela não se importava, choraria mil e uma vezes, sem falar nada. Enquanto os anos se passavam, o tal amor "não dá certo" estava a caminho da sua felicidade mas não enxergavam. Ele não suportava mais as discussões que ela inventava, cansava daquele jeito de menina mimada, mas amava quando a fazia mulher. De manhã começava tudo de novo, era tudo o que eles queriam, um ao outro, mas não falavam, não deixava que nada daquilo que um dia foi amor, acontecer de novo, por medo, por insegurança. Ele não queria magoar quem o fazia tão bem. Amava o sorriso dela, a gargalhada que ele tanto esperava ouvir durante o dia, e suas lágrimas o destruía. Ela queria sorrir pra ele, todos os dias, mas construíram um muro entre o sentimento mais lindo que haviam feito juntos.