história infanto/juvenil da Dona Avareza

A Dona Avidez

Introdução

Dedicada a todos os que fazem da Avidez o grande objectivo de vida perdendo-se nas sombras do mal e não mais quererem encontrar a paz do amor e da amizade.

0s olhos de quem é amigo

São tão puros e leais

Triste ver os dos inimigos

A quererem-nos assustar

Quando se olha nos olhos

E se vê neles o desdém

Que má dita me quereis?

E não me desejardes bem.

Interrogo-me tantas vezes

E o faço com razão

Porque é assim seu viver

Perderam o coração?

Se o perderdes por amor

E não tiveram retorno.

É razão para o acharem

Mas não nos deiteis as culpas.

Porque assim desatinais.

Sois assim por arrogância

Acanhamento ou avidez?

Seus olhos derramam desafecto

E muita abatimento.

Assim escolho a avidez

Que é o sinal maldoso

De quem anda em crise

E se torna mal disposto…

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Assim vou contar uma história…

Vamos lá.

Era uma vez.

A história da Sra. Avidez.

A Avidez por tudo querer.

Invejar o que o outro tem.

Dizia desejar o sol.

E guardá-lo para seu bem.

Que não o visse ninguém.

Ou nenhum o pretendesse.

Troçava de toda a aldeia.

Altiva e desdenhosa.

A todos fazia cara feia…

Com seu ar de orgulhosa.

Lá na aldeia lamentavam.

Que ela assim fosse bravia.

Mas que haviam de dizer.

Se ela era presunçosa.

E se a todos consumia.

Desejava tudo ter.

Tudo ela amontoava.

E até se dedicava.

Então não querem lá vêr?

A roubar, o que cobiçava.....

Certo dia resolveu.

Que era o Sol o que mais queria.

Era a sua ambição.

Sua grande alegria

Preparou então a trouxa.

Com um grande farnel.

Pôs-se logo a caminho.

Não iria desistir.

E ai de quem lho fosse pedir!

-

Subiu ao alto da serra

Subiu subiu a escalar

Perdeu quase o fôlego

Já nem podia falar.

Mas subia, subia sempre.

Subia já a arrastar…

Ela já estava cansada.

Mas o sol queria apresar.

Viu uma nuvem a chegar.

pensou logo, tenho transporte.

mas que sorte mas que sorte

Saltou para cima dela.

mas como era ambiciosa.

E de ninguém gostava.

e muito mal educada

Nem sequer pediu permissão

Para a nuvem a levar

A pobre queria escapar…

Mas não se livrou dela

já se encontrava instalada

E traz…zap…zap.. apanhou o sol

Que se estava a espreguiçar.

Pois acabara de acordar.

Para o dia iluminar.

Dom Sol bem esperneou.

Tentou perceber tal motivo.

De ser assim sequestrado.

Dentro do seu abrigo.

Não querem lá ver a atrevida

dizia Dom Sol zangado.

Que vem ela aqui fazer?

Mas que grande desaforada.

Larga-me sua malvada.

Agarrada ao seu tesouro.

Triunfadora e feliz.

Dona avareza desceu.

Desceu depressa e caiu.

Mas depressa se levantou.

Sacudiu-se e avançou.

Seus olhos avaros sorriam.

Estava a fazer uma maldade.

Disso ela o sabia

Mas o sol já lhe pertencia.

Era isso o que ela queria.

Mas cá em baixo na terra.

Olhavam-na com horror.

Que andava a louca avareza

Lá por cima sem temor.

Seguiu ela para a sua toca.

Passou de rompante por todos.

Guardou o sol numa arca.

Fechou-o a sete chaves.

Veio para porta emproada.

Sentada de perna cruzada

Para saber as novidades.

O que se dizia por ali

Acerca da sua viagem.??

Ó vizinha ó vizinha!!!

Está a aldeia assustada?

Diga lá o que se passa?

Perguntava a safada.

E ria a tonta forreta.

Num desvario delirante.

O que falavam de si.

Para ela tudo era treta.

Só treta de maus falantes…

Nem reparou tão-pouco.

Na imensa escuridão.

Não era chuva nem vento.

Também não era o trovão.

O que seria então?

À pouquinho era dia.

E agora escuridão?

Mas o que se está a passar?

Perguntava para si.

A doida da Avareza.

É melhor eu me fechar.

Com a minha riqueza.

Isto aqui anda mistério.

Querem roubar-me de certeza.

.

Irracional Dona Avidez.

Nem sequer se apercebia.

Que não era noite, era dia.

Mas um dia de apoquentação.

Para toda a aldeia

que andavam numa aflição.

Ah …por isso a escuridão!

Isto passa isto passa.

O dia já vai clarear.

E eu vou laurear.

As forças já lhe faltavam.

A terra já se finava.

O sol era a energia.

A força para viver.

Sem o sol o que acontecia.

Todos iam morrer.

Chorava a benéfica Dona Galinha Gorda.

Com seus ovinhos a chocar.

Seus pintainhos por ali

a quererem almoçar.

Tropeçavam uns nos outros.

Ouviam-se os seus lamentos.

Dom. Mocho e Dona Coruja

Já faziam juramentos.

Por tais acontecimentos.

Está a ouvir Dona Avidez!

Vá pôr o sol no lugar!

Meus filhinhos não vão nascer.

Meus pintainhos querem comer.

Dizia Dom Galo Pimpão.

Que era todo espertalhão.

E começou a protestar…

Dona Avidez bem trancada.

Nem sequer ouvia nada.

Comia o seu chocolate.

Porque ela era gulosa.

Para além de cobiçosa

Queria lá saber.

Da tonta galinha gorda.

E dos feiosos pintainhos.

Ou do galo galaró

As forças já lhe faltavam.

Tinha fome e tinha frio.

Mas o sol ela o guardava.

E tinha muito atavio.

Passou o dia e a noite.

E outra noite se seguiu.

todo o mundo assustado.

Rodearam-lhe a toca.

Mas quem é que se atrevia.

À Sra. incomodar.

O silêncio se fazia.

Parecia casa vazia….

E todos se interrogavam.

Andando à roda da toca.

Pensantes e receosos.

Foi então que o pintainho malhado

Ligeiro astuto generoso

Que a todos tinha estima

E de todos afectuoso

Disse com ar orgunhoso.

Quem vai lá dentro sou eu.

Vou ver o que aconteceu.

Entrou por um buraquinho.

Onde só ele cabia.

Assustado pois então.

Pois quando entrou de rompão.

com a força que fazia

pois ficara entalado

Quase cai no caldeirão.

Viu então e com espanto

Dona Avareza gemendo

Sem forças no chão caída

Rodeada de riquezas

E de grande provimento

Que dava para um regimento

Veio cá fora aclamar.

Ó gente venham cá todos!

Venham aqui socorrê-la.

Dom Sol está descontente.

Barafusta lá na arca.

E ninguém lhe vai valer?

mas todos ficaram quedos.

Eles tinham era medo.

Então o pintainho malhado.

Valente e muito ousado.

E já um tanto danado.

De tanto esforço fazer.

Mas como tinha bom coração.

Socorreu Dona Avareza.

daquela aflição....

Triste só e solitária.

E muito agradecida.

No meio da sua cobiça.

abrio a arca e deu Dom Sol.

Ao lindo pintainho.

E arrependida pediu.

Que o fosse devolver

Onde ele sempre viveu.

Ruindades não queria fazer.

E ainda disse mais

Ela iria repartir

Por toda a aldeia ofendida

Os seus bens acumulados

Prometendo emendar-se

E nunca mais fazer maldades

Dom sol estava uma peste.

bem a queria repreeder..

danadinho para lhe dar..

um bom puxão de orelhas.

Mas com ele veio a alegria

Era dia ...gritavam todos.

Foi-se a noite veio o dia.

e até dela se esqueceu.

E assim aconteceu.

O sol voltou a brilhar.

Lá no alto de tão alto.

Que só a vista alcançava.

Sorria matreiro divertido.

E também agradecido

Livra desta me safei.

Dizia o brincalhão.

Piscou um olho ao pintainho.

Enviou-lhe um raio de brilho

Do seu sol radioso.

Para assim o compensar

Pela sua bela acção.

E a terra voltou a sorrir…

Tudo voltou ao normal.

Envergonhada Dona Avareza.

A todos pediu perdão.

Todos lhe deram a mão

Ela apanhara uma lição

Decerto ia emendar-se

E ao lindo pintainho malhadinho

Fizeram um festão.

E todos foram bailar

Pôs-se o sol veio a noite

Convidaram todos os habitantes

Das aldeias em redor

E todos a festejarem

Nasceu o sol no outro dia

Numa luz que sorria

Que até apetecia

Ir lá acima amimar…

.

E assim terminou a história

Que não é de pasmar.

Mas é de encantar

Sendo apenas a mensagem

Que interessa meditar.

A avareza é um grande mal escolha-se ser generoso como o pintainho malhadinho

De Tétita

Etelvina Costa

Julho de 07

Histórinhas próprias para compor peças infantis e para narrações orais.

Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 24/07/2007
Reeditado em 28/07/2007
Código do texto: T577119
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