Percebo que algumas pessoas estão provando a paixão política.
 
Certa vez uma querida colega comentou:
_ Paixão é uma doença, Ilmar!
Analisando a forte afirmação da moça, concordo plenamente.
A paixão, nesse caso o fascínio amoroso, palpita o coração, faz querer estar ao lado do ser querido, não admite barreiras, estimula conquistar custe o que custar e proporciona o único pensamento de seduzir, beijar, namorar, dividir a cama, conhecer os sonhos, repartir os espinhos, beijar os pés da amada, a eterna namorada.
Os apaixonados, literalmente falando, enlouquecem.
Por exemplo, elas querendo demais minha doce companhia, precisam suportar um ronco o qual acorda o quarteirão.
Efeito de uma apneia que ainda não tratei, o barulho impede o sono das princesas, contudo, completamente entusiasmadas, estimuladas pela mais forte paixão, as gatas topam tudo.
_ Ah! Que melodia! Parece um rouxinol cantando!
 
Essa insanidade afetiva, quando se transforma em entusiasmo político, parece que ilude ainda mais, deixa a prudência esquecida, consegue motivar rancor e inimizades.
 
Basta! Eu não quero voltar a discutir política.
Estou zangado, decepcionado, bastante revoltado, talvez admitindo sair do Recanto, no entanto meu desencanto nada tem a ver com o golpe, Dilma ou Lula.
 
Li, num comentário, que sou um tribufu e devo consultar o espelho.
Socorro! Não sei o que fazer!
Eu imaginava que era tão bonito quanto Brad Pitt e Tom Cruise, passei a engolir a informação de que sou um simpático tribufu.
 
Se eu atravesso a rua, elas suspiram.
Quando as acaricio, as fofas desmaiam.
Depois de possuí-las, as deusas pedem bis.
Como posso entrar na cruel lista dos tribufus?
 
Caso a avaliação da carinhosa não-autenticada esteja correta, todas as mulheres que acariciaram minha cabeça, fazendo um delicioso cafuné e coçando meu nariz, mentiram.
Eu não era o Brad nem o Tom, apenas fazia sucesso inventando rimas toscas, deixando a metáfora fluir enganadora, sem conter a hipérbole do desejo sedutora.
Tudo ilusão, uma farsa, jamais a beleza quis me namorar!
 
Vou cancelar os próximos encontros, parar de assobiar quando uma gostosa caminha, evitar fazer delirar a pele tão cheirosa, ouvindo a flor pedir “Ah, meu mar, Ilmar, vem amar!”.
 
Necessito me esconder, ir ao vale dos dragões, talvez descansar na Lua, ignorar qualquer beldade, aceitar a amarga verdade:
Eu sou um tribufu, vivia um tremendo engano, o destino agora prefere o real plano, a vida sugere um pano, vou cobrir o rosto, admitir o encanto suposto, lastimar o galã, no canto, deposto, ver emergir o trauma, chorar a alma, incrível fato, sensível ex-gato.
 
Não existe papo, galera!
Desiste, sou sapo, já era.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 01/04/2016
Reeditado em 01/04/2016
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