A passagem do amor
Tudo na vida que tem começo tem fim. Nada é eternamente. Mesmo que passe séculos para se acabar, para a natureza destruir. Mas com algum tempo, logo é seu o fim.
O amor, por exemplo, o mais complexo dos sentimentos, lindo, doce, gentil, mas também preocupante; amargante e doloroso. Há os que digam: “Quem ama verdadeiramente, o amor jamais chegará ao fim...”. “Ninguém jamais esquece uma pessoa amada”. “Nunca diga que esqueceu a pessoa amada, diga apenas que consegue falar o nome dela sem derramar uma lágrima”.
Por tanto, digo, Por mais que se demore, que passe séculos e séculos, nós esquecemos aquele amor que fica penetrado em nossa mente. Assim como o ferro, o aço, a floresta se acabam, o amor aos poucos vai se indo de gota a gota.
O verdadeiro amor, nós nunca o esquecemos, mas a dor do sofrimento que aquela pessoa nos proporcionou é maior e mais penetrante que aos poucos perdemos a vontade de amar.
O amor nos faz reviver, rejuvenescer, voltar a ser criança. É tão bom amar, saltamos, pulamos, rimos. As horas, minutos, segundos passam sem percebermos. Quando estamos com a pessoa amada não importa o que aconteça, parece que estamos no paraíso.
Passamos por tudo para poder está perto do nosso amor. Cedemos muitas coisas, embora depois, refletimos, mas no momento só vemos aquela pessoa, é como se fôssemos servos daquilo.
Quando, por algum motivo, nos afastamos da pessoa de quem amamos, bate um desespero, aperto no coração... ficamos sem chão. É incontrolável. Perdemos a vontade de amar. Por vários dias ficamos deprimidos, sem razão para viver. Só vem a mente o rosto daquela pessoa.
O tempo passa, choramos, nos desesperamos e logo depois percebemos que tudo isso não vale a pena e que o mundo nos reserva coisas melhores.
O amor é algo inexplicável. Amamos se possível eternamente. Mas o amor um dia acaba e só assim acordaremos para o mundo.
E com as surpresas da vida, o amor logo renasce e começa tudo novamente...
Berlandia Paiva