OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - 10
OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - CAP. 10
Ana adormeceu, assim como Tom. Beirando dez horas da noite Ana acorda e percebe que também dormira muito. Estranha o fato de o abajur estar aceso. Olha Tom que dorme sossegadamente. Resolve tomar um banho – embora não muito calor, mas um banho sempre faz bem.
A água começa a descer suavemente pelo seu corpo. O sabonete suave desliza deixando-lhe pequenas bolhas que são levemente por ela estouradas. Mas o barulho suave é quebrado pelo leve ranger da porta a se abrir.
- Não resisti... Posso entrar?
- Não deveria, mas já que veio...
Tom adianta um passo, retira a cueca, puxa a cortina e pára diante de Ana. Mede-a de cima a baixo. Ana faz o mesmo, observando – ambos – cada detalhe do corpo alheio.
Ana afasta-se da água do chuveiro e faz sinal para Tom. Este não recusa e deixa a água cair sobre seu corpo. Meia noite dois corpos tombam sobre a mesma cama...
Em Brasília ao darem entrada no Hotel recebem um envelope. Tom e Ana seguiram rapidamente para o quarto. Ana estranhou ter no quarto quatro computadores, impressoras, scanner, fax – uma aparelhagem completa de rede de comunicação.
Tom leu a mensagem – que por sinal – era uma árdua missão: descobrir o autor de uma conspiração que pretendia a morte do senhor Presidente da República.
Tom classificou a missão como árdua porque nem sempre se consegue num alto escalão – como se tratava o assunto – o autor da ‘criança’.
- Temos pessoas por toda parte trabalhando neste assunto.
- Como você sabe?
- É que já trabalhei com algumas.
- E elas te reconheceram?
- Sim, mas no momento não conhecemos ninguém.
- E o que fazer? Por onde começar?
- Não temos ponto de partida. Mas o meu e o seu negócio aqui é tentar desvendar através de computadores.
- Computadores?
- Sim. Você, pelo que me informaram, é boa nisso.
- Nem tanto. Apenas para o gasto.
- Certo.
- Temos que entrar na caixa postal de todos os parlamentares.
- Como?
- Verificar os referidos e-mails de todos os parlamentares e saber sobre as correspondências deles nos últimos trinta dias.
- Entrar nos e-mails dos parlamentares?
- Sim, Ana, é o nosso dever proteger o senhor Presidente da República.
Ana apenas olhou para Tom e virou-se para um dos computadores apertando o botão de ligar. Pela cabeça de Ana aquilo não era nada normal, mas sabia perfeitamente como fazer. Aliás, estava preparada para isso porque entrou onde não podia ter entrado. E, com o tom de voz que Tom lhe dissera, nada a temer, apenas por em ordem o que sabia. Aliás, não podia fracassar.
No final da noite – quase meia noite, ambos cansados, Tom pede a Ana que durma durante as próximas cinco horas. Revezariam depois: não poderiam deixar o serviço parado. Ana concorda, toma um rápido banho e apenas de camisola, deita-se.
Tom prossegue nas buscas. Parecia incansável. Tom na hora combinada acorda Ana com um leve beijo. Ana acaricia-o e levanta-se. Começa o seu trabalho. Tom apenas cai na cama pedindo que o acorde às dez horas.
Durante os dois próximos dias fizeram trabalhos incansáveis diante da tela. Trabalhavam até a meia noite juntos, depois revezamento. No terceiro dia, quando o relógio se aproximava das treze horas, receberam um envelope: estavam dispensados – um dos integrantes da equipe descobrira que partira de Minas Gerais a proposta e fora logo o tal parlamentar, sem vestígios, desta para uma melhor.
No envelope ainda diziam que deveriam dormir duas noites em Brasília – tomar fôlego. Partiriam para São Paulo, para o mesmo hotel, num ônibus leito às vinte horas. Ana suspirou aliviada. Olhou para Tom que retribui com um leve convite:
- Que tal um banho?
- Juntos?
- Negócio fechado...
Prof. Pece
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Esperando nº da Bibl. Nacional. OBRA: DESENCONTROS DE ANA
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