Sob Olhar das Erínias — Prólogo

Parado no alto de um morro, Arthur, um adolescente de estatura mediana, todo de branco admirava o alvorecer. Com um sorriso nos lábios, inspirou fundo o doce frescor da manhã.Então, fechou o cenho num ar pensativo e deu as costas ao sol.

Devagar, encaminhou-se ao centro do morro onde havia um enorme circulo de pedras, em cujo interior achava-se a estátua, em mármore cinza, de uma bela mulher madura sentada num trono. Numa das mãos ela trazia o ramo de um trigo e na outra um cálice. Com feição terna, a estátua fitava o menino que, tranquilo, dormia em seus pés.

No trajeto para tal escultura, Arthur falou consigo:

— Escolhas. Tudo gira em torno delas: escolhemos levantar ou não para ir trabalhar e com que pé fazer isso; que roupa usar, a azul ou a vermelha; o que comer o caro ou o barato. Enfim, uma infinidade de coisas precisamos decidir a todo o momento.

"Contudo, nossas opções não se referem apenas a essas trivialidades do cotidiano, não. Algumas vezes devemos tomar decisões bem mais significativas, se não indispensáveis, cujas consequências cedo ou tarde, retorna,triplicando nossa infelicidade ou felicidade. Depende só de nossas ações ,ou falta delas,nessa nossa jornada chamada Vida..."

A três passos da escultura, o rapaz deteve-se e prestou-lhe uma profunda reverência. Então voltou a atenção a uns dizeres dourados que haviam no pedestal, gravados numa placa de prata.

Contente,ele leu:

— Meu é o segredo que abre a porta da juventude e minha é a taça do vinho da vida, que leva à imortalidade sagrada. Eu concedo a sabedoria do espírito e, além da morte, dou a paz, a liberdade e o reencontro com aqueles que sofreram antes. Não exijo nenhum tipo de sacrifício, pois, saibam, Eu sou a mãe de todas as coisas e meu amor é derramado sobre a terra.

"Eu concedo a sabedoria do espírito e, além da morte, dou a paz, a liberdade e o reencontro com aqueles que sofreram antes. Não exijo nenhum tipo de sacrifício,pois,saibam,Eu sou a mãe de todas as coisa e meu amor é derramado sobre a terra.Sou a beleza da terra verde e da lua branca entre as estrelas do céu.

"Nos mistérios da água chamo os seus espíritos para que despertem e venham até mim, pois eu sou o espírito da natureza que dá vida ao Universo. De mim todas as coisas vêm, e para mim todas elas retornarão. Existo antes do início e existirei depois do fim.Sou aquela que é alcançada ao fim do desejo."

Terminado, deu meia-volta e sentou-se na relva verde. Ao cruzar as pernas, olhou para o chão e, perdido em seus pensamentos, continuou:

— Há momentos em que a escolha a fazer nos é fundamental. Como por exemplo, para onde se mudar, qual carreira seguir, ter filhos ou não, quem amar...

Depois de mirar o céu azul, o garoto soltou um longo suspiro. Só então, alegre, porém entristecido, prosseguiu:

— Heh, amor... Um sentimento extraordinário que a todos invade, mas em poucos permanece..- em seguida que deitou no chão, pôs as mãos sob a nuca e fechou os olhos,concluiu: - Se eu tivesse escolhido senti-lo, pelo menos experimentado, talvez as coisas pudessem ter sido diferentes...

Gian Felipe Author e A. Henrique SR
Enviado por Gian Felipe Author em 01/10/2015
Reeditado em 13/11/2015
Código do texto: T5400300
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