OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - 05
OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - CAP. 05
Ana percebe que a noite fora uma criança. Lembra que saíra mais leve do banheiro na noite anterior. Preferiu não entrar em sua mente e descobrir o que acontecera naquelas quase duas horas que permaneceram debaixo d’água.
Ellen estava radiante naquela manhã. Tomaram café às nove. Subiram para o apartamento. Ao abrir a porta um pequeno envelope é encontrado sobre a cama. Abriram e nele continha apenas uma foto. Era de um jovem de aproximadamente vinte anos, cabelos louros. No verso da foto continha uma pequena mensagem que Ellen leu tranqüilamente, mas Ana não.
Logo Ellen percebeu que Ana não estava tranqüila e explicou:
- Nosso trabalho consiste em evitar danos aos outros.
- Mas vamos cometer um...
E Ellen rapidamente coloca uma de suas mãos na boca de Ana e diz:
- Lembre-se: cumprimos ordens.
- Sim, desculpe-me.
- Não há motivo para desculpas. É a sua primeira vez.
- Obrigada.
Um silêncio sepulcral toma conta do apartamento. Ellen dessa vez quebra o silêncio:
- Amiga, temos que fazer. Não há volta no nosso trabalho.
- Sei disto. Nem volta e nem aceitam erros.
Por mais alguns segundos Ellen permaneceu com a foto entre as mãos. Passou-a a Ana:
- Atente bem para o rosto do ‘danadinho’.
- E o que vamos fazer?
- Vigiar as vidraças dos prédios ao nosso redor.
- E se não o encontrarmos?
- Outros dos nossos o encontrarão.
- E como saberemos?
- Fique tranqüila. Nos avisarão.
- E se o encontrarmos?
- Faremos o serviço.
- E depois?
- Temos uma viagem programada para hoje. Paris, às cinco horas da tarde.
- Paris?
- É.
- Mas se não o pegarem até lá?
- Fique tranqüila. O nosso serviço nunca pode falhar.
- Eu sei. Nunca falhamos.
- É verdade, parceira. Tenha sempre isso em mente.
Ellen rapidamente abre uma de suas valises, toma dois binóculos de longo alcance. Entrega um a Ana. Abre a outra valise e arma rapidamente um pequeno rifle sobre um tripé à beira da janela.
Ana observa tudo. Olha para Ellen e começa a sorrir. É interrompida:
- Agora, mãos à obra.
As duas mulheres começam a percorrer as vidraças dos prédios em volta. Ana repara que num dos prédios há uma arma na mesma posição que Ellen montara. Observa mais alguns minutos, depois relata o fato para Ellen.
Ellen dirige o seu binóculo para o local, mas parte da arma está coberta por uma cortina. Volta-se para onde deixara a sua valise, retira outro binóculo de lente infravermelha. Depois de alguns minutos, suspira:
- É um dos nossos.
- Como você sabe?
- Há uma pequena indicação no tripé. Observe este sinalzinho aqui no tripé nosso e depois observe o outro.
Ana observa o que Ellen lhe falara. Realmente são iguais.
- Como você sabe deste truque?
- Me ensinaram. E cá estou eu a te ensinar.
- Quem te ensinou?
- Um dos jovens do senhor X.
- Hum!
- Fizemos algumas missões e quando estava apta, ele me abandonou.
- Que pena!
- Que pena mesmo, pois soube que dois meses depois que comecei a trabalhar sozinha ele foi pego numa emboscada no Peru e morreu.
- Que Deus o tenha! – fazendo o sinal da cruz, disse Ana.
- É mesmo. Agora, guarde bem o sinalzinho que te mostrei. E vamos aos nossos postos.
- E até às cinco.
- Até às cinco? Não, antes. Cinco horas estaremos partindo para Paris.
Quase duas horas depois, por dizer exatamente, dez horas e cinqüenta minutos Ana avistou o moço loiro. Fez sinal para a outra, que apenas abaixou a cabeça, conferiu com o da foto e preparou o rifle.
Com a mira de longo alcance achou um lugar calmo para o momento do disparo sem que alguém fosse atingido. Preparou rapidamente a arma, e...
Prof. Pece
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Esperando nº da Bibl. Nacional. OBRA: DESENCONTROS DE ANA
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