OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - 02

OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - CAP. 02

Ao chegar em casa Ana abriu o envelope, leu as instruções. Passou tudo certinho para a mãe. O cartão estava em nome da sua mãe – era vitalício.

Joaquina, a mãe, guardou tim-tim por tim-tim do que Ana falara. Sabia que a filha em breve estaria trabalhando para o senhor X, ganharia asas no céu – conheceria o mundo.

Algo não lhe parecia bem porque tudo devia ser mantido em absoluto segredo. Parecia que tudo era segredo de Estado.

Duas semanas se passaram e num final de tarde um carro estaciona em frente da casa de Ana, aperta a campainha.

Ana atende à porta.

- Ana?

- Sim, sou eu.

Sem mais nada dizer entrega-lhe um envelope. Vira-se, entra no carro que parte imediatamente.

Ana entra e vai direto para seu quarto. Um dos itens a serem cumpridos: nem a mãe deveria saber o que continha cada envelope. Lê atentamente as instruções. Deveria partir no dia seguinte.

Arruma uma sacola – estas frágeis de supermercado – coloca nela apenas o que manda a mensagem. Avisa a mãe que sairá cedo para o trabalho.

Deita mais cedo do que antes, pois deverá estar no portão de sua casa assim que o relógio marcar três horas da manhã. Coloca o despertador para meia hora antes do encontro.

Sonha com encontros fantásticos, em palácios, em alto-mar, no deserto, em embaixadas, em grandes (pequenos) hotéis, motéis... parecia uma caçada, um safári.

É despertada pelo som do relógio. Toma um banho rápido. Apronta-se como mandara o envelope.

“Cinco minutos ainda!”

E o tempo não passa...

Um minuto. Beija a mãe que lhe deseja sorte.

Abre a porta, lentamente o portão.

“Trinta segundos.”

“Quinze segundos.”

“Cinco segundos.”

Um carro de farol baixo aproxima-se – era o que estava descrito no envelope. Encosta e a porta se abre.

Ana entra no carro e uma jovem está no comando do veículo. Aparentava uns vinte e cinco anos. Cabelos longos e pretos, pele clara. Recebe-a com um sorriso leve:

- Bom dia.

- Bom dia.

- Sabes o que fazer?

- Minha instrução terminou quando entrei no carro.

- Tudo bem. Abra este porta-luva à sua frente, retire o envelope e leia.

Ana cumpre a ordem.

Ana faz rapidamente a leitura, deveria descer na rodoviária e pegar um ônibus para a cidade de São Paulo. Estava numa pequena cidade do interior.

- Deixe-me na rodoviária.

- Sim.

A moça ao volante agora cumpre a ordem. A poucas quadras dali se encontrava a rodoviária.

Toma o ônibus indicado na passagem que havia dentro do envelope.

As horas passam e de acordo com o indicado deveria chegar na rodoviária da cidade de São Paulo por volta do meio dia. Pegaria um táxi para o Hotel American Press – que ficava a oito quadras dali. Hospedaria no quinto andar, apartamento 551.

Às treze horas já tomava um bom banho, mas usava a mesma roupa. Era esperar o próximo envelope.

Prof. Pece

Respeite os Direitos Autorais - Obra Registrada em Cartório,

Esperando nº da Bibl. Nacional. OBRA: DESENCONTROS DE ANA

Mais detalhes em www.professorpece.vai.la

Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 23/06/2007
Código do texto: T538289