OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - 01
OS DEZ / ENCONTROS DE ANA - CAP. 01
Os desencontros sempre marcaram a vida de Ana.
O que estava acontecendo naquele momento parecia mais calmo, sereno.
Procurou resposta em sua atormentada mente para aquela situação. Talvez, fosse o seu dia de sorte – sempre ouvia: para tudo há um momento certo.
Continuou a ouvir as palavras do cavalheiro que estava à sua frente: alto, cabelos não tão curtos e louros, de corpo atlético, bem vestido. Pareciam que céus e terra se encontravam naquele exato instante.
As palavras pausadamente penetravam dentro de si, ardiam. Seria o momento do clímax – fato que nunca sentira antes. Tinha que curtir aquele momento, afinal, nem sempre a sorte bate duas vezes no mesmo lugar (ou, o raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar: que grande mentira!). As palavras pareciam tomar formas, cores, sabor quando pronunciadas por ele.
Olhou atentamente para os olhos dele: seriam verdades as palavras ditas?
Abriu a pequena bolsa, retirou o cigarro e o fósforo.
- Posso?
- Não faz bem à saúde.
- Leio todos os dias esta mensagem. Mas... posso?
- Você sabe se pode ou não.
Guardou-o. Levemente fechou a pequena bolsa.
- Continue.
Ela degustava suas palavras como se fosse o melhor sorvete do mundo: chocolate, morango, abacaxi...
- Afinal, o que devo fazer?
- Seguir à risca cada dica que você receber.
- Apenas isto?
- Sim.
- E os acertos?
- Quais?
- Todos! – já alterando a voz.
- Ah! Cada vez que você cumprir a tarefa recebe uma parte.
- E no final?
- Não tem fim...
- Não?
- Não. Você foi uma das escolhidas para estas aventuras.
Silêncio. Até as folhas das árvores pareciam naquele momento calar o seu murmúrio.
- Qual o valor exato?
- Não há valor exato. Você passou a ser propriedade do senhor X.
- Mas o senhor X não é o...
- Psiuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!
- Por quê?
- Outros podem ouvir.
- Então... não há volta?
- Não, não há. Sempre ir em frente, ou...
Ela já sabia o que significava aquele ”ou”.
- Tudo bem. Mas garante-me que não me faltará nada?
- Isto é a primeira coisa que lhe foi garantida. Você superou todos os testes. Você é muito inteligente, de raciocínio rápido, bonita...
- Está bem. Quando começo?
- Calma. Você saberá. Breve você começará a conhecer o mundo.
- Como assim?
- Aguarde em sua casa as instruções.
- Posso confiar?
- Claro que pode. Aqui estão os papéis que garante o sustento à sua família, às vezes, você pode demorar nas missões.
- Obrigada.
- Leia atentamente o envelope. Há instruções junto com o cartão que ficará para sua mãe.
E, levantando-se, o cavalheiro estendeu-lhe a mão.
- Verei você mais vezes?
- Talvez. Até...
- Até.
Prof. Pece
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Esperando nº da Bibl. Nacional. OBRA: DESENCONTROS DE ANA
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