O Philae, A Rosetta, O Cometa, O Robô e nós
A odisseia no espaço durou dez anos. Ao todo foram 6,4 mil milhões de quilômetros percorridos para chegar ao destino em 12 de novembro de 2014 e fazer-se história. Philae, o primeiro engenho feito na Terra consegue o inédito: separa-se da nave mãe, a Rosetta, com sucesso e pousa num comenta - o 67 /Churyumov-Gesasimenko, descoberto em 1969. Mas ao anúncio da Agência Espacial Européia (ESA-European Space Agency), na tarde de 12/11/2014, sobrepôs-se um contratempo: - um problema no sistema de ancoragem do robô!
Os cientistas estão preocupados com o culminar da descida de sete horas, tudo indica que os arpões destinados a fixá-lo na superfície não funcionaram. "A sonda pode ter saltado", afirmou Stefan Ulamec, um dos responsáveis que acompanhou o controle do pouso do Philae a partir do DLR - Centro Aeroespacial alemão: "Talvez hoje não tenhamos pousado uma vez, mas duas. Esperemos continuar na superfície e possamos prosseguir a nossa sequência científica", acrescentou.
Enquanto não surgem certezas sobre o local onde se encontra e como terá decorrido o contacto com o corpo celeste - as respostas podem levar horas -, os responsáveis pelo voo procuram estratégias de fixação do Philae, a mais de 500 milhões de quilômetros da Terra. Do tamanho de uma geladeira residencial e com um peso de 100 quilos, que se tornou "virtual" na superfície do cometa, o risco é do Philae perder-se no espaço.
Os cientistas acreditam que os cometas são uma espécie de cápsula, que remonta à formação do sistema do solar, e as moléculas orgânicas na sua composição podem fornecer pistas sobre o enigma das origens da Terra e do sistema solar. A sonda Rosetta entrou na órbita do cometa a 6 de agosto, depois de ter inicado a viagem a 2 de março de 2004, num projeto que recebeu luz verde em 1993. O derradeiro pouso deu-se neste dia 12 de novembro às 16h02 (GMT, ou 14h02min de Brasília). "É um grande passo para a civilização humana", palavras de Jean Jacques Dordain, diretor-geral da Agência Espacial Europeia. Dordain disse ainda aos jornalistas que cobriam o evento, que: ”Fomos os primeiros a consegui-lo; e isso ficará para sempre”! O Philae, além da recolha de amostras de partículas, tem por objetivo acompanhar a rota do meteoro em direção ao sol e perceber como se comporta. Os dados de telemetria demoram 28 minutos para chegar à Terra porque as naves estão a 511 milhões de quilômetros de distância. Mesmo assim, o módulo medirá, nos próximos meses, o campo magnético do cometa e fará testes, de até 30 centímetros de profundidade, dos materiais da superfície do núcleo na fase de máxima atividade, quando se aproxima do Sol. A ESA vai estudar em detalhes o desenvolvimento do coma (atmosfera) do cometa e averiguar se há moléculas complexas. Caso a água do cometa seja como a da Terra e o cometa tenha aminoácidos, a ESA terá a prova de que foram esses corpos os que trouxeram a água e a vida à Terra. Duas horas depois da “aterrissagem” no cometa, verificou-se que o Philae havia pousado numa região de sombras e, portanto, não conseguiria produzir energia a partir dos arcos voltaicos (carecem da luzo do sol nas células) e, por assim dizer, entrou em “coma profundo”. Felizmente, em 15 de junho de 2015, o Philae fez seu primeiro contato com o pessoal da Agência Espacial Européia (ESA-European Space Agency). As células do sistema de energia solar estão agora recebendo luz solar e, ao menos o sistema implantado pela ESA está funcionado. Agora, com um atraso de quase sete meses, os cientistas europeus começaram suas pesquisas.
A missão Rosetta tem previsão de funcionamento até o dia 31 de dezembro de 2015.
- Oxalá estejam certos e que tenha valido a pena tanto gasto!
Bibliografia
-Jornais e internet
Executado entre 13 de novembro de 2014 e 09 de abril de 2015+novos dados em 15 de junho de 2015-Texto inédito