A Pipoca Pula pra Virar-se ao Avesso
Quando eu era menino e vivia numa fazenda de café, na época da colheita do milho, eu costumava separar as espigas do “milho pipoca”, ainda na palha. Muitas vezes observamos que o milho pipoca recém-colhido, estourava muito mais rápido que aquele colhido em safra anterior. Passados sessenta anos, finalmente encontro na Internet aquilo que teorizei empiricamente. Agora, você leitor, também saberá a razão no terceiro parágrafo deste texto. Gostaria também, visto ser este recanto do RL e por ser meu intento que tal seja apenas para público juvenil e infantil, que os leitores soubessem que o “milho pipoca” é muito diferente do milho normal que é usado na culinária e na forragem para animais e aves: a espiga de milho pipoca mede apenas um terço (1/3) das espigas comuns. Eu conheço milho pipoca que, ao natural, têm várias colorações: branco, bege, vermelho (cateto) e negro. De qualquer maneira, todos são brancos, após estourarem. Nós, caipiras, quando o milho pipoca demora a estourar, realizamos uma “mandinga benfazeja”: Colocamos uma tampa na panela em que o milho foi colocado com uma porção de manteiga ou óleo comestível e, de posse de uma colher, batemos insistentemente na tampa da panela, ao mesmo tempo em que dizemos repetidas vezes o seguinte mantra: “estoura a pipoca, Maria Sororoca”, “estoura a pipoca, Maria Sororoca”, ... . O fato é que, talvez devido a nossa fé, as pipocas estouram mais rápido!
Você alguma vez já se perguntou por que a pipoca estoura na panela? Pesquisadores franceses decidiram investigar o que causa o barulho do estouro no exato momento em que o grão de milho se transforma em pipoca.
A explicação é simples: cada grão de milho contém cerca de 20 miligramas de água, que se transforma em vapor na panela. Quando atinge uma temperatura de 180 graus Celsius, o vapor d'água finalmente consegue romper a casca do grão de milho e... pooooooooooooppppppppppppppppttttttttttttt!
"Até agora existiam apenas estudos focados em aspectos comerciais, como o consumo de pipoca. Por isso, nós queríamos observar esse fenômeno do ponto de vista científico", explica Emmanuel Virot, físico da Escola Politécnica de Paris. O estudo, explicado no parágrafo anterior, foi publicado no Journal of the Royal Society Interface.
Bibliografia
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