Coração de metal - Roxy
“Vagalumes estão voando mais alto
Eles desenharam suas asas no céu
Algo que eu não consigo interpretar agora
Pois a minha visão está confusa (...)
Existe mais do que o que nós negamos
E há mais do que os olhos podem ver...
Sorte, contos de fada
A nossa textura, nunca construída, nunca iniciada
Eu posso afirmar que nem sempre existe
um final feliz para toda história.
Todos nós respiramos o mesmo ar
Todos nós precisamos apenas viver
Todos nós somos iguais...”
Epica- Higher High
PRÓLOGO
Roxy tinha um rosto perfeito, que ela mesma cobria com uma maquiagem que lhe dava um aspecto humano natural. Bochechas rosadas de blush, batom vermelho intenso que avolumavam seus lábios em forma de coração, sombras cor de rosa sobre pestanas cheias de longos cílios, cheios de rímel. Olhos azuis e vítreos como de uma boneca, que quase não piscavam. Cabelos vermelhos de uma tonalidade incrível e um brilho irreal, que um dia foram bem longos, antes de terem sido cortado assim, na altura do queixo.
Tinha movimentos disciplinados, tão disciplinados que pareciam teatralmente ensaiados. Apesar do peso de seu mecanismo, conseguia dar passos leves, e executar as tarefas de forma quase natural. Se não fosse a ausência de expressão em seu rosto, o que fatalmente tornava a sua beleza algo superficial, ela seria vista como a mais bela das humanas. Mas nada era perfeito, e ela não era humana.
Uma corrente de metal pendia de seu pescoço, com um coração maciço da mesma matéria. Um coração frio e inerte, símbolo de algo que nunca teria de verdade.