VESTIBULAR 2015: Unicamp e USP divulgam lista de livros de literatura 2015
Unicamp e USP divulgam lista de livros obrigatórios
para vestibulares 2013, 2014 e 2015
Objetivo: "... espera-se o conhecimento das obras representativas dos diferentes períodos das literaturas brasileira e portuguesa. O conhecimento desse repertório implica a capacidade de analisar e interpretar os textos, reconhecendo seus diferentes gêneros e modalidades, bem como seus elementos de composição, tanto aqueles próprios da prosa quanto aos da poesia. Implica também a capacidade de relacionar o texto com o conjunto da obra em que se insere, com outros textos e com seu contexto histórico e cultural."
*Viagens na Minha Terra – Almeida Garrett;
• Til – José de Alencar;
• Memórias de um Sargento de Milícias – Manuel Antônio de Almeida;
• Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis;
• O Cortiço – Aluísio Azevedo;
• A Cidade e as Serras – Eça de Queirós;
• Vidas Secas – Graciliano Ramos;
• Capitães da Areia – Jorge Amado;
• Sentimento do Mundo – Carlos Drummond de Andrade.
FONTES: http://vestibular.uol.com.br/album/2014/04/30/confira-a-lista-de-obras-obrigatorias-do-vestibular-2015-da-unicamp.htm
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ILUSTRAÇÕES DAS OBRAS EM:
Mundo grande (Poema da obra Sentimento do mundo), de Carlos Drummond de Andrade
Mundo grande (Poema da obra Sentimento do mundo), de Carlos Drummond de Andrade
"Não, meu coração não é maior que o mundo.
Ê muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo.
Por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens.
as diferentes dores dos homens.
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que elo estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma. Não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! vai’ inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos —— voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de invidíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar.
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
— Ó vida futura! nós te criaremos
São os últimos versos do livro. Novamente as reticências, a menção do suicídio, talvez uma morte coletiva que brotava a partir da incompreensão, da falta de solidariedade que o poeta constatava tão presente entre os homens.
O poeta agora percebe que o mundo cresce entre o “amor e o fogo”, entre “a vida e o fogo”, cresce todos os dias entre os homens, e que há esperança por trás de tanta maldade e sofrimento. Mas ele agora sabe que todos nós precisamos uns dos outros para criar uma vida futura mais melodiosa e agradável e fazer renascer as cidades submersas, onde nós poderemos fechar os olhos e esquecer, para somente escutarmos a água calma batendo nos vidros, escorrendo nas mãos e inundando tudo de verdades e vidas futuras.
Neste poema o poeta observa a noite. Percebemos a ânsia do eu-poético em enlaçar destinos (o poeta / os outros), reunir os homens, nem que seja em forma de arquipélagos.
Drummond se reconhece no mundo que precisa ser salvo, mas reconhece também o fatal distanciamento entre os homens. Transfigura-se então de poeta solitário em poeta solidário, recria o mundo depurando-o, buscando sua essência. Ao silêncio, contrapõe a imagem poética."
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/m/mundo_grande_poema_drummond
Imagem 4/9: Memórias Póstumas de Brás Cubas - De Machado de Assis, a prosa realista não se preocupa em apresentar a sociedade brasileira especificamente, mas sim buscar temáticas universais, que mostrem a fragilidade humana diante das mais variadas situações, como o amor, a vida e a morte. Brás Cubas conta a sua história a partir da morte, do final para o começo, amargurado por ter passado pela vida com dinheiro, mas sem aquilo que mais desejava: o reconhecimento público MAIS Xando Pereira/Folhapress
magem 8/9: Vidas Secas - Publicada em 1938 por Graciliano Ramos, "Vidas Secas" é o retrato da sacrificada luta pela sobrevivência daqueles que sofrem com a seca no nordeste. A ausência de comunicação entre os personagens é o grande tema do livro MAIS Lunae Parracho/Reuters
Imagem 3/9: Memórias de um Sargento de Milícias - Romance de Manuel Antônio de Almeida que se passa na época de D. João 6º. Divertido, a narrativa mostra a vida da "baixa sociedade" no Rio de Janeiro antigo e apresenta a sociedade brasileira (que mal começava a se esboçar naquele momento) pela perspectiva dos pobres. Como romance picaresco, o livro conta, também, a história de Leonardo, rejeitado pelos pais pouco depois do nascimento, criado pelo padrinho e, depois, pela madrinha, que, entre aventuras e desventuras na "baixa sociedade" fluminense, é preso pelo Major Vidigal MAIS Divulgação
Imagem 2/9: Til - Escrito em 1872, o livro pertence à fase regionalista da obra de José de Alencar. Retrata os costumes, a linguagem e a vida rural do século 19. Apresenta características românticas, como a idealização da natureza, a subjetividade e os enredos românticos MAIS Leonardo Tajes Ferreira/BBC
Imagem 7/9: A cidade e as serras - De Eça de Queirós, a obra narra a história de Jacinto, que vive do dinheiro herdado da família. O autor pretende criticar o progresso técnico, urgente e rápido, na virada do século 19 para o 20. O autor julgava, ao fim da vida, que o homem só era feliz longe da civilização. Por isso, a temática mais forte da obra é contra a ociosidade dos que têm dinheiro na cidade, e sua vida burguesa, ou seja, o acúmulo irrefletido de dinheiro e opõe a cidade ao campo MAIS Marco Ankosqui/Folhapress
A obra traz como protagonista um entusiasta da corrente filosófica do positivismo e é vista como uma reconciliação de Eça de Queirós com seu país, Portugal, antes alvo de duras críticas
Último livro de Eça de Queirós, A Cidade e as Serras, foi publicado em 1901, um ano após a morte do autor português. A obra não estava inteiramente acabada. Faltava a meticulosa revisão que Eça dedicava a seus romances antes de publicá-los. Ainda assim, é considerado um dos mais importantes livros do escritor, concentrando as principais características do período de sua maturidade artística.
Nessa fase, Eça ameniza o rigor do método realista e reconcilia-se com seu país, Portugal, tão duramente criticado em romances anteriores, como O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio.
A temática tratada, campo versus cidade, vem de uma longa tradição literária e é recorrente na obra do autor. Nesse romance, ele se dedica a mostrar a futilidade reinante em Paris e a satirizar as ideias positivistas que deslumbravam a juventude intelectual da época.
Personagens
JACINTO – O protagonista, português residente em Paris, entusiasta da vida urbana, das inovações tecnológicas e da ciência; características que vão se alterar drasticamente durante a história.
JOSÉ FERNANDES – Narrador-personagem, amigo de Jacinto desde os tempos de estudante, quando os dois moravam em Paris.
JACINTO GALIÃO – Também chamado dom Galião. Avô de Jacinto.
CINTINHO – Pai de Jacinto, homem de saúde frágil e temperamento sombrio.
GRILO – O mais antigo criado de Jacinto, negro que desde a infância acompanha o patrão. Havia sido levado a Paris por dom Galião.
JOANINHA – Prima de Zé Fernandes, camponesa portuguesa saudável e rústica."
http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_410537.shtml
-Confira a ficha dos personagens do livro "A Cidade e as Serras"
http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_410536.shtml
Imagem 1/9: Viagens na minha terra - Publicado em 1846, o livro de Almeida Garret é uma mistura de realidade e ficção. No livro, o autor narra uma viagem verdadeira entre Lisboa e Santarém. É contada uma história de amor envolvendo Carlos, filho do Frei Dinis, que acaba por trair Joaninha, "a menina dos rouxinóis", que morre louca ...
Imagem 5/9: O Cortiço - A obra de Aluísio Azevedo destaca o que há de mais sórdido no ser humano. Ele constrói um enredo que parece uma pintura panorâmica, em que cada cena compõe um todo de dor existencial, gerado pela atmosfera suja do cortiço. O grande astro do livro é o próprio cortiço, com vida autônoma, narrado pela estética naturalista, que atribui vida própria aos agrupamentos humanos, em que o meio é determinante, senhor soberano dos destinos humanos MAIS Folhapress
Imagem 6/9: Capitães da Areia - No romance de cunho realista, Jorge Amado conta as peripécias de um grupo de "meninos de rua" que sobrevive de furtos e pequenas trapaças. Por viverem em uma espécie de armazém à beira do cais, os garotos do bando, liderados por Pedro Bala, são conhecidos pela má-fama de "capitães da areia". A história é conduzida em função dos destinos individuais de cada integrante do grupo MAIS Divulgação
http://vestibular.uol.com.br/album/2014/04/30/confira-a-lista-de-obras-obrigatorias-do-vestibular-2015-da-unicamp.htm