Mais que uma garota; Cap.6 - Colegas, ou quase isso.

Ainda pude ouvir a cabelo de fogo me xingar, mas tratei de ir correndo para o meu quarto não por medo dela até por que se ela quiser me seguir, estarei lhe fazendo um favor e chegará ao seu destino, mas na verdade esta com vergonha de encontrar Brendon novamente.

Cheguei no quarto e tinha roupas espalhadas por todos os lados, eu fiquei parada na porta sem saber o que fazer, se entrasse pisaria nas peças, mas também não podia ficar parada na porta.

Dei de ombros e tirei meus tênis, ficando apenas de meia, passando por cima das roupas, a garota bonita me olhou, respirou fundo, mas pareceu não se importar tanto, taquei meu tênis embaixo da cama e me joguei na minha já declarada cama.

A garota ficou me encarando, não gostava de ser encarada, mesmo ela desviando o olhar ela voltava a me olhar, com uma cara quase de súplica e tédio, sem falar que eu não sabia dizer se ela estava arrumando as roupas dentro do guarda roupa ou apenas decorando o quarto com suas roupas eu ri.

“Bem que você podia me ajudar ao invés de ficar aí rindo feito uma hiena.”

“Não obrigada, afinal além de bolsista e sem glamour, eu pareço uma hiena.”

Ela pegou uma das peças que estava tentando dobrar, eu acho e tacou no chão, frustrada e veio para o meu lado na cama, parecendo prestes a chorar.

“Olha, eu confesso que não comecei bem, mas você também não me dá uma trégua, então vamos por favor começar de novo?”

Ela disse apenas um por favor, mas seus olhos e gestos praticamente gritavam por favor, por favor, por favor.

“Ok, tudo bem, mas cuidado garota eu não estou disposta a ceder tão fácil, outra vez.”

“Ownt, obrigada, eu sabia que você não era tão má assim.”

Ela disse me abraçando ou tentando me sufocar com seus braços, não deu para diferenciar muito.

“Ei!, não é pra tanto.”

“Tudo bem, eu me empolguei, agora vamos arrumar essa bagunça.”

Ela se levantou toda sorridente, girando para enfatizar desnecessariamente a bagunça do quarto.

Eu continuei onde estava e ergui um sobrancelha, ela só pode ser louca, em um minuto me odeia, no outro quer ser minha amiga e ainda por cima acha que vou ajuda-la a arrumar as roupas dela, mas, nem pensar, eu nunca que vou ajuda-la que se vire sozinha, não quis trazer todo o estoque das lojas do pais agora, problema é seu.

Bem que podia ter dito aquelas coisas pra ela, mas né, eu não falei apenas me vi levantando e dizendo.

“ Tudo bem, mas não se acostume garota.”

Já pegando a peça de roupa mais próxima e dobrando, engraçado que enquanto fazia isto, ela me olhava com uma cara de admiração, parecia que estava fazendo mágica.

Com o tempo a minha pilha estava enorme e muito bem arrumada enquanto a garota ainda estava tentando entender o processo de dobrar e organizar, ela parecia frustrada com sua pilha de roupas e eu também estaria se estivesse no lugar dela.

“Nem isso eu sei fazer, meus pais tem razão.”

Ela disse enquanto tentava inutilmente dobrar uma blusa.

“Não é bem assim, deve ter algo que você saiba fazer.”

“Sim, mas esse algo ainda não descobriu que me pertence”

Ela sorriu um meio sorriso e eu dei de ombros.

“Olha vamos fazer o seguinte, eu dobro e você guarda, assim acabaremos logo e vamos ir comer algo, estou ficando com fome.”

“Helena, não sei o que faria sem você. Obrigada.”

Ela me pareceu realmente agradecida e algo se revirou dentro de mim, eu estava sendo útil e acho que estava fazendo amizade.

Quase duas horas depois terminamos e finalmente o quarto estava livre de roupas e nos jogamos nas poltronas vendo as estrelas do céu já havia anoitecido e a vista era surpreendente mesmo a noite.

“Luna.”

Do nada a garota disse, enquanto eu observava as estrelas.

“Não, é Helena.”

“Não, meu nome é Luna, Luna Orlens”

“Nome legal, agora pelo menos eu sei que você realmente pretende, hum... falar comigo, sabe e não queria minha ajuda só para arrumar suas coisas.”

Me senti um pouco envergonhada em dizer aquilo em voz alta, afinal eu nem sei se ela seria minha amiga de fato, mas estava sendo o mais próximo que tive de uma a muito tempo.

“Não seja boba, Helena, você é uma garota legal.”

“Quer saber Luna, já me chamaram de muitas coisas, mais legal, acho que é a primeira vez.”

Demos risadas e começamos a falar um pouco de nossas vidas, a minha eu consegui terminar em menos de dez minutos já Luna, não parava de contar sobre os acontecimentos que marcaram seus quase quatorze anos de vida, eram muitos, mas ela me disse que a maioria das vezes se sente solitária tanto quando estava nos internatos que frequentou a vida inteira ou quando estava em casa, ela disse a palavra casa, fazendo aspas com os dedos e essa era a segunda coisa que tínhamos em comum. Estávamos com muita fome e fomos buscar algo para comer, achamos a cantina onde haviam microondas espalhados e latas de refrigerantes em maquinas, eu não tinha dinheiro mas Luna sim e comprou refrigerantes e petiscos para nós.

Comemos por ali mesmo, além de nós duas só havia duas senhoras que conversavam, parecendo animadas com algo, pelo uniforme eram funcionarias.

Um apito alto soou me assustando e ela riu da minha cara, me explicando que era o toque de recolher para os alunos que mesmo o internato funcionando oficialmente amanha, sempre havia alguns alunos um dia antes, que acabavam ficando.

Fomos em direção ao quarto, ainda comendo e conversando, ela começou a falar que eu precisava hidratar seu cabelo pois estava sem vida e não tem nada pior que um cabelo sem vida, eu conseguia pensar em coisas piores, então a deixei falando.

Chegando no quarto, a porta estava aberta, havíamos trancado, nos olhamos e Luna se escondeu atrás de mim, me empurrando de leve em direção ao quarto, sorri com a ideia dela de me usar de escudo humano considerando que ela era bem mais alta que eu.

Abri a porta de leve e lá estava a garota do cabelo de fogo, na cama que ficava em cima da minha, rabiscando algo em um papel, mas parou assim que nos ouviu.

“Ah, é você, pensei que não vinha mais.”

Disse com empolgação desnecessária e sorriso, mais desnecessário ainda.

“Custava ter dito onde era a droga do quarto?”

“Vocês são amigas?”

Luna perguntou com uma cara duvidosa.

“NÃO!”

Gritamos eu e a cabelo de fogo juntas.

“Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Mas de qualquer forma qual o seu nome?”

“Roxane, mas me chame de Rock, isso é uma ordem.”

“Então Roxane, esta é Helena e eu sou Luna, seja bem vinda ao 7A .”

Luna disse tão sorridente e natural que eu e Rock, isso é uma ordem, ficamos a encarando como se ela fosse um aliem.

“ A resposta é não.”

Rock disse sem eu entender, mas Luna parecia ter entendido e foi aparentemente ofendida para sua cama.

“Oi?, Eu perdi algo?”

“Se orienta garota, ela é a tipica bajuladora que trata do mundo bem, esperando no fim das contas, ser líder de torcida, presidente do conselho de classe e rainha do baile, e não não vou votar nela.”

Rock disse como se fosse natural e todo mundo nascesse ciente disso.

“Mas...”

“Deixa, Helena, ela tem razão.”

Sendo assim, as duas deitaram em suas camas e viraram de costas pra mim, sem muita escolha me joguei na minha cama, dei um beijo em Ferrugem, peguei Tommy e escrevi nele.

‘ Hoje é meu primeiro dia no internato, conheci uma tagarela Dakota que é tagarela, mas não sei se voltará a falar comigo; Luna que é mais frágil do que demonstra e Rock que é durona, mas ela parece apenas ser pavio curto, mas Tommy eu estou até empolgada de estar aqui, por causa de um nome. B. Mas prefiro, não dizer o nome dele, pois vai que alguém lhe roube e descubra sobre essa pessoa e fique zombando de mim, eu não suportaria Tommy, mas de inicio saiba, ele parece um príncipe e talvez eu seja sua Cinderela.’

Debora Costa
Enviado por Debora Costa em 26/02/2015
Código do texto: T5151567
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