POR UMA ALTERNATIVA DE ESTUDO DA LÍNGUA BRASILEIRA NAS ESCOLAS

SOMOS PÓ COSMICO COM (IN)CONSCIÊNCIA DE NOSSA ORIGEM E HISTÓRIA.

https://www.youtube.com/watch?v=eGlDxp4TNWk

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A língua portuguesa é uma das disciplinas cuja importância se sente por toda a vida do estudante como cidadão brasileiro e responsável por um mundo ético. O respeito ao outro e a capacidade de comunicar-se, inerente ao ser humano, seja por diversos processos e modos, inclusive pela língua portuguesa, exige um constante engajamento e dedicação dos pais, educadores a fim de demonstrarem com exemplos e palavras o amor a língua pátria. Ela passa por evoluções históricas e ainda vai se modificando vivamente nas culturas e etnias, classe e grupos sociais.

Nesse contexto da língua como filme vivo e a gramática como fotografia, o estudo e a influência da língua portuguesa se faz sentir também na escola, lugar de interação e aprofundamento saudável da língua, os parceiros todos dela se conclamam a seguir as orientações dos Parâmetros educacionais, o currículo, as sistematizações e discussões em torna da leitura, escrita e acesso da mídia e outros gêneros como condições de existência do cidadão no mundo. As atividades podem ser melhores e prazerosas à medida que todos os brasileiros de boa vontade e todas as disciplinas escolares se sintam corresponsáveis pela utilização, envolvimento e vivacidade da língua portuguesa, que é a língua brasileira em seus matizes regionais ou variantes linguísticas, sem deixar também de aprender e apreender ou ter acesso à modalidade culta urbana, descrita e apresentada na gramática normativa da língua portuguesa do Brasil, com nuances e propriedades específicas que a distinguem da língua portuguesa de Portugal.

Dada nossa história e a presença de outras étnicas como índios, negros e migrantes, o português brasileiro tem timbre, sintaxe e semântica bem localizados, sem contudo excluir a influência de estrangeirismos e outros neologismos advindos da mídia e telejornalismo. Hoje mais do nunca devido à complexidade e contextos da língua em seu valor pragmático, os enunciados são vistos à luz da linguística em várias áreas do conhecimento e das ciências. Assim, os textos orais e escritos, mediáticos e visuais ou icônicos são valorizados em textos de concursos e vestibulares atuais em vários estudos e em diferentes situações de comunicação e momento histórico, visualizando a compreensão e síntese de leitura oral e escrita sob os aspectos do ritmo, entonação, respiração, qualidade da voz, elocução e pausa.

Cabe-nos uma palavra sobre o novo acordo ortográfico da língua portuguesa cujo fim positivo é o seu valor unificador das nações lusófonas mundiais e o seu uso concreto para finalidade diplomática na ONU e outras entidades nacionais e internacionais. Os sites do Google já tem essa definição como realidade por seguir a nova determinação do novo acordo, assinado em 2009.

Nenhuma tecnologia e mídia por mais atrativa e eficaz que seja pode dispensar a língua vernácula e as regras gramaticais e ortográficas da nossa língua brasileira.

Não menos importante é o estudo da língua nas séries do curso fundamental I e II, especialmente no currículo dos sétimos anos de nossa escola em 2015, ano Internacional da Luz e dos Solos, definido pela ONU de modo uníssono.

A era das tecnologias e do celular, a mídia digital e seus recursos ainda dependem de bons usuários e programadores que equilibram o uso da língua e os valores éticos, a visão de mundo em transformação, ainda dividido por sérios problemas sociais e o histórico ainda de preconceitos e conflitos bélicos. É nesse contexto, que as gerações são chamadas ao diálogo e ao respeito entre si. Há muita gente boa e séria a fazer a diferença para um mundo fraterno e mais justo, acesso e inclusão do saber e da igualdade entre etnias pelos recursos do trabalho coletivo e os meios de sobrevivência e qualidade de vida. Há de respeitar a todos, a vida dos animais e a natureza.

Pela leitura e escrita, imagens deste mundo, os alunos serão melhores se confiarem na nossa postura de educadores para marcarem mais suas vidas daqui para frente.

Diante dessas ponderações, dificuldades dos estudantes, exposição excessiva à cultura mediática e ao celular, urge que a escola priorize formas atrativas e convidativas de leitura e escrita, superando aos poucos as dificuldades e atingindo a melhor formação os estudantes como ouvintes e produtores de textos como desafio de cidadania consciente, ética, ecológica, além de despertar neles uma leitura crítica e proativa do mundo à medida que os conquistamos e atendemos as suas demandas pessoais e afetivamente edificantes e saudáveis. O estudante tem certos acessos e conhecimentos garantidos prioritariamente pela escola e pelo corajoso testemunho e atuação de seus educadores.

Todo conhecimento da língua e de textualidade é uma construção social, histórica e cultural a ser empreendida também pela contribuição da escola na vida concreta e ativa dos estudantes como seres em formação e futuros cidadãos e profissionais.

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REDAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTO:

a importância da leitura e a prática docente

Mariana Moreira COSTA

Rayene Daniela SANTOS

Valquíria Rezende da SILVA

Profa. MS. Regina Helena de Almeida DURIGAN (Orientadora)

http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rel/article/view/407/389

Resumo: O objetivo deste trabalho é refletir sobre as supostas diferenças entre produção

textual e redação, com a finalidade de refletir sobre condições que possibilitem aos alunos

tornarem-se cidadãos que pensem e atuem por si mesmos. A partir desse pressuposto,

analisaremos o sujeito enquanto produtor de texto. Para tanto, serão fundamentais as teorias de

Mikhail Bakhtin sobre aspectos de interação do eu com o outro (dialogismo); estendendo-se as

teorias de Lajolo e Wanderley Geraldi, que nos mostram a importância da leitura para a

produção de texto. E continuamos com Kock que aborda diferentes estratégias de

processamento textual. Com base nesta parte teórica, realizaremos uma pesquisa de campo,

envolvendo professores da rede pública, por meio de um questionário, com o objetivo de

verificar se os professores reconhecem alguma diferença entre produção textual e redação e

também perceber se, na prática, as leituras realizadas em sala de aula influenciam ou não na

escrita dos alunos.

Palavras-chave: professor; diálogo; leitura; produção textual; redação.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Linguagem, texto e discurso

1.1 Variação lingüística.

1.2 Texto e discurso

1.3 Tipos e gêneros de discurso

1.4 Coesão e coerência textual

2. O trabalho com a produção de leitura

2.1 Concepções de leitura

2.2 Estratégias de leitura

3. O trabalho com a produção de textos

3.1 Mecanismos de produção textual

3.2 A escrita do texto acadêmico

METODOLOGIA: Aulas teórico-expositivas; prática continuada de produção de

leitura e de produção textual individual e em grupo; Seminários.

AVALIAÇÃO: Atividades de leitura e produção de textos individuais e/ou em

grupos; apresentação de seminários.

BIBLIOGRAFIA:

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 10a

edição. São

Paulo: Edições Loyola, 2002.

CAVALCANTI, Marilda do Couto. Interação leitor-texto: aspectos de interpretação

pragmática. São Paulo: Editora da Unicamp, 1989.

FÁVERO, Leonor; ANDRADE, Maria Lúcia e AQUINO, Zilda. Oralidade e escrita:

perspectivas para o ensino de língua materna. 2a

edição. São Paulo: Cortez, 2000.FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 23a

edição. São Paulo: Cortez, 1989.

GNERRE, Maurizzio. Linguagem, escrita e poder. 3a

edição. São Paulo: Marins

Fontes, 1991.

KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. 3a

edição.

São Paulo: Editora Ática, 1990.

___________ . O aprendizado da leitura. 3a

edição. São Paulo: Martins Fontes,

1987.

KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas:

Pontes, 1989.

___________ . Oficina de leitura: teoria e prática. São Paulo: Pontes, 1993.

KOCH, Ingedore. Argumentação e linguagem. 2a

edição. São Paulo: Cortez, 1977.

___________ . Texto e Coerência. São Paulo: Cortez, 1989.

MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo:

Cortez, 2000.

ORLANDI, Eni; OTONI, Paulo (orgs.). O texto: leitura e escrita. São Paulo: Pontes,

1988.

PLATÃO & FIORIN. Lições de texto: leitura e redação. 4a

edição. São Paulo:

Editora Ática, 2001.

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) traz alguns exemplos de textos a serem

trabalhados em sala de aula:

A seleção de textos deve privilegiar textos de gêneros que aparecem com maior

freqüência na realidade social e no universo escolar, tais como notícias, editoriais,

cartas argumentativas, artigos de divulgação científica, verbetes enciclopédicos,

contos, romances, entre outros (PARÂMETROS CURRICULARS NACIONAIS,

1998, p. 26).

Atualmente, a prática da leitura está se tornando cada vez mais rara e pobre de

repertório entre os educandos, o que favorece um fraco desenvolvimento e desempenho na

produção textual. A respeito disso, nos diz Lajolo:

A atividade de leitura, que, em suas origens, era individual e reflexiva,

transformou-se hoje em consumo rápido do texto, em leitura dinâmica que, para ser

lucrativa, tem de envelhecer depressa, gerando constantemente a necessidade de

novos textos. [...] O ato de ler foi de tal forma se afastando da pratica individual que

a tarefa que hoje se solicita de profissionais da leitura como professores,

bibliotecários e animadores culturais, é exorcizarem o risco da alienação, muito

embora eles possam acabar constituindo elo a mais na longa e agora inevitável

cadeia de mediadores que se interpõem entre o leitor e significado do texto. [...]

Esse papel de intermediário pode afastar da prática docente o artesanato que a

leitura exige. O que se reserva aos professores de hoje, a partir inclusive de sua

formação profissional, é a divulgação de livros, a decifração de significados, a

intermediação e o patrocínio do consumo de textos impressos (LAJOLO, 2006, p. 105).

Dessa forma, o homem é conhecido pelo texto que produz.

O quadro abaixo aponta para a importância que tem o texto para o

conhecimento do homem nos estudos das ciências humanas.

Quadro 1 - Ciências humanas e Ciências exatas e biológicas

Ciências humanas

- Voltam-se para o homem produtor de

texto

- Homem não só é conhecido através dos

textos como se constrói enquanto objeto

de estudos nos e por meio dos textos

- Procura-se conhecer um sujeito produtor

de texto

Ciências exatas e biológicas

- Examinam o homem “fora do texto’’

- Procura-se conhecer um objeto

Fonte: Slide apresentado em sala na discussão do texto de Brait (2001)

A linguagem pode ser encarada como o lugar em que a ideologia se manifesta concretamente, Voloshinov apud Brandão (1929, p.19) diz: “Cada signo ideológico é não apenas um reflexo, uma sombra da realidade, mas também um fragmento material dessa realidade“.

Quadro 2 - A prática de produção de textos

TEXTOS Quinta série Sexta série Sétima série Oitava série

Narrativos Histórias

familiares

História do Brasil

e noticiários

Fatos:

comentários,

lendas e contos

Economia e

política

Descritivos - Onde/quando - -

Dissertativos Debate oral: “por

quê”

Por que foi assim? O porquê dos

fatos aparecendo

nos textos

Argumentação

Normativos Regras de jogos Regras de trabalho

em grupo

Estatutos de

grêmios estudantis

Regimento da

escola

Correspondência Familiar Familiar Ofício Carta-emprego

Fonte: Geraldi, 2005, p. 73.

O processo de produção de texto

Segundo Heinemann & Viehweger apud Koch (1991), para o processamento

textual contribuem três grandes sistemas de conhecimento: o lingüístico, o enciclopédico e o

interacional.

O conhecimento linguístico retrata o conhecimento gramatical e o lexical,

sendo responsável pela articulação som-sentido:

É ele o responsável, por exemplo, pela organização do material lingüístico na

superfície textual, pelo uso dos meios coesivos que língua nos põe à disposição para

efetuar a remissão ou a sequenciação textual, pela seleção lexical adequada ao tema

e/ou aos modelos cognitivos ativados (KOCH, 2003, p. 32).

Conclusão

O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo abrangente sobre as principais

diferenças entre redação e produção textual, pois nos parecia que para muitos dos

profissionais atuantes na área, não havia diferença alguma. O primeiro passo foi identificar, através de estudos e pesquisa bibliográfica, os teóricos que abordavam o tema, para nos

basear.

Chegamos à conclusão, segundo Geraldi, de que a redação é apenas o ato de

escrever textos na escola sem reflexão alguma, são textos sem criticidade e não apresentam a

leitura de mundo do aluno. Já a produção textual, se relaciona a textos mais ricos em termos

de conhecimento, reflexão, e mostra a visão critica do escritor. A produção também possui um

motivo para ser escrita, e deve ter também um destinatário, ao contrário da redação, que é

escrita apenas para simples exercício e obtenção de nota na escola.

A partir daí, foi feita uma pesquisa de campo com quatro professores da rede

pública, através de um questionário que comprovou o que imaginávamos. Os professores não

reconhecem diferença alguma entre ambos os exercícios. E apesar de se guiarem no material

cedido pelo estado e também pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, que dizem que as

produções devem fazer com que o aluno reflita, na prática, não é o que ocorre, já que os

mesmos, apenas escrevem textos sem reflexão com o que é proposto, justamente porque os

temas indicados para a escrita não ajudam nada na criticidade do sujeito.

Concluímos também que a leitura é uma prática muito importante no processo

de produção de textos, porque é capaz de tornar o aluno critico em relação à sociedade, e em

conseqüência, crítico em relação ao que escreve.

Vimos ainda, que os próprios alunos não se sentem motivados a escrever. As

redações escritas por eles não possuem um destino final, não parece haver preocupação com a

interação. São ás vezes lidas, corrigidas ou simplesmente atiradas ao lixo por eles próprios.

Acreditamos que se fosse dada uma outra finalidade aos textos, como por

exemplo, a publicação em um jornalzinho da escola, ou mesmo a exposição dos textos, o

sujeito seria melhor incentivado a escrever, tendo assim mais dedicação ao ato, quem sabe,

procurando melhorar a cada texto, ao invés de apenas escrever por escrever.

Referências

ALONSO, M. O. Trabalho docente: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 1999.

BRAIT, Beth (Org). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006.

______. (Org). Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas: Unicamp, 2001.

BRANDÃO, Helena H. Introdução à análise do discurso. Campinas: Unicamp, 1996.

BRASIL. Lei de Diretrizes Brasileira, 1996. 28

BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua

portuguesa/ Secretária da Educação Fundamental- Brasília: MEC/ SEF

DURIGAN, R. H. A.Tecendo a leitura e as leituras. In:___ Leitura e competência na

produção de textos: travessias e significação. 2003, Dissertação (Mestrado em Ciências e

Práticas Educativas) – Universidade de Franca: Franca.

FREIRE, P. R. N. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 1993.

______.( Org). Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia

Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975

______.( Org).. Fazer escola conhecendo a vida. Papirus, 1986.

GERALDI, J.W. Portos de Passagem. São Paulo: Martins, 2003.

______. (Org). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2005.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto da construção de sentidos. São Paulo: Contexto,

2003.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2006.

MASETTO, M. T. Trabalho docente: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 1999.

MENDES, A. E. C. A dimensão social da aprendizagem: análise das dificuldades da

construção de texto na sala de aula. Itapetininga: 1977.

PINHEIRO, M. E. Escola: espaço do projeto político-pedagógico. São Paulo: Papirus, 1998.

SILVA. E. T. Elementos de pedagogia da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

SOARES, M. B. Técnica de Redação. Rio de Janeiro: Afiliada, 1978.

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Curso: Tecnologia em Processos Metalúrgicos

Turma: 1º semestre

Professor: Agostinho Luís Agostini

PLANO DE ENSINO

http://www.caxias.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/201441421103596portugues_instrumental_i_-_agostinho_agostini.pdf

Bibliografia básica:

ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação.12.ed. São Paulo: Ática, 2004.GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 23.ed.

Rio de Janeiro: FGV, 2003.

FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Bibliografia complementar:

BECKER, Fernando; FARINA, Sérgio; SCHEID, Urbano. Apresentação de trabalhos escolares. 18. ed. Porto

Alegre: Multilivro, 1999.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3.ed. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira, 1985.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 9.ed. São Paulo: Ática, 2000.

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DA LEITUR A À PRODUÇÃO DO TEXTO :

UMA MODALIDADE D E ENSINO D E REDAÇÃO

Manoel Luiz Gonçalves CORRÊA

1. Departamento de Lingüística - Faculdade de Ciências e Letras - UNESP - Assis - SP. Alfa, São Paulo, 36: 25-38, 1992

• RESUMO: O presente artigo discute a relação entre leitura e produção de textos e apresenta uma

modalidade de ensino de redação em termos da integração do uso diário da língua.

• UNITERMOS: Ensino de redação; leitura.

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Observações finais

De tudo que dissemos, gostaríamos de destacar os seguintes pontos:

- o estabelecimento de analogias com fins investigativos, no caso, a analogia

entre leitura e produção de textos, deve levar em conta os pressupostos que sustentam

cada um dos termos tomados como análogos. A produção de um texto não se resume,

como procuramos demonstrar, na elaboração de um arcabouço formal, como simples

revelador de uma estrutura de raciocínio, decalcada no exercício prévio da leitura;

- os procedimentos que valem para a produção de textos podem valer, com o

sinal das posições interlocutivas trocado, para a leitura, ressalvando-se que leitura e

produção de textos não são dois momentos isolados. A expressão DA LEITURA À

PRODUÇÃO DO TEXTO, que dá título a este trabalho, deve ser lida, portanto, como

trânsito, passagem, e não como uma seqüência de etapas. Como dissemos, há, no

momento da leitura, a intromissão de procedimentos de produção, da mesma forma

que o momento da produção é também um momento de releitura. Nesse sentido,

podemos retomar, para o problema que nos ocupa, a afirmação de que um texto nasce

do outro. Em outras palavras, não há texto produzido sem produção de leitura;

- da mesma forma que se exige de uma leitura em particular que ela seja

consistente, é preciso construir um arcabouço formal argumentativamente coerente

ao se produzir um novo texto. Prioritariamente, porém, a busca da forma apropriada

de um texto deve consistir em uma preocupação estética, com força, inclusive, para

subverter - e não apenas rechear - qualquer esboço formal prévio, do mesmo modo

que toda leitura, além de consistente, deve ser criativa;

- a busca dessa forma apropriada do texto deve arregimentar recursos nos usos

diários da língua.

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Referências bibliográficas

1. ABAURRE, M. B. A propósito de leitores e de escribas. Jornal da Fundação para o

Desenvolvimento da Educação, Idéias 3,1988.

2. APRESJAN, J. D. Idéias e métodos da lingüística estrutural contemporânea. Trad. de Lucy

Seki. São Paulo: Cultrix, Fundação de Desenvolvimento da UNICAMP, 1980.

3. CÂMARA, Jr., J. M. Dicionário de lingüística e gramática (referente a Língua Portuguesa). 8. ed.

Petrópolis: Vozes, 1978.

Bibliografia consultada

BENVENISTE, E. Problemas de lingüística geral. Trad. de Maria de Glória Novak e Luiza Neri.

São Paulo: Ed. Nacional. 1976.

DUCROT, O. O dizer e o dito. Campinas: Pontes, 1987.

FOUCAULT, M. Arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 2. ed. Rio de Janeiro:

Forense-Universitária, 1986.

FREIRE, P. A importância do ato de 1er: em três artigos que se completam. 4. ed. São Paulo:

Autores Associados, Cortez, 1983.

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna (aprenda a escrever,^aprendendo a pensar).

8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980.

GENOUVRIER, E., PEYTARD, J. Lingüística e ensino do português. Trad. de Rodolfo Ilari.

Coimbra: Almedina, 1974.

HALLIDAY, M. A. K., HASAN, R. Cohésion in English. London: Longman, 1976.

KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva sociolinguística. São Paulo: Ática, 1986.

LAPA, M. R. Estilística da língua portuguesa. 2. ed. Lisboa: F. Franco, s.d.

MAINGUENEAU, D. Initiation aux méthodes de l'analyse du discours: problèmes et perspectives.

Paris: Classiques Hachette, 1979.

ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento (as formas de discurso). São Paulo:

Brasiliense, 1983.

OSAKABE, H. Argumentação e discurso político. São Paulo: Kairós, 1979.

PÊCHEUX, M. Analyse automatique du discours. Paris: Dunod, 1969.

PÉCORA, A. Problemas de redação. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1986.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 21/02/2015
Reeditado em 22/02/2015
Código do texto: T5145588
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