A consciência de si à consciência de sua (in)finitude: existenciais e teístas...

Prezado amigo leitor e prezada amiga leitora,

"A consciência não é um ser como o da coisa, mas um ser cuja essência é estar voltada para significar o objeto. Esse fenômeno originário, tão miraculoso quanto

em si mesmo compreensível, foi chamado intencionalidade. Tudo o que existe para mim deve entrar na Consciência de si e da vida: penso e penso que penso..." (Jaspers, K.)

"Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.

Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves?

E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura?

Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?

Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.

E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?

Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos.

Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas.

Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.

Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.

Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.

Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias." Lucas 12:23-35

A esperança nos aproxima do mistério: a finitude clama a necessidade de infinito. Porque a consciência de que temos de nossa contingência implica no questionamento - para muitos a condição de mortalidade - será o fim ou haverá uma esperança no fim do túnel da vida?

Soren Kierkegaard assevera que o projeto humano supõe alguém que o lança no mundo. Este algo ou alguém para ele é um ser absoluto e sábio. Não nos fez para o vazio e a derrota da morte. O homem aspira eternidade e imortalizar-se de alguma forma, por isso cria cultura desde as pinturas rupestres, os vasos fúnebres antigos em que os ancestrais enterravam seus entes tribais...

O homem é um ser aí - "Dasein": um ser para a morte, para os outros, para Deus... Essas premissas inculcam muitos crentes e ateus.

Se o universo nos fez pelo Big Bang: quem fez o Universo? Consequentemente, quem nos fez?

As respostas são muitas e contraditórias: o crente aposta em Deus como origem e fim último da vida e os ateus contestam-se na falência da espécie humana tão absurda como a própria vida!

Ora, se a vida em si é um absurdo em um ser Absoluto, porque então queremos nos superar: gerar artes, cinema, obras, educar pessoas e ter filhos, amar animais e tecnologia, sentir a poeticidade como leveza e protesto... Por que eternizar-se na história, se a mesma pode ser em sua finitude e ocaso? O império Romano faliu: tudo desmoronou! vivemos hoje uma crise de valores tão grave quanto a do Império Romano...

Caminhando entre coisas que passam, busquemos Jesus, que não passa. Porque, "onde está teu tesouro aí estará teu coração..."

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http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B8ren_Kierkegaard

Filosoficamente, fez a ponte entre a filosofia hegeliana e aquilo que se tornaria no existencialismo. Kierkegaard rejeitou a filosofia hegeliana do seu tempo e aquilo que ele viu como o formalismo vazio da igreja luterana dinamarquesa. Muitas das suas obras lidam com problemas religiosos tais como a natureza da fé, a instituição da fé cristã, e ética cristã e teologia. Por causa disto, a obra de Kierkegaard é, algumas vezes, caracterizada como existencialismo cristão, em oposição ao existencialismo de Jean-Paul Sartre ou ao proto-existencialismo de Friedrich Nietzsche, ambos derivados de uma forte base ateística.

A obra de Kierkegaard é de difícil interpretação, uma vez que ele escreveu a maioria das suas obras sob vários pseudônimos, e muitas vezes esses pseudo-autores comentam os trabalhos de pseudo-autores anteriores.

Kierkegaard é um dos poucos autores cuja vida exerceu profunda influência no desenvolvimento da obra. As inquietações e angústias que o acompanharam estão expressas em seus textos, incluindo a relação de angústia e sofrimento que ele manteve com o cristianismo — herança de um pai extremamente religioso, que cultivava de maneira exacerbada os rígidos princípios do protestantismo dinamarquês, religião de Estado.

J B Pereira, http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B8ren_Kierkegaard e e http://ep1.com.br/site/wp-content/uploads/2012/01/Nicola-Abbagnano-Dicion%C3%A1rio-de-Filosofia-parte-II.pdf
Enviado por J B Pereira em 03/12/2014
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