O amor basta.
Enquanto o vento dança com a cortina roxa na janela do quarto, ela dorme... Tranquila. Terna. Brisa. Utilizando o lençol vermelho como um casulo a envolver o seu corpo nu, cabelos bagunçados e livres sobre travesseiro branco. Numa poltrona em frente à cama, ele se encontra sentado rabiscando formas, vez ou outra, para o que está fazendo pra olhá-la. Não sei o que sente nesses intervalos, mas tenho certeza que é amor.
Um dia, fiquei prestando atenção neles, percebi que eles sentem medo de se machucarem. E eu quis por instantes escrever o roteiro de suas vidas, sem dor... Para que vocês, que viessem espionar essa história sentissem paz constante. Mas justamente na hora que eu ia equalizar todo o contexto, ouvi por trás da porta ele dizendo a ela que onde havia amor existia certa dose de sofrimento e que isso era necessário... Daí , fiquei preocupada e deixei-os livres nas minhas palavras, como são na vida. Não mudei nada. Eu a escutei chorando alto, ele continuou cuidando dela. Isso é amor. Ela se acalmou. Tranquila. Terna. Chuva.
Doeu o coração dos dois, mas eles estavam juntos até nessas horas. Se vão continuar juntos, não sei dizer, deixo Deus, o Cosmos, o destino e até vocês decidirem isso. Mas sei, ali há amor. E no fim das contas, é isso que basta ou estou enganada?