Denzell
Denzell
Curta por Nymbus.
Em uma trilha na floresta, podiam-se ouvir gritos aflitos; alguém lutava. Denzell estava em seu cavalo cinzento, ao ouvir os gritos, apressou o passo. Ao longe avistou alguém cercado por brutamontes, provavelmente eram ladrões em plena ação pensou Denzell.
Um jovem com uma expressão aflita no rosto segurava tremulo uma pequena espada tentando afugentá-los. Tais brutamontes se divertiam com a cena enquanto zombavam do garoto.
Denzell fez com que o cavalo corresse ainda mais rápido na direção dos ladrões, passou rapidamente entre eles jogando três deles no chão. Acidentalmente seu cavalo passou por cima da perna de um deles quebrando-a. Este gritou com a dor intensa e os pássaros da floresta voaram assustados.
Parou seu cavalo e desceu. Os ladrões se precipitaram em sua direção raivosamente. Seu cavalo se assustou e correu.
– ah não Ravus! Exclamou Denzell desapontado.
— Maldição! Pensou consigo mesmo. Abriu rapidamente sua bolsa de couro e pegou objetos de formato arredondado bastante irregulares e atirou-os nos ladrões; ao se chocarem em seus corpos estouravam-se liberando um líquido verde. Os ladrões começaram a se coçarem insanamente envermelhando suas peles. Gritavam e praguejavam enquanto deixavam suas espadas caírem no chão. Quatro deles ficaram de guarda baixa, Denzell aproveitou para usar sua zarabatana; Era comprida e tinha um mecanismo com um cilindro que permitia o carregamento rápido de dardos finos com pontas esverdeadas sujas de veneno ou tranquilizante. Atirou nos ladrões com uma precisão impressionante. Ao serem atingidos sentiram uma pontada no braço, ombro e perna; de repente as coisas começaram a rodar e suas visões ficavam cada vez mais turvas, não tardou muito para que caíssem enfraquecidos no chão.
Ainda havia dois deles. Aproximou-se sacando sua espada afiada e esperou o primeiro deles golpear. O primeiro atacou com tudo, Denzell se esquivou girando o corpo e revidando com um golpe na perna fazendo-lhe um corte fundo, foi quando o último ladrão correu, mas Denzell ainda tinha um dardo no cilindro da zarabatana. Acertou-lhe na parte de trás do pescoço, o tranquilizante se espalhou rápido pelo seu corpo e logo começou a cambalear; o ladrão perdia seus sentidos muito rápido e quando percebeu, já estava lambendo o chão.
Denzell se aproximou do ladrão que estava no chão com a perna quebrada, o mesmo lhe pediu perdão implorando que não o matasse.
— Vocês me dão nojo! Exclamou Denzell com desprezo. Espero que não estejam por aqui quando eu voltar. A guarda de Etáfis vai ficar sabendo da presença de vocês. Sabiam que estão procurando por vocês? Bem! Eu não tenho tempo para perder com vocês, estou atrasado.
— E você garoto? Não sabe que esta trilha da floresta é perigosa? O que tem na cabeça? Porque não usa a estrada como todo mundo se não sabe se defender sozinho.
— A estrada fica muito longe do meu caminho, queria chegar rápido a Etáfis.
—Ah! Exclamou Denzell fazendo uma cara desinteressada. Não tenho tempo para perder com você também, estou muito atrasado. Onde se meteu aquele maldito cavalo. Resmungou enquanto andava de modo impaciente pela trilha. — Ravus! Traidor! Ravus! Gritava enquanto procurava seu cavalo.
Quando virou seu olhar novamente para o rapaz que recolhia suas coisas no chão, percebeu que era um tanto desajeitado.
— Ei! Oque está fazendo aqui ainda? Não posso passar o dia protegendo você.
— Desculpe, respondeu humildemente. Sabe onde posso encontrar um ferreiro chamado Lupércio?
— O que diabos você quer com ele? — preciso de uma espada nova e um trabalho.
— Trabalho! Você? Com Lupércio? Quem é você? Perguntou fazendo uma cara intrigada. — Meu nome é Nardo. Você conhece Lupércio?
— Eu... Denzell foi interrompido por um som abrupto vindo da floresta. — Droga! Não acredito que tem mais deles, o som de mato farfalhando o deixou atento. De repente Ravus apareceu relinchando.
—olha só quem resolveu aparecer depois da confusão, o cavalo traidor! Exclamou nervoso e com a cara transformada cheia de desdém. Isso é coisa de se fazer seu cavalo estúpido, e se eu precisasse correr? Como pôde me deixar para trás daquele jeito? Dizia apontando o dedo. Ravus relinchava e levantava levemente as patas dianteiras, Denzell sempre entendeu aquilo como deboche. Nardo deixou escapar um risinho debochado também.
— E você? Está rindo de quê? Perguntou Denzell levantando as sobrancelhas.
— Nada, respondeu Nardo desmanchando o sorriso. Bem! Eu preciso ir, obrigado por me tirar dessa, e a propósito, belos truques você tem.
— Denzell não deu muita atenção ao que nardo disse, montou em Ravus e antes de sair começou a falar: — quando chegar ao final desta trilha vire à direita, o homem que procura mora na última casa da estrada, é o meu pai. Na entrada da vila há dois soldados de guarda, por favor, avise-os para que venham recolher o lixo. Referindo-se ironicamente aos ladrões no chão. Vamos Ravus! Disse agitando as pernas fazendo-o disparar pela trilha.
Enquanto se distanciava de Nardo, o observou carregando suas coisas com dificuldade. Mais adiante virou à esquerda entrando em outra trilha que dava acesso a Tribo Sky.
Continua...