[Original] Ela me faz - Capítulo 14 - Parte 2

Capítulo 14 – Entre vômitos e verdades – Parte II

- Podemos concluir que Ingrid está fazendo isso propositalmente? – Iasmin perguntou, depois de deixarmos Nina em casa. – Gente, as duas são amigas!

Emerson e Lucas ouviam a tudo silenciosamente. O debate estava pra lá de interessantíssimo.

- Iasmin, venhamos e convenhamos que a Nina é inocente a Ingrid não é lá muito sincera.

- Sim, mas ficar com o cara que ela gosta? E Gabriel também hein! – Ela fitou Lucas. – Bem que podia ter contado pra Nina sobre estar com a Ingrid.

- Ele ia contar, Iasmin. – Disse ele, tomando todo o cuidado em ser imparcial. – Mas não deu tempo.

- Iasmin, eu meio que tive uma ideia... – Murmurei, fazendo-a arregalar os olhos. – O que?

- Suas ideias costumam me dar um pouco de receio. – Eu fiz a minha melhor expressão de ofendida para ela.

- Fico feliz em saber que não sou o único com bom senso. – Lucas comentou, sorrindo animadamente para Iasmin. Eu revirei os olhos. – Rafaela quer que eu dê em cima de Ingrid para testa-la.

Iasmin analisou a ideia. E sua expressão, ao meu ver, fora bastante positiva. Lucas bateu a mão na testa.

- Para, Iasmin! Tu não tá considerando essa loucura, né?

- Não é que seja de todo uma ideia ruim... Mas como faríamos isso?

- Eu pensei na festa da minha prima, mas acho que Gabriel vai estranhar se eu convidá-lo. – Respondi, dando de ombros.

- Eu convido então. – Ela disse, fazendo Lucas dar um soco no ar e não era de alegria. – Vai dar tudo certo, você vai ver.

- Toda vez que vocês falam isso eu fico muito, muito tenso.

- Bobinho. – Iasmin deu dois leves tapinhas na bochecha dele e segurou a mão de Emerson. – Vamos, ainda estou te devendo aquele passeio turístico por São Paulo. Até mais tarde, galera!

E os dois saíram pelo caminho oposto ao nosso, indo em direção ao ponto de ônibus. Senti um pouco de inveja de Iasmin, admito. Ela finalmente parecia estar resolvida no quesito sentimental. Peguei meu celular do bolso e digitei uma mensagem para minha irmã.

“Você acha que Catarina se importará se eu levar uns amigos na festa?”

A resposta veio quase que na mesma hora.

“Que nada, ela vai é adorar.”

- Você ainda está nervoso por causa da minha ideia? – Perguntei, estranhando o silencio do Lucas. Fitei seu rosto e entendi o motivo disso. No outro lado da rua, Fernando nos observava com uma expressão que era um tanto debochada. Como se dissesse “já era de se esperar”.

- Eu não estou curtindo o olhar desse guri. – Lucas falou. O tom de sua voz era sério.

- Lucas. – Ele não respondeu. – Olha pra mim. – Segurei seu rosto, forçando-o a me olhar. - É sério.

- O que foi?

- Vamos embora.

Segurei sua mão com firmeza e sai puxando como se ele fosse uma criança daquelas que fazem birra no supermercado. Quando, em bom tom, Fernando gritou:

“Quando os gatos saem, os ratos fazem a falta”

Lucas me olhou novamente, os olhos ardendo em fúria. As mãos dele estavam quentes, do tamanho do ódio, supus, ainda o puxando.

- Calma.

- Estou calmo.

Era mentira.

- Estou vendo! Quer uma massagem? Um suco? Um beijo na boca?

Ele acabou rindo e aos poucos foi se acalmando. Paramos no ponto de ônibus que dava caminho para casa.

- Aceito a terceira oferta.

- Só porque estou de bom humor.

Fui em sua direção, quando senti um olhar me queimando as costas, travei no meio do caminho e encontrei o olhar. Era a professora Lara, a que nos obrigou a cuidar da boneca.

- Eu poderia pontua-los por não estarem cuidando do bebê, sabia? – Ela perguntou, com sua costumeira voz doce.

- Bah, professora. Acho que a senhora concorda que deu resultados, né?

Lara sorriu.

- Sim, deu resultados. Fico feliz por vocês. – Ela piscou para nós. – Até a próxima aula.

O ônibus dela estacionou na calçada e ela subiu. Esperei o ônibus dar partida para então poder reclamar (só de birra mesmo) de Lucas. Eu nem precisei falar nada, ele mesmo já foi se desculpando.

- Eu sei, eu sei. Tu vai me xingar por ela achar que estamos namorando, mas é melhor assim né? – Seu olhar encontrou o meu, mas me mantive calada. – Bah, fala alguma coisa!!

- Será que ela vai mandar a gente parar de cuidar da boneca?

- Acho que sim. Se a gente fingir o namoro... – Ele deu de ombros. - Mas isso também vai depender de ti.

- Você quer dizer que eu devo entrar nessa sua loucura?

- Acho que deve, inclusive.

- Me dê um bom motivo fora o de que precisamos de nota com a Lara. – Cruzei os braços, desafiadora.

- Nós combinamos em vários sentidos.

- Ah é?

- Se tu quiseres posso enumerar em tudo o que combinamos. – Ele sorriu com a maior malicia do mundo, fazendo-me compreender sua frase.

- Nojento.

Sai andando em sua frente, pra esconder o rubor em meu rosto.

- O que eu fiz? – Ele perguntou, me seguindo aos risos. – Rafaela! Nós vamos pegar o ônibus, se tu não te lembras!

Parei no meio do caminho, e fingindo estar brava, dei meia volta e fiquei ao seu lado.

- Só vou aceitar isso porque quero me livrar de você.

- Claro...

(...)

- Iasmin!!! – Gritei do meu quarto enquanto procurava a única blusa que combinava com a calça que eu vestia. – Merda, porque as coisas nessa casa sempre somem?

- O que foi?? – Ela entrou no quarto alguns minutos depois. Já estava pronta pra festa.

- Cadê a minha blusinha? Aquela lá que briguei na loja com a gerente!

- Está lavando, Rafaela!

- Ah, não brinca.

- Sério. E vamos logo antes que o restante do pessoal comece a nos apressar.

- Tá bom, mais 10 minutos e eu estou descendo.

(...)

Optamos por ir à festa de metrô, já que tínhamos pressa e era importante todos agirem com naturalidade já que Ingrid estaria presente. Lucas sentou-se ao meu lado no vagão, parecia receoso. Como sempre, ele dúvida dos meus planos.

- Vai dar errado e o Gabriel vai parar de falar comigo. – Comentou, passando o braço por meu ombro. – Ah, tu tá muito linda.

Eu corei, porque sempre coro quando ele me olha de verdade, sabe? Não é como um estranho que te olhe de maneira aleatória. Lucas olha no fundo dos olhos. É diferente...

- Não vai não. Se ele partir pra cima de você eu o defendo. Afinal... – Nossos olhares se encontraram muito rapidamente. Eu suspirei. – Te devo uma.

- Eu faria tudo novamente, se fosse preciso.

- Sei que sim.

Ele ameaçou me beijar, mas desviou, beijando meu rosto com doçura. Respirei fundo e desejei mais uma vez que as coisas fossem diferentes.

- Ninguém vai levar presente pra festa mesmo? – Perguntou Iasmin, fazendo-me olha-la. – Cara, que mancada.

- Depois eu compro e envio por Patrícia. – Respondi, dando de ombros. – O que mais me preocupa no momento é a reação dos meus pais ao me verem.

- Por que? – Lucas perguntou, sorrindo.

- Minha mãe vai achar que eu estou muito magra. Você vai ver.

- Mas tu emagreceu muito. Acho que é o amor. – Ele disse, fazendo-me belisca-lo. – É brincadeira, guria!!!

- Você não perde a chance né!

- Jamais.

Descemos na estação. E andamos cerca de 10 minutos até a casa da minha tia. Iasmin disse que Gabriel iria com Ingrid de carro. Eu achei uma ótima ideia. Não aguentaria ouvir aquela voz de gralha por muito tempo. Sério, ela parece que tem uma bola de pelo na garganta.

Ao nos aproximarmos da casa, pude ver como tudo aquilo era estranho pra mim. Quase que desconhecido. Fazia muito tempo que não visitava meus pais. Tentei deixar um pouco da culpa de lado quando vi minha irmã vindo em minha direção.

- Rafa! Que bom que você veio! Oi gente! – Ela cumprimentou ao pessoal com um sorriso. – Entrem. O pai e a mãe tão na sala. Vamos beber algo.

Eu sabia que o mais correto era cumprimentar minha prima e depois falar com meus pais, mas é melhor enfrentar o mais difícil de cara. Passei pelo corredor pedindo licença ao monte de pessoas que entravam e saiam da festa. E ao entrar na sala, vi meus pais sentados observando Miguel brincar com uma criança um pouco maior que ele.

A surpresa deles ao me verem não podia ser mais... Chamativa.

- Meu Deus, Rafaela! – Minha mãe, exclamou e veio em minha direção com os braços abertos. Meu pai ficou de pé, mas manteve-se calado. Ele sabe que não gosto de chamar a atenção. E na verdade, nem ele gosta. – Filha, que saudades. – E fui abraçada da melhor maneira materna (e sufocadora de ser).

- Mãe.

- Você tá mais alta.

- Mãe... – Ela me apertou mais um pouco em seus braços.

- E mais magra.

- Sim, mãe, mas eu... – Eu tentei me afastar, mas não consegui. – Ar.

- Silvia, deixe a menina. – Meu pai interveio a meu favor. E minha mãe me soltou, mas ainda me olhava amorosamente. – Oi, filha.

- Oi, pai. – E ele me abraçou de um jeito mais reservado, porém carinhoso. – Estava com saudades.

- Eu acredito que sim, apesar de não ter mantido contato.

Eu senti o resquício de magoa nas palavras dele, mas resolvi não entrar numa discussão. Uma criaturinha de pouca altura me agarrou pelas pernas e nem precisei olhar para saber quem era.

- FAELA!!! – Miguel sorriu, jogando os bracinhos pro ar para eu pega-lo. E assim eu fiz. – Faela!!!

- Oi, amor!! Que saudades!!!

Miguel não me deu sossego por cerca de meia hora, mas foi bom cansar de brincar com ele.

- E quando é que você vai nos apresenta-lo, filha? – Ouvi meu pai perguntar, e então o olhei, confusa. – Ora, Rafaela! Seu namorado.

Se é realmente possível, eu engasguei com meu próprio ar.

- Pati disse que você está namorando um rapaz... – Minha mãe falou, tentando lembrar o nome dele. – Como é mesmo o nome, meu bem? – E olhou meu pai. – Leonardo?

“Que não seja ele, que não seja ele, que não seja ele!” – Pensei, fechando os olhos.

- Não, mulher. É Lucas!

Certamente eu vou descobrir que isso é alguma piadinha, pois Lucas passou pela sala nesse exato momento e ao ouvir seu nome, parou, me olhando assustado. Eu fui em sua direção com um sorriso forçado.

- Apenas entre na dança, juro que depois te explico. – Sussurrei em seu ouvido e ele assentiu. O que me fez desconfiar se não faz parte da tramoia junto com Patrícia. – Mãe, esse é o Lucas.

- Olá, Sr. e Sra. Marchiori! – Ele os cumprimentou, sorrindo daquela maneira que destrói qualquer impressão ruim. – É um prazer finalmente conhece-los!

- O prazer é todo nosso, querido! – Ela olhou na direção da cozinha. – Sandra, Simone, venham ver que rapaz bonito é o namorado da Rafa!

Foi um mico completo apresenta-lo para toda a minha família. Minhas tias se derreteram pelo Lucas, meus tios o acharam um bom rapaz (ainda mais pelo fato de Lucas adorar futebol, como eles). Minha avó parecia aliviada por eu ter arrumado um namorado, já que sempre achou que eu fosse lésbica. Nesse meio tempo, Catarina se juntou a nós, e apesar do cumprimento distante, ela pareceu, como minha vó, aliviada por eu estar com alguém, mas fiz minha parte e a parabenizei, desejando felicitações e todo o clichê de aniversário.

Lucas, pacientemente aguentou um questionário enorme sobre nosso “namoro”. Depois Iasmin apareceu na sala, dando mais força a mentira. E infelizmente a participação dela foi essencial. Eu aproveitei o momento para ir atrás de minha irmã. Quando a encontrei, ela conversava com alguns vizinhos nossos no corredor.

- Patrícia. – Murmurei, puxando-a para andar comigo.

Ao me ver, deu um pulo e se afastou, o olhar já pedindo desculpas.

- Rafa, eu posso explicar.

- Ah, pode? – Perguntei, ameaçadora. – Será que isso tem realmente explicação?

- Tem! E você vai ver que salvei a sua pele das investigações do pai!

- Sou todo ouvidos. – Cruzei os braços, esperando uma explicação não somente boa, mas ÓTIMA.

- Uma vizinha nossa uns dias antes de eu ir a sua casa te viu com o Lucas na rua, daí ela comentou com o pai. Eu tive que contornar a situação. Isso porque ele não tem nem ideia de que Lucas mora na mesma casa... Você sabe como o pai é.

- Sei sim. – Falei, respirando fundo. Sou capaz de ouvir o imenso sermão que receberia se meus pais soubessem que divido a casa com um homem. – Então devo te agradecer...

- É. – Patrícia olhou por trás de mim e franziu o cenho. – Ei, espera! Aquele ali não é o Miguel com o seu celular na mão? – Segui seu olhar e travei, ao ver nosso irmão, de fato, segurando meu celular.

- MIGUEL!! – Gritei, chamando a sua atenção. Ele riu e saiu correndo, mas conseguimos alcança-lo. – Vem cá, menino!

Patrícia e eu o encurralamos.

- Rá! – Ela o pegou no colo e eu resgatei meu celular. – Que menino danado, meu Deus!

- Terrível. – Eu beijei a cabeça dele, que riu inocente. Olhei meu celular e vi que Miguel discou um número que há muito tempo eu não ligava.

- Eu vou leva-lo pra mãe, já volto! – Patrícia disse, saindo apressada.

Eu poderia não ter desligado a chamada feita por meu irmão, mas por algum motivo que desconheço, eu acabei atendendo.

“Rafaela?”

Ouvir a voz de Conrado me trouxe um arrepio estranho, quase ruim.

- Oi... Ahn, meu irmão pegou meu celular e discou seu número.

Fui em direção à rua, pois a música da festa estava alta.

“Miguel é um garoto esperto.”

- É. Bom, vou desligar Conrado.

“Espera...”

- O que?

“Eu pensei em você o dia inteiro. Coincidência demais estarmos conversando agora!”

- É, acho que sim.

“Passei o dia me perguntando como diabos alguém pode marcar tanto na vida de alguém como você marcou a minha vida.”

- E a que conclusão chegou?

“Cheguei à conclusão que você foi a pior pessoa que eu já conheci e que tudo o que aconteceu talvez tenha sido por alguma razão. Você se sente bem me culpando. Você se sente bem tendo algo pra se defender das pessoas, até mesmo daqueles que te amam.”

- Olha, Conrado, eu...

E ele não me deixou terminar, pois parecia determinado a falar tudo o que sentia.

“Eu não terminei, Rafaela. E chegar a essa conclusão foi inesperado até pra mim que nunca fui muito esperto, mas é a verdade. É a grande verdade sobre Rafaela Marchiori. Você usa a minha traição pra se defender, porque se sente bem fazendo isso.”

- Você tá se fazendo de vítima, Conrado? – Perguntei, pasma com suas palavras.

“Eu estou falando a verdade. Isso é cômodo pra você. Jogar na minha cara a traição é uma forma de fugir do que tínhamos. Eu me pergunto se um dia você realmente me amou.”

- Eu amei você sim. – Murmurei, sentindo um nó na garganta. – Te amei muito, se você quer saber.

“Você é como uma bomba atômica na vida dos outros, Rafaela.”

E então eu chorei com suas palavras sem ao menor saber o que significava, mas sim pela dor com que foram ditas. Conrado ainda me amava e sofria por tudo o que tinha acontecido entre a gente. E por mais estranho que seja admitir isso, ele estava certo. O fato dele ter errado comigo e não o contrário sempre foi bastante cômodo pra mim. Assim como com Lucas. Eu tenho um motivo para fugir de Lucas. E tive um motivo para fugir de Conrado. Eu não sei me doar a ninguém por inteiro.

“Eu sofro por sua causa até hoje. Sofro porque você não me perdoa. Sofro porque ainda amo você. Sofro porque eu queria que as coisas fossem diferentes. Sinceramente? Eu tenho pena do cara com quem você está envolvida. Ele não sabe o mal que você é capaz de fazer as pessoas. E o pior, de como você se aproveita dos erros dos outros... Além da sua incapacidade de perdoar... Esse talvez seja o maior defeito que as pessoas que te amam tenham que lidar. Era só isso que eu queria te dizer.”

Eu funguei, pois não tinha a menor ideia do que falar. Conrado desligou a ligação, deixando-me a beira de uma longa e dolorosa crise de choro. Eu queria gritar com ele, dizer que era mentira, que não era nada daquilo que tinha dito, mas no fundo só ouvi verdades. Dolorosas verdades. Temidas verdades.

Olhei ao meu redor, checando que não havia nenhum conhecido a minha procura. Ninguém. Ótimo. Tomei caminho rumo ao centro.

(...)

E na festa...

Iasmin e Lucas trocaram um olhar ansioso. Já fazia um tempo que tinham notado que Rafaela tinha sumido. Ambos deram uma desculpa bem articulada e saíram juntos até a rua. Lá, encontraram Gabriel, Emerson e Ingrid. Ao olha-los, Lucas lembrou-se do plano que Rafaela elaborou, mas depois revirou os olhos. Não tinha sentido fazer aquilo tudo se ela não estava ali.

- Vou falar com a Patrícia, talvez ela tenha visto a irmã. – Iasmin avisou, voltando para dentro da festa.

- Cadê a Rafa? – Gabriel perguntou, parecendo notar a preocupação do amigo.

- Boa pergunta, Gabriel.

Iasmin voltou com uma expressão séria. Lucas se aproximou dela e trocaram um longo olhar. Depois de tanta convivência o garoto lia as expressões da amiga muito bem.

- Patrícia disse que a última vez que viu Rafaela ela estava no telefone com o... Ahn, Conrado.

Lucas conteve ao máximo para não dizer nada que delatasse ciúmes, pois ainda estava preocupado com Rafaela.

- Vamos perguntar as pessoas aqui fora se eles a viram. – Emerson sugeriu e nós assentimos. Gabriel e Ingrid foram para um canto buscar informações de Rafaela. Iasmin e Emerson para outro. Eu perguntei a dois senhores que conversaram próximo do portão da festa. Nenhum deles tinha visto Rafaela.

Nos reunimos novamente e a única que tinha conseguido informações fora Iasmin.

- Viram a Rafaela indo em direção ao centro. Parece que discutiu com Conrado, pois o homem disse que ela chorava muito.

- Vou para o centro agora! – Avisei, mas Iasmin me segurou pela camisa. – O que?

- Você não conhece o centro. Vou contigo. – Ela olhou Emerson. – Fiquem por aqui se por acaso os Marchiori desconfiarem de algo, ok?

Os três assentiram e nós saímos discretamente pelas ruas do bairro.

- Eu estou com uma sensação muito estranha sobre esse sumiço da Rafaela. – Comentei com Iasmin, quando já estávamos há uma distância considerável da festa.

- Eu também, Lucas... Eu também.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 12/06/2014
Reeditado em 26/06/2022
Código do texto: T4841829
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