Melhor Assim!-CAP.19

Ooi,pessoal...desculpem mesmo a imensa demora,a vida tá corrida...além do mais,tô trabalhando num livro pra mandar pra uma editora,entao,ta tudo beeem louco...mas vou postar regularmente agora,ok?Seguindo as vezes passadas,os capítulos saem às segundas,quartas e sextas...então,boa leitura!!

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FÁCIL QUANDO ELA NÃO ESTAVA AQUI(FERNANDO)

Depois de sair da sala com a Vanessa,lembrei que tinha que ir falar com o diretor.Me despedi dela e caminhei rumo a coordenação.

Quando cheguei lá,o marrento do Yuri já estava.E no fim de todo um discurso sobre disciplina nas dependências do colégio,ficou decidido que ele ajudaria na montagem da peça,no caso,Macbeth.E eu,que já participava da peça,ia prestar serviço comunitário todos os dias por 2 semanas.

De volta a minha caminhada pra casa,eu resolvi prolongar o caminho.Liguei pra casa,avisando que chegaria mais tarde e rumei pra república,onde a Vitória morava.

Quando eu entrei pela porta do hall,notei o quão bagunçada deveria ser a vida dela.Um amontoado de guris corriam de um lado pro outro,enquanto algumas gurias carregavam materiais de maquiagem na direção oposta.

Da entrada dava pra ver uma mesa enorme no cômodo seguinte;estavam preparando o jantar.

Bah,como eu ia encontra-la nessa confusão toda?Foi quando um senhor de meia idade veio da sala seguinte,caminhando na minha direção.

__Posso ajudar você?-ele perguntou,desconfiado.

__Pode sim...-eu disse,de imediato.-Vitória Lima,sabe onde posso encontra-la?

Ele me olhou mais desconfiado ainda.Mas,sem dizer nada,caminhou até uma mesinha ali perto,pegou um caderno que estava lá e procurou algo.

__Vitória Lima,2º andar,quarto 16...

__Obrigado...-eu disse e saí,disparado na direção da escada.

Subi o corredor,procurando pelo quarto 16.Bati na porta esperei.Uma guria de cabelo vermelho abriu a porta,me fazendo franzir o cenho.

__Ahn,desculpa...a Vitória não é desse quarto?

Ela me olhou,mascando repetidas vezes algo que ela tinha na boca.

__Da parte de quem?

E lá vamos nós!

__Da minha...-eu disse.-Fernando...

__Vitóriaaa!!!-ela gritou lá da porta,me deixando quase surdo.

Então a Vitória apareceu na porta,parecendo completamente confusa.

__Tá fazendo o que aqui?

__Será que tu tens um tempinho?

Ela assentiu e saiu do quarto.

...

Saímos da república e fomos caminhar pelas ruas.Já eram mais de 18:00 e eu estava realmente sem nenhuma vontade de ir pra casa.

__Não foi em casa ainda?-ela perguntou,sendo atenciosa como sempre.

Eu balancei a cabeça negativamente,dando um meio sorriso desconfortável.

__Não,ainda não...queria falar contigo,na verdade...precisava falar contigo...

Ela assentiu.Mas ainda não olhava diretamente pra mim.Estava prestando mais atenção no trânsito do que na nossa “conversa”.

__Sou toda ouvidos...-eu ouvi ela dizer.

__Desculpa...eu devia ter te falado sobre a Vanessa...

__Qual é,Fernando...você não me deve nada...

__Mas eu devia ter falado!-eu disse,parando no meio da rua.

Quando dei por conta,estávamos em frente à praça do grafite.

__Bah,Vitória,tu é a guria que eu mais prezo naquele lugar,tu me ajudou desde o começo...não quero que tu fique de cara comigo...

Eu engoli em seco,esperando a resposta dela.Ela deu um suspiro e eu vi um meio sorriso se formar em seu rosto.Eu comecei a sorrir junto,mas então o sorriso dela se desfez e ela franziu o cenho.

__Aquela é a Izzie?

Apressado,virei a cabeça e meu coração disparou.Num dos bancos da praça,a Izzie beijava outro cara.

__Quem...é...aquele?-eu perguntei.

A Vitória deu de ombros,esgueirando o pescoço,tentando ver por cima do meu ombro.

__Sei lá,parece o...-ela se interrompeu.

Quando a olhei,ela parecia estupefata.

__Quem?-eu perguntei,já impaciente.

Então ela deu um sorriso abobado,como se...como se estivesse orgulhosa!Era isso,ela estava orgulhosa da Izzie.

__Diêgo...Diêgo Morales...

Eu ofeguei,franzindo o cenho.Mas quem diabos era Diêgo Morales?

__Quem é Diêgo Morales?.-com certeza meu tom de voz não tinha sido nada amigável.

Ainda parecendo anestesiada,a Vitória de virou na minha direção,dessa vez me olhando nos olhos.

__Achei que soubesse quem ele era...-ela disse,sarcástica.

__Deveria?

__É,deveria sim...porque ele é irmão da sua...”namorada”...

Não sei o que me deixou mais em choque:ver a Izzie beijar outro cara,a Vitória ter dito a última palavra quase que com nojo,ou descobrir que o cara que a Izzie beijava era irmão da garota que EU beijava.

Assentindo,eu comecei a caminhar na direção de casa.

__Fernando?-eu ouvi a Vitória me chamar repetidas vezes.-Fernando?

Acho que nunca mais ia beijar ninguém.Porque se a Izzie gosta de mim ao menos um pouco,ela deve ter sentido isso que sinto agora.E,bah...isso não é nada legal.

VIDA MALUCA(IZZIE)

Quando meus lábios finalmente soltaram os lábios do Diêgo,eu baixei a cabeça,sem graça.Nunca que na minha vida eu ia imaginar beijar um dos caras mais desejados da escola,da cidade inteira.

Vendo minha reação,ele deu um risinho divertido,pôs a mão no meu queixo e me fez olhá-lo.

__Quer repetir?

Caramba,ele queria me beijar de novo.Isso significava que tinha gostado do meu beijo,não era?Então,caindo na real,eu me pus de pé.

__Sabe o que é,Diêgo,você é legal e tudo mais...

__Não me acha bonito?

Ah,meu Deus,como que esse pedaço de mau caminho pode achar que existe alguém no mundo que não o acha bonito?

__Tá falando sério?-eu perguntei,sorrindo.

Ele deu de ombros.

__Diêgo,você é um gostoso...-eu soltei,o olhando de cima a baixo.Ele sorriu.-Você é o sonho de consumo de qualquer garota...

__Então...qual o problema?

Eu suspirei e voltei a me sentar ao lado dele.

__Eu tô afim de outro cara...

Ele assentiu calmamente.

__Mascarenhas?-ele perguntou.

Eu baixei a cabeça,assentindo,sem graça.

__Mas ele tá com a Vanessa agora...

__Eu sei...-eu disse.-Mas...eu não posso evitar...

Ele assentiu e eu baixei a cabeça,dando tudo por encerrado.A conversa,os beijos,tudo.

__Me usa...

Eu franzi o cenho,o olhando.

__O que?

__Me usa!-ele repetiu.

Eu não estava entendendo mais nada.O que ele queria dizer com aquilo?

__O que tá querendo dizer com isso?-eu perguntei,confusa.

Ele se pôs de pé,me olhando e sorriu casualmente.

__Me usa pra fazer ciúmes no Mascarenhas...

__Qual é,Diêgo?Tá maluco?-eu perguntei,também me pondo de pé.

Aquilo parecia inviável,era maluco,estúpido.Usá-lo...como se eu realmente quisesse fazer aquilo.

__Maluco por quê,ué?

__Pra começar,sua irmã tá namorando com ele...

Ele deu um risinho,parecendo se divertir com o que eu tinha dito.

__Ela só ficou com ele na aula de teatro,Izzie...além do mais,a Vanessa arrasta um caminhão peloYuri...

Quem franziu o cenho dessa vez fui eu.

__Sério?-eu perguntei,me sentando de novo.

Ele assentiu e voltou a sentar do meu lado.

__É...ela nunca vai admitir isso,mas desde que eles ficaram na festa do Ricardo no ano passado,ela meio que...tem uma queda por ele...

Aquilo não me chegou muito bem nos ouvidos,muito menos na cabeça.O Yuri era até bonitão e era fortão e charmoso,mas eu não conseguia imaginar nenhuma garota afim dele de verdade.Talvez porque fôssemos amigos demais ou porque eu o achava um babaca com as meninas,super ignorante.

Só sei que aquilo não me soou muito bem.

__Então,Izzie?Aceita?

Eu o encarei.Isso parecia mentira.

__Por que quer fazer isso?-eu perguntei.

Uma explicação plausível viria bem a calhar agora.

__Porque você é linda...-ele disse,me deixando boba.-E pro Mascarenhas perceber o quanto ele é idiota por ter te deixado...

Mas ele não me deixou...ele não me deixou!Até insistiu pra voltar.

__Tá...-eu disse.

Ele se abriu num sorriso e me beijou de novo.

...

Depois de toda essa maluquice que eu tinha decidido fazer,Diêgo e eu voltamos pra casa juntos.

Quando eu abri a porta de casa,vi minha mãe sentada no sofá com as mãos no rosto.Os móveis estavam fora de lugar e algumas coisas quebradas pelo chão.

__Mãe?!

Quando ela levantou o rosto,me olhando,meu fôlego sumiu e eu ofeguei,estarrecida.Não bastasse o olho roxo,que ainda não tinha sumido por completo,o nariz dela sangrava,como se tivesse apanhado de novo.

__Mãe...-eu corri na direção dela e ela se levantou,apressada.

__Foi...foi...um assalto...-disse ela,gaguejando e soluçando.

Eu franzi o cenho,tentando juntar as peças.Isso era um condomínio,era improvável ter sido um assalto.Era um prédio da classe média alta,tinha um porteiro e 3 seguranças lá embaixo.Se isso fosse um assalto,provavelmente até o FBI já estaria aqui.Isso não tinha sido assalto coisíssima nenhuma.

__Isso não foi um assalto...-eu disse,sentindo os olhos marejarem.

__Claro que foi!-ela insistiu.-Eu estava aqui...

__Porra,mãe,isso não foi um assalto!-eu gritei.-Foi o Ricardo,não foi?

Ela hesitou.Lógico que tinha sido ele.

__Mãe,foi o Ricardo,não foi?

Ela não respondeu.Uma ira começou a me subir dos pés a cabeça,uma vontade maluca de socar a cara daquele covarde.

__MÃE!-eu gritei,sentindo as lágrimas no meu rosto.

Ela desabou no outro sofá,com as mãos no rosto novamente,em prantos.Irada,eu caminhei na direção da porta.

__Izzie,aonde você vai?-ela perguntou.-Izzie?Izzie!

Sem dar ouvidos a ela,saí porta a fora,tão apressada,que nem esperei pelo elevador,peguei as escadas mesmo.

Minha intenção era ir na polícia e denunciar aquele idiota do meu irmão,mas eu não tinha provas e minha mãe negaria,claro.

Andando feito uma louca pelas ruas,sem saber o que fazer,com mil e um pensamentos na cabeça,comecei a correr.Mais rápido,mais rápido,mais rápido,até não ter fôlego nenhum e parar no meio da rua,desesperada e chorando.

Ofegando,pensando em quem pedir ajuda,me dei conta de que ninguém poderia ajudar.Desabei em lágrimas de novo.Então lembrei da única pessoa certa a se conversar nesse momento.Puxei o celular do bolso e após 3 toques,”ele” disse alô do outro lado da linha.

“Fernando?”

“Izzie?Tá tudo bem?”-ele perguntou,obviamente preocupado.

Eu solucei,sabendo que estava em prantos no meio da rua.

“Eu preciso de você,Fernando...”-eu balbuciei,desesperada.

“Onde tu está?”

Eu levantei a cabeça,procurando alguma placa que indicasse o nome da rua onde eu estava.

“A gente pode se encontrar na praça...”-eu disse.

“Tá,eu tô indo...”

Ele desligou e eu pus o celular no bolso,caminhando até a praça.

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Continua...

Egila
Enviado por Egila em 02/06/2014
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