Corrupção e tecnologia: a sofisticação no engendramento contra a vida.
"Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá." Efésios 5:14
____________________
A corrupção é tema da atualidade, mesmo quando a tecnologia parece tornar a cidadania virtual mais engajada. Triste engano! A alienação política do cidadão ou de alguns ou de muitos continua: não se consegue dar basta aos corruptos que se proliferam como uma rede nefasta, valendo-se da tecnologia para efetivar crimes contra a vida, a população e contra o erário.
Veja alguns textos críticos sobre a corrupção:
http://www.cap.ufrj.br/concurso/LinguaPortuguesa-2anoEM-2010.pdf
TEXTO 1 - Epigrama4
Gregório de Matos
(Poeta baiano, nascido em 1636. Morreu em 1695).
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?...
Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste rocrócio5?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura6.
Notável desaventura
De um povo néscio7 e sandeu8,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.
(GUERRA, Gregório de Matos. Poesias selecionadas.
São Paulo: FTD, 1993)
Mil e uma noites, obra clássica da literatura persa, composta de contos orientais.
Cosette Alves (nascida no interior de São Paulo, no século XX) (ALVES, Cosette. Folha de São Paulo, 12 de julho de 1991.)
“...O que vai acontecer com os brasileiros? Vão se conformar com a corrupção pois faz parte da vida? Sossegar ao saber que existem casos de corrupção em outros países? Perder a admiração pelos homens honestos? Ou ficar simplesmente entretidos com as histórias de Sherazade? A corrupção não pode se tornar mais uma distração entre os brasileiros. Corrupção faz parte da natureza humana. Para a controlar, a imprensa deve apresentar a denúncia com o máximo possível de provas. Só assim a sociedade pode reagir, e a Justiça, atuar. Os casos são contados muitas vezes com insinuações e sem fatos. Muitos são esquecidos e substituídos por outros mais novos. Confundem as pessoas e levantam dúvidas sobre a veracidade da notícia. Não há tempo para se perder com histórias das mil e uma noites. Estamos escrevendo a história de um país com 130 milhões de habitantes. Gente muito sofrida. Pessoas não podem virar ficção. É preciso cuidado.”
TEXTO 2
Sherazade: narradora das histórias das Mil e uma noites.
TEXTO 3- Sermão do bom ladrão - Pe. Antônio Vieira (Jesuíta, 1608 – morreu em 1697).
Suponho finalmente que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza9 de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria, ou escusa10, ou alivia o seu pecado (...). O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre11 e de mais alta esfera (...). Não são só ladrões, diz o santo [S. Basílio Magno], os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar12: — Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos. — Ditosa13 Grécia, que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas não padecera a justiça as mesmas afrontas! Quantas vezes se viu Roma ir a enforcar um ladrão, por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma província. E quantos ladrões teriam enforcado estes mesmos ladrões triunfantes? (...)
9 Baixeza; mesquinhez. 10 Desculpa, perdoa, releva; justifica. 11 Qualidade, classe, importância. 12 Gritar 13 Feliz; afortunada.
TEXTO 4 - ANGELI (Chargista brasileiro, nascido no interior de São Paulo em 1956)
O GIGANTE DA CORRUPÇÃO
– Prendemos apenas um dos membros, o resto do
corpo, provavelmente, irá responder em liberdade!
(ANGELI. In.: http://www2.uol.com.br/angeli. Capturado em 18/09/09)