Fica comigo?...tipo, para sempre? Cap.6-Já não fico sem você.

“Cada um de nós é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém.”

Mark Twain

“Hum... o que foi isso?”

Deisy me perguntou sorrindo, mas apenas dei de ombros e peguei um dos sanduíches que estavam ali e comecei a comer para ocupar a minha boca, talvez assim não me fizessem perguntas, não suporto perguntas relacionadas a mim.

“Ok, não querer falar é um direito seu.”

Ela parou de me olhar e ficou aninhada nos braços de Joe, as duas pareciam em um mundo só delas,dando risadas,mexendo nos cabelos uma da outra e beijando-se de vez em sempre.

Comecei a me sentir constrangida com a demonstração de afeto publica delas e resolvi me afastar das duas, mas para onde eu iria?Anabelle e Chris estavam em um canto conversando, Anabelle estava vermelha de tanto sorrir e eu não queria atrapalhar o romance deles, mesmo que eles não assumam, Rian,estava tostando algo na fogueira e eu não quero ficar perto dele,Sky está sendo “sufocado” por Melody,eu até tenho pena dele,mas ele sabe se virar,chega de fazer cena por hoje.

Resolvi me sentar perto do lago, só então notei quão frio estava e cruzei meus braços os esfregado; O lago refletia a imagem da lua, uma meia lua ,branca e cintilante que parecia sorrir para mim,sorri para ela também e fiquei admirando-a sempre gostei da noite,mas o que sempre me fez gostar da noite foi a lua em si,sempre radiante em seu manto negro rodeada de pequenas e brilhantes estrelas,o céu sem a lua não seria a mesma coisa.

“No que você está pensando, com esse sorriso no rosto?”

Sky disse sentando-se ao meu lado, a distancia de um braço. Olhei em volta e percebi que Melody estava perto da fogueira junto com Rian,com esse frio não a culp,Anabelle e Chris no mesmo lugar mas desta vez Anabelle que parecia imitar algo,Deisy e Joe abraçadas apontando algo no céu; Quem olhasse de fora acharia que todos formam um casal e a as duas garotas juntas são grandes amigas e a ironia da vida é que a pessoa estaria enganada e que apenas as duas garotas são de fato namoradas.

“Bobagens, apenas bobagens da minha cabeça.”

Disse olhando a lua mais uma vez e só então olhando para ele,fixando meus olhos dentro dos seus,pois era impossível não olhar e se admirar; Os olhos dele a noite pareciam emitir luz própria, simplesmente lindos.

“Eu vou acabar corando se você continuar me encarando desta forma.”

Só então percebi o que realmente estava fazendo e pisquei, para tentar parecer um pouco mais normal.

“Desculpa é que seus olhos parecem mais claros à noite.”

“Isso é porque você não está olhando bem de perto.”

Franzi as sobrancelhas sem entender, estávamos a distancia de um braço apenas, mas quando ele terminou com essa distancia olhando dentro dos meus olhos e me fazendo olhar dentro dos seus, eu entendi.

“E agora?”

Ele perguntou com nossos narizes quase se tocando, sua voz rouca e baixa,seu hálito quente vindo direto ao meu rosto,não me deixando dúvidas que ele comeu uma das maças que eu trouxe e o pior me fazendo estremecer,o que o fez sorrir em seguida.

“Não sei do que está rindo, eu estou com frio só isso”

“Sim acredito”

Ainda rindo ele tirou o casoco ficando só com a blusa de baixo e antes que eu pudesse protestar ele vestiu o casaco dele em mim.

“Obrigada ele é bem quente.”

“Eu também.”

“O que?!”

Perguntei só por instinto, mas ele apenas sorriu e balançou a cabeça dizendo que não era nada, mas eu ouvi e gostei do que eu ouvi.

Ele se deitou a o meu lado colocando uma das mãos de apoio em baixo de sua cabeça, eu apenas fiquei observando-o, mas logo tratei de olhar para o lado, o céu, o lago, o chão, meus dedos, qualquer canto que não fosse para ele. Mas quem disse que eu consigo? Peguei-me olhando-o novamente, mas ele estava com os olhos fechados e então um sorriso se formou em seus lábios.

“Sabe aquela sensação de estar sendo observado?”

Corei mesmo sem ele estar me olhando.

“Não sei do que está falando.”

Ele abriu os olhos e esticou sua mão livre para mim, relutei um pouco e a segurei; Ele começou a me puxar de leve e quando percebi estava deitada em seu braço.

“Bem melhor, estava com frio.”

“Oh, desculpa, mas você quer o seu casaco de volta?”

“Estou apenas brincando, pode ficar com ele, afinal você gosta de usar roupas maiores que você para dormir.”

“Como você Sab... ah claro,o incidente vergonhoso de hoje de manhã.”

“Isso, mas nem foi vergonhoso, vou te dizer o que é vergonhoso, apostar com um amigo que vai transar com uma garota e na hora H descobrir que ela gosta do mesmo que você e ter que mergulhar pelado na piscina da festa com todos filmando e fotografando.”

O encarei chocada, que tipo de pessoa faz isso.

“Ei, não me olhe assim, acredite ou não, mas eu fui um adolescente idiota.”

“Eu nunca ouvi sobre algo desse tipo, por aqui, é que é... como posso dizer insano.”

“De fato é, mas aqui é praticamente o interior não me surpreenda que coisas como essas não aconteçam por aqui, mas na cidade grande chega a ser até normal.”

Senti-me ofendida com as palavras dele, mas um pouco e ele me chama de caipira, sai de cima do braço dele e me deitei em cima do meu próprio um pouco afastada e de costas para ele.

“Foi algo que eu disse?”

“Só estou com sono.”

“Sei.”

O ouvi suspirar e ouvi o som de passos,olhei e ele estava se afastando em direção a os outros,me senti um pouco frustrada,mas o que eu esperava?, que ele me abraça-se e se desculpa-se pelo o que disse, coitada de mim.Mas antes que pudesse continuar me martirizando ouvi passos novamente e senti uma mão em meu ombro, olhei primeiro para a mão e depois para o rosto sorridente.

“Você vai acordar dolorida se dormir nesse chão, então eu trouxe um saco de dormir pra você.”

“Mas e você?”

“Eu me viro.”

Por mais que ele tenha me magoado com as palavras dele, que nem foi essa a intenção, eu tinha que reconhecer, ele é um homem incrível.

“Ok, mas com uma condição.”

Levantei-me e peguei o saco de dormir o estendendo no chão e entrei dentro dele.

“Qual condição?”

“Que você fique aqui comigo.”

“Tem certeza, eu pensei que estivesse chateada comigo.”

“Não estou, só não gosto que fale da minha cidade.”

“Entendo, prometo não fazer mais.”

Ele entrou se deitando ao meu lado e como o esperado tivemos que ficar bem grudado, então ele me fez deitar minha cabeça em seu braço e joguei minhas pernas por cima das suas.

Ficamos assim abraçados e aconchegados um no outro contando coisas que aconteceram conosco na infância,rindo,brincando, se conhecendo.

“Quando eu era pequena meu pai me dava beijo de boa noite, mas depois que eu cresci, ele simplesmente parou e eu acho que ainda sinto falta disso.”

Ele ficou um tempo em silencio e só então percebi a mancada, o pai dele morreu, falar no meu pai é um pouco egoísta da minha parte.

“Não tem problema eu te dou um beijo de boa noite.”

Ele depositou um beijo demorado na minha testa, fechei os olhos e quando ele se afastou levei minha mão para o seu rosto, o que o fez me encarar, estávamos tão próximos que acredito que estávamos respirando o mesmo ar.

“Beijo na testa para dormir é coisa de pai, e você não é meu pai.”

Senti-me corando ao finalizar a frase,ele sorriu e levou sua mão para a base do meu pescoço enfiando seus dedos por meus cabelos, fazendo uma corrente elétrica percorrer o meu corpo inteiro.

“Sim senhora.”

Começamos a nos beijar, de forma urgente, lenta, alternadamente, de repente o frio foi embora e saco de dormir parecia em chamas, mas esta é a forma errada de dizer, pois o fogo parecia vir de dentro de mim; Logo me veio à constatação eu estava ficando excitada e por mais que eu quisesse continuar esse pensamente me fez recuar e parar.

“Algum problema?”

“Não... é que, eu... sabe... então, eu acho melhor a gente dormir.”

Disse meio gaguejando, meio sem ar, mas disse e sem dúvida totalmente corada.

“Seu desejo é uma ordem.”

“Então, eu só desejo para que quando eu acordar você seja real.”

“Não se preocupe, eu costumo acordar cedo, mas vou esperar você acordar, quero que meu rosto seja o ultimo que você tenha visto ao adormecer e o primeiro ao acordar.”

“Amém.”

“Amém.”

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Debora Costa
Enviado por Debora Costa em 14/04/2014
Reeditado em 25/04/2014
Código do texto: T4769119
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