Lua de vidro

Você insiste em algo que vive se quebrando. Tenta consertar porque de alguma forma, aquilo em algum lugar da sua estante, ou na mesa do centro da sala, te faz bem. E então de novo aquilo se quebra, de novo e de novo. Rouba seu tempo. Te faz mal ver aquilo que você tanto gosta quebrado. E você não entende, porque você cola com cuidado e mesmo assim insiste em se quebrar. E é aí que você percebe que aquilo insiste em quebrar, porque você insiste em consertar. E você então para, percebe que não tem tanta importância aqueles cacos, e começa a não sentir vontade de consertar mais. Logo sente que ali no meio da sua sala, não é o melhor lugar de deixá-los, porque está estragando a decoração da sua casa. As pessoas se incomodam com aquele amontoado de cacos, e aos poucos você vai empurrando para o canto, até não se importar mais, e se livrar de uma vez por todas. Percebe que existem coisas que não têm conserto. E que não deve insistir no que já se foi.