Barra de cereal
Todo mundo nessa mania constante de optar por ser uma barra de cereal. E eu aqui querendo enlouquecer, querendo dizer pro garçom – muito obrigada, mas eu não preciso do seu refrigerante com gelo.
Eu ainda quero mais, sempre quis. Sempre rejeitei essa melodia irônica que o mundo insiste em assoviar nos nossos ouvidos em noites quentes. Meio termo nunca me bastou, nada que fosse morno e equilibrado. Pra que esse movimento mecanizado e frequentemente manipulado por mentes perfeccionistas? Se no final eu quero mesmo é que o trem saia dos trilhos e acabe me levando pro lado não neutro da vida.
Deixe-me queimar entre meio minhas expectativas ou congele comigo na minha vaidade maiúscula e pretensiosa, mas tenha sabor, tenha calor, medo e pavor e sim! Por favor, deixe arder em minha garganta seus vícios. Se afogue nos meus. E só assim, pra mim, o mundo segue seu ritmo desconecto e impreciso.
É bem simples, a regra é clara, só não seja uma ferida fechada porque a vida gosta de sangue. Porque quando não houver mais fluxo hemorrágico, teus sinais vitais e mortais, terão se perdido.
Jade Medeiros.