Lua cadente
Desde o começo, era incogitável a ideia de ser só. Passou mais tempo tentando evitar isso que realmente vivendo essa vida a dois. E quando acabou, ficou imaginando o que mais poderiam ter vivido, terem sido, se não existisse aquele fim. Nesse emaranhado de ideias, surgiu o fato de que ninguém mais poderia fazer algo por eles, do que eles mesmos. E tentou. Quando se divide um inteiro ao meio, surgem duas metades, que não passam de metades quando sós. Fazem pouco, quase nada, - enquanto metades- mas a soma pode resultar em um infinito. Um, não teria aceitado o adeus que ele mesmo deixou. Se estivesse no lugar do outro, teria questionado, teria começado uma guerra, mesmo não mudando em nada na decisão, só para demonstrar que se importava, mas esse foi o problema, um não era o outro. E essa é a diferença. Quando um quis ser trinta, o outro teve que ser setenta e quando um pediu para o outro ser zero, um teve que ser cem, pra que sempre pudesse existir um inteiro. O que havia se tornado uma das melhores coisas dos últimos tempos na vida de um, desgraçadamente se transformou na maior decepção de toda ela. Mas tinha a consciência limpa, leve. Foi apenas uma uma das metades desse jogo, mesmo às vezes tendo que ser todo o inteiro.