Mudando a letra da vida - Capitulo 16
Alice Brienza.
Diário.
Há muito tempo eu não escrevo, mas de alguma forma senti falta. Eu sei que nunca gostei e que eu morria de raiva por estar nesta cidade e não em Roma com minha vida e minha melhor amiga que há muito tempo não tenho conversado.
Não preciso dizer que minha mãe ficou uma fera pela confusão na escola (de novo). Estou de castigo por um mês (Um mês!) e estou trancada no meu quarto neste exato momento, pois minha mãe estava muito ocupada com seu trabalho para me dar uma bronca merecida.
***
Algo me chamou atenção na janela, achei ter ouvido um barulho de pedra batendo no vidro... quando fui ver o que era me deparei com a Bianca escalando uma árvore próxima a minha janela.
- O que faz aqui? - perguntei sem acreditar que a nerd que tanto conheço acabará de escalar uma árvore.
- Bem. Eu vi quando sua mãe saiu.
Ela parecia muito nervosa e suas mãos suavam fazendo ela secá-las na blusa.
- Bem... - Ela colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e sentou-se em minha cama. - Só queria te dizer que não foi a Carol quem falou do caso da sua mãe. Fui eu.
- Calma ai! - Tentei pensar lentamente. - Você veio até aqui para me dizer que foi você quem contou para todos que minha mãe está dando o golpe do baú no pai do Caio e eu bati naquela garota loira falsa a toa?
- Não foi para todo mundo! - Ela tentou corrigir. - Contei para o Guilherme, e eu não disse nada de dar o golpe do baú, disse que eles estavam juntos.
- Mesmo assim! Que direito você tem para fazer algo assim?
- Eu sei! – Lágrimas escorriam pelo seu rosto. - A Carol ficou pedindo que eu provasse minha confiança e eu não queria, mas depois vi o quanto o Guilherme só fala de você, desde que você chegou naquela escola. Ele nunca me enxergou...
Cruzei os braços, estupefata por presenciar aquela cena. Não acredito que Bianca sempre gostou do Guilherme e eu não consigui enxergar isso.
- Não somos mais amigas e você provou estar do lado da Caroline. - Apontei para a janela de onde ela entrou minutos atrás. - Já pode ir embora.
- Não quero escolher um lado! – além das lágrimas que não paravam de escorrer, um soluço fechou a frase.
- Bem... Já é tarde. - apontei mais uma vez para a janela e ela obedeceu desta vez. - E só um conselho, se está afim do Guilherme, você tem que dizer logo a ele.
***
Depois que a Bianca foi embora liguei para o Caio que também estaria suspenso das aulas pela briga no refeitório, e pedi para que me encontrasse em meu quarto, já que eu estava prisioneira.
Assim como Bianca, ele teve que subir a árvore e entrar pela janela do meu quarto.
- Cheguei o mais rápido que pude. - Disse ele mostrando sinais de ter corrido bastante. - O que houve?
Peguei sua mão e sentei junto dele na cama, alinhei minhas costas em seu peito e passei seus braços pelo meu corpo.
- Bianca veio aqui e disse que foi ela quem falou sobre nossos pais e não a Caroline.
- Sério? Mas ela era sua amiga, nossa amiga, eu acho...
Me afastando do abraço, olhei pra ele e segurei em seu rosto aninhando-o com as duas mão. - Todos nós achamos, mas eu tenho você. - Sorri.
Puxei-o para um beijo demorado e entrelacei meus dedos em seu pescoço.
- Bem... - Disse ele. - As aulas já estão acabando e muitos vão se mudar, então acho que logo essa confusão vai ser esquecida.
- Espero... - suspirei. - Queria poder conversar com o Guilherme pelo menos.
- Se vamos falar daquele moleque eu vou embora. - Seu rosto ficou rígido.
Sorri ao observar seu ciúme e beijei-o mais uma vez, seu corpo foi pesando sobre o meu até estar com as costas toda na cama e ele sobre mim. Os beijos foram ficando mais urgentes, suas mãos descendo do meu rosto para a minha cintura até chegar na minha coxa. e Um nervosismo preencheu meu corpo por inteiro, travei.
- O que foi amor? - Acariciou meu rosto. - Eu fui rápido de mais?
- Não! - Toquei seus lábios com um dedo. - Eu só estou nervosa, pois eu nunca fiz... isso... – meu rosto devia estar vermelho como um pimentão.
- Eu não tenho dúvidas do quanto te amo e eu espero o tempo que for.
Olhando em seus olhos, acariciei seu rosto, seu pescoço, seu peito até chegar no final da camisa onde levantei, passando pela sua cabeça e jogando no chão do meu quarto.
- Quero agora, quero amanhã e sempre. - Suspirei nervosa. - Eu tenho medo de não poder ter outra oportunidade.
Nossos lábios se encontraram com mais força e nossas roupas foram tiradas do caminho uma após uma, nossos corpos se encaixavam e o nervosismo diminuía à medida que eu não me importava com mais nada, apenas estar ali era importante, minhas mãos forçavam sua nuca para me beijar com mais força, nossos corpos formavam um só na medida em que eram precionados e senti-lo me fez pensar ser a pessoa mais sortuda do mundo. Não havia palavras para descrever o quando eu estava feliz e realizada por tudo que aconteceu e senti. Foi... Mágico.