A RELAÇÃO DA LÍNGUA FALADA E ESCRITA SOB O OLHAR DOS PCNS. Alexandre Cezar da Silva
RESUMO: O presente Artigo versa sobre a relação existente entre língua falada e língua escrita e como esta relação é trabalhada nos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais. Neste documento daremos uma ênfase especial à oralidade e como ações balizadas nesta modalidade de linguagem, podem combater e prevenir o preconceito linguístico.
PALAVRAS – CHAVE: Linguagem; oralidade; escrita; PCN; preconceito linguístico.
Os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) afirmam que a “Língua Portuguesa” é composta por diversas variedades linguísticas. Essas variedades são, frequentemente, estigmatizadas por se levar em conta o relativo valor social que se atribui aos diversos modos de falar: as variantes linguísticas de menor prestígio social são logo catalogadas de “inferiores” ou até mesmo, de “erradas”.
Atualmente, diversos lingüistas1, ressaltam a importância da variação linguística no ensino de língua materna, pois a mesma, além de provar que nossa língua continua viva e dinâmica, desmistifica o mito da “unidade linguística”.
Vale lembrar que os PCN, também, incorporam essa visão de linguagem pautada na variação linguística, deixando claro que para poder ensinar Língua Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar e que esta se reflete de forma perfeita na escrita, de que nossas salas de aulas são compostas por uma única variante
1 - como Bagno (2005-2007), Bortoni-Ricardo (2004), Tarallo (1990), entre outros
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linguística – a tida como Padrão – e que as anomalias esporádicas que surgem em alguns alunos das castas baixas da sociedade, tem que ser concertada, para não contamina a língua padrão e para que este indivíduo se integre na sociedade dialetal.
Ao nosso entendimento, essas são provavelmente filhas de outra terrível inverdade a de que a sociedade é igualitária, a existência de classes sociais por sua vez é fruto das diferenças de esforço individual de cada um e/ou talvez por obra do acaso.
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Considerações finais
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Retornando à questão inicial que nos levou a pesquisar: A relação da língua falada e escrita sob o olhar dos PCNs, percebemos todo um cuidado dado pelos parâmetros a esta relação e a enorme relevância dessa para com o ensino-aprendizagem. Como abordamos ao longo desse trabalho, a sociolingüística surge como um movimento de transformação, que nos permitiu conceber a língua em uma perspectiva de variação e mudança, conduzindo-nos ao entendimento de que a variação lingüística é um fenômeno comum às línguas e que, tal como nos mostra Tarallo (1990) isso é resultado do caráter dinâmico, inerente e presente em todas as línguas humanas. É importante lembrar que estas variações representam variações sócio-culturais e que há superposições entre as dimensões de variação lingüística. Além disso, conforme nos mostra Bagno (2005) à questão da variação de uma língua está ligada à relação entre a língua e grupos sociais que dela se utilizam. Sendo importante lembrar, no que se refere ao trabalho de língua na escola, esta questão se torna mais complexa, uma vez que a escola ainda trata muitas vezes o ensino de língua elegendo apenas uma variação, considerando-a “correta” o que contribui para reforçar o preconceito lingüístico.
Com os resultados desse estudo conclui-se que a língua, seja ela na modalidade oral ou escrita é relevante para a inserção do aluno no meio social, pensando nisso os PCNs cobrem esta relação, mas infelizmente esta temática ainda fica presa apenas ao documento, já que os Livros Didáticos LDs, os quais se constituem como o mais importante dos instrumentos didáticos, acaba deixando de lado a variação oral o que por sua vez gera distorções e preconceitos envolvendo a variação lingüística falada por nossos alunos e a tida como ideal ou padrão. Acreditamos que este vem a ser um dos motivos do déficit de aprendizagem que assola nossas escolas. Não pretendemos encerrar aqui esta pesquisa primeiro pela relevância desta temática para as nossas salas de aula e em segundo pela enorme gama de possibilidade as quais começamos a enveredar, esperamos que nossos pares inspirados por esta pesquisa dêem seqüência a esta relevante temática e que os estudos aqui iniciados transpassem os muros da academia.
Bibliografia
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 21ª ed. São
Paulo: 21ª edição, Loyola, 1999.
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_______. A língua de Eulália: uma novela sociolingüística. 14 ed. – São Paulo: Contexto, 2005. _______. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação lingüística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. BENTO, Joaquim R. A Gênese da aprendizagem da língua escrita. Disponível em <www.ipu.pt/millenium/ect8_bent1.htm>. Acesso em 03 de janeiro de 2010. BORTONI-RICARDO. S. M. Educação em Língua Materna: A Sociolingüística na Sala de Aula. São Paulo: Parábola, 2004. CAMACHO, Roberto Gomes. Introdução à lingüística: domínios e fronteiras, v. 1, 5ª ed. – São Paulo: Cortez, 2005.
CZAPSKI, Silvia. A Implantação da Educação Ambiental no Brasil, Ed. MEC/Unesco, 1997 - seção "Fichário", cap "PCN".
FERREIRO, Emilia & TABAROSKI, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
MAGALHÃES, Tânia Guedes. Concepções de oralidade: A teoria nos PCN e PNLD e a pratica nos livros didáticos: Disponível em <www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/detalheobraform.do?select_action=&eo_obra_123717>. Acesso em 03 de janeiro de 2010. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. 3ª ed. Brasília: MEC/SEF, 2001. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998. MOLICA, Maria Cecília e BRAGA Maria Luiza. Introdução a Sociolingüística: o tratamento da variação. 2ª ed. – São Paulo: Contexto, 2004. TARALLO, Fernando. A pesquisa Sociolingüística. São Paulo: Ática, 1990.
XAVIER, Diogo; et al. O preconceito lingüístico na sala de aula: atitudes de professores e alunos de 7ª a 8ª séries diante da variação lingüística. Disponível em <www.recantodasleras.uol.com.br/artigos/1024050> aceso em 16 de novembro de 2009.
SOUZA, Malu Alves de. Oralidade e aquisição da linguagem escrita. Grupo Temático 02: Pesquisa e Pratica Pedagógica. Disponível em <www.ulbra-to.br/DownloadArquivo.aspx?idArquivo=986f4a54>. Acesso em 03 de janeiro de 2010
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Língua, linguagem, fala e variação
dialetal no Brasil
As formas discriminadas têm um uso muito mais
frequente do que se pensa, inclusive na fala e na escrita
das pessoas que discriminam a língua dos outros [...].
Se é essa a realidade, a disposição para apontar
erros na fala de outros não tem propósito edificante
de corrigi-los; é antes uma forma de excluir o outro e
de reforçar uma desigualdade percebida.
(Ilari e Basso)
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• comparar os diversos conceitos de linguistas em relação à língua,
linguagem e fala;
• reconhecer os diferentes níveis de linguagem e as formas de manifestação das variações linguisticas diacrônica, diatópica, diastrática e diamesica.
Como explicitar os pré-requisitos da primeira aula de língua portuguesa no primeiro período? O que dizer a você neste momento? O principal e você “baixar a guarda” em relação a esta disciplina, ou seja, estar aberto a sistematização
de conhecimentos que, com certeza, você já possui. O que não queremos ouvir e
“não sei português”, pois quem nasceu neste pais utiliza essa língua desde seus
primeiros anos de vida! Então o que esperamos e que você utilize o que já sabe para avancar um pouco mais. Voce vera que estudar sua propria lingua nao e nenhum bicho-de-sete-cabeca!
O primeiro assunto que veremos e o objeto de estudo desta disciplina: a
língua. Como linguistas contemporâneos a conceituam? Vamos também procurar
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 9. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006.
______. Curso de redação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2004.
KOCH, I. V. Interação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2001.
MARTINS, M. H. O que e leitura. São Paulo: Brasiliense, 1983.
PLATAO, F.; FIORIN, J. L. Lições de texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2006.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
FAVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2002.
FAULSTICH, E. L. J. Como ler, entender e redigir um texto. Petrópolis: Vozes,
2001.
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto. 6. ed. São Paulo: Ática, 1998.
FULGENCIO, L.; LIBERATO, Y. G. Como facilitar a leitura. 3. ed. São Paulo: Contexto, 1998.
OLIVEIRA, J. L. de. Texto técnico: guia de pesquisa e de redação. Brasília: abc BSB, 2004.
http://www2.unitins.br/BibliotecaMidia/Files/Documento/AVA_634813168585190000lingua_portuguesa.pdf
Língua
Jose Luiz Fiorin (2003, p. 72) assevera que não se satisfaz com definições
da língua que a veem [...] como instrumento de comunicação, ou como um sistema ordenado com vistas a expressão do pensamento, nada disso. [...] a
linguagem humana e a condensação de todas as experiências
históricas de uma dada comunidade, e nesse sentido que nos
temos que ver a língua. [...] o aspecto mais relevante a verificar
e que a língua e, de certa forma, a condensação de um homem
historicamente situado (grifo nosso).
Na mesma linha de pensamento, Carlos Alberto Faraco (2003, p. 63)
costuma dizer aos seus alunos que
[...] nosso objeto de estudo e uma complexa realidade semiótica
estrutura sim, mas necessariamente aberta, fluida, cheia de indeterminação
e polissemias, porque e atravessada justamente por
nossa condição de seres históricos (grifo nosso).
Luiz Antonio Marcuschi (2003, p. 132) acredita que
[...] a língua deve ser entendida principalmente como uma atividade
e não um sistema ou forma. Ela e um domínio publico de
construção simbólica e interativa do mundo, ou seja, uma “atividade
constitutiva” [...]. Língua e mais do que um conjunto de
elementos sistemáticos para dizer o mundo. [...] Língua se manifesta
como uma atividade social e histórica desenvolvida interativamente
pelos indivíduos com alguma finalidade cognitiva, para
dar a entender ou para construir algum sentido. [...] língua e
atividade sócio-interativa (grifo do autor).
Ingedore V. G. Koch (2003, p. 124) vê a língua [...] simultaneamente como um sistema e como uma pratica social.
[...] A língua e sistema, ela e um conjunto de elementos inter-relacionados em vários níveis, no nível morfológico, no nível
fonologico-morfologico, sintático. Mas ela só se realiza enquanto
pratica social, quer dizer, os seres humanos, nas suas praticas
sociais usam a língua e a língua só se configura nessas praticas e
e constituída nessas praticas (grifo nosso).
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UNITINS • MATEMÁTICA • 1º PERÍODO 13
Fecharemos a conceituação com Joao Wanderley Geraldi (2003, p. 78),
para quem a língua [...] e o produto de trabalho social e histórico de uma comunidade.
E uma sistematização sempre em aberto. [...] E o produto
de um trabalho do qual ela mesma e instrumento. [...] a língua,
enquanto esse produto de trabalho social, enquanto fenômeno
sociológico e histórico, esta sendo sempre retomada pela comunidade
de falantes. E ao retomar, retoma aquilo que esta estabilizado
e que se desestabiliza na concretude do discurso, nos
processos interativos de uso dessa língua (grifo nosso).
Você deve ter observado que a maioria dos pesquisadores citados acredita que a língua e um fenômeno social e histórico. Isso significa que não podemos ver a língua simplesmente como uma forma de comunicação ou de expressão do pensamento. A língua e uma atividade sociointerativa, pois por meio dela os sujeitos agem uns sobre os outros e realizam suas praticas sociais.
E então qual a diferença entre língua e linguagem?
1.1.2 Linguagem
Para Matos (2003), a linguagem e um sistema cognitivo e por meio dele
podemos adquirir línguas, ou seja, a língua seria uma manifestação particular da linguagem. Marcuschi (2003, p. 133) acrescenta que a linguagem e uma faculdade da espécie humana, e a língua e “uma das formas de se organizar, efetivar, concretizar essa faculdade humana, assumindo histórica, social e culturalmente uma determinada maneira de ser”.
Fiorin (2003, p. 72) contribui para a definição de linguagem ensinando que “a língua é uma maneira particular pela qual a linguagem se apresenta. A linguagem humana é essa faculdade de poder construir mundos. [...] E a língua é uma forma particular dessa faculdade de criar mundos”.
Ataliba de Castilho (2003, p. 53) concorda com os autores citados afirmando que a “linguagem encerra um entendimento
mais amplo do que língua. A língua é só de natureza verbal e a linguagem não, e o conjunto de todos os sinais que o ser humano foi criando”.
Então, a língua e uma das manifestações possíveis da linguagem e ambas se realizam nas praticas sociais pelos sujeitos.
Mas, ainda há um termo que precisa ser definido antes da continuidade dos nossos estudos: a fala.
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1.1.3 Fala
Recorremos a teoria de Saussure para definir o que e fala. O autor
assevera que [...] o estudo da linguagem comporta duas partes: uma essencial, tem por objeto o estudo da língua, que e social em sua
essência e independe do individuo; a outra, secundaria, tem
por objeto a parte individual da língua, isto e, a fala, e compreende
a fonética: ela e psicofisiologica (SAUSSURE citado por
DUBOIS e outros, 2004, p. 261).
Como você já tinha visto antes, a língua e produto social. Já a fala e individual, particularizada, meio pelo qual a língua se realiza por determinado sujeito.
Chegamos, nesse ponto dos estudos, a seguinte conclusão: língua é o
que permite a comunicação em determinada comunidade linguística, em determinado grupo social. Diferencia-se da fala porque, enquanto a língua e um conjunto de potencialidades da fala, a fala e um ato de concretização da língua. Então, o que diferencia fala de língua e que a língua é sistemática, tem certa regularidade e é falada por uma determinada comunidade; já a fala é parcialmente sistemática, pois e variável e realizada individualmente.
Recapitulando: a linguagem é uma característica humana universal; enquanto a língua
é a linguagem particular de uma comunidade, um grupo, um povo; já a fala é a realização
concreta da língua feita por um indivíduo.
E a língua e utilizada pelos falantes da mesma forma? Este e o próximo
assunto: a variação dialetal do português no Brasil.
1.2 Variação dialetal
Vejamos mais uma conceituação de língua para compreendermos esse
novo tópico. Jose Borges Neto (2003, p. 38) afirma que
[...] o termo língua e apenas uma abreviação útil para falarmos
de um conjunto de idioletos, que, de alguma forma, achamos que
se relacionam por semelhança. O que tem existência e o idioleto.
Idioleto como manifestação do conhecimento que cada um de
nos tem sobre essa forma de organização mental de conteúdos,
de comunicação e de ação sobre os outros, de representação de
situações etc., que se convencionou chamar de linguagem.
Borges Neto (2003) assevera que a língua seria formada por vários idioletos, que teriam entre si maior ou menor grau de semelhança, fazendo surgir os dialetos de uma língua. Isso quer dizer que a língua não e homogênea, não é realizada da mesma forma por todos falantes.
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Saiba mais - Qualquer língua, falada por qualquer comunidade, exibe sempre variação. Pode-se afirmar mesmo que nenhuma língua se apresenta como entidade homogênea.
Isso significa dizer que qualquer língua e representada por um conjunto
de variedades. Concretamente, o que chamamos de “língua portuguesa” engloba
os diferentes modos de falar utilizados pelo conjunto de seus falantes no Brasil, em Portugal, em Angola, em Moçambique, em Cabo Verde, em Timor, etc.
Língua e variação são inseparáveis, e essa diversidade da língua não deve ser encarada como um problema, mas como uma qualidade constitutiva do fenômeno linguístico. Os falantes adquirem as variedades linguísticas próprias da sua região, de sua classe social, etc.
Iniciando os estudos sobre variação, e importante salientar que alguns autores
apresentam diferentes classificações para os níveis de linguagem. Seguiremos a classificação de Dino Preti (2000), Rodolfo Ilari e Renato Basso (2006) e Marcos Bagno (2007).
Ilari e Basso (2006) questionam o fato de muitos escritores e estudiosos afirmarem que a língua portuguesa e uniforme. Os autores argumentam que essa afirmação e um mito, pois esconde em si um nacionalismo exacerbado, uma visão limitada do uso da língua e uma negação da variação, como se os falantes não se adaptassem aos contextos de produção de textos orais e escritos.
Seguindo essa linha de raciocínio, Marcos Bagno (2007, p. 40) acrescenta que, para a sociolinguística, a variação e “estruturada, organizada, condicionada por vários fatores”.
Concordamos com os autores citados quando afirmam que a uniformidade da língua é um mito e que a variedade não e caótica. Procuraremos mostrar isso a você discorrendo sobre as variações diacrônica, diatópica, diastrática e diamesica. Começaremos pela variação diacrônica.
1.2.1 Diacrônica: a variação através do tempo
As variações que ocorrem na língua através do tempo podem ser externas e internas. A variação externa pode ser descrita como a que ocorre em razão das Aula 1 • LÍNGUA PORTUGUESA
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funções sociais da língua e em sua relação com a comunidade linguística.
Como exemplo, podemos citar a evolução do latim para a língua portuguesa. A variação interna se relaciona ao léxico e a gramatica: mudanças que ocorrem na fonologia, na morfologia e na sintaxe (ILARI; BASSO, 2006). Por exemplo, na época do descobrimento do Brasil, escrevia-se “dereito”, “frecha”, “escuitar”, “deseja de
comprar” (presença da preposição “de”), “esta gente padecem” (verbo no plural
com o sujeito no singular) (ALKMIN, 2003). Hoje não escrevemos mais assim!
Mas atenção: Ilari e Basso (2006) asseveram que podemos pensar que a
variação diacrônica só ocorra em períodos muito distantes, de século em século, o que não e verdade.
Os autores afirmam que podemos fazer comparação diacrônica da língua
ate mesmo no intervalo de geração para geração. E o caso das girias, que podem não fazer sentido para determinados indivíduos de uma geração e ser bastante conhecidas por indivíduos de outra geração. Você sabe o que e “levar uma tabua”? E “cair a ficha”? Pergunte aos seus pais...
O importante e que você saiba que “[...] na língua que falamos hoje convivem palavras e construções que remontam a épocas diferentes” (ILARI; BASSO, 2006,
p. 153). Assim alguns optam, conscientemente ou não, por construções e léxico mais antigos, mesmo que isso represente um distanciamento em relação à língua falada hoje. Mas, como os autores afirmam, “independentemente disso tudo,
língua muda” (BASSO, 2006, p. 154).
1.2.2 Diatópica: a variação na dimensão do espaço
Esse tipo de variação ocorre em relação ao espaço: em diferentes regiões de um mesmo pais ou mesmo em países diversos.
Normalmente, a variação diatópica nos leva a comparar o português do
Brasil com o de Portugal. Ilari e Basso (2006) chamam a atenção para o fato de
que, se compararmos a variação diatópica do Brasil com a mesma variação na Europa, concluiremos que ela “quase” não existe por aqui. Isso porque não afeta o sistema fonológico e sintático. Mas não significa dizer que ela seja inexistente
ou que a variação diastrática e diamesica não sejam significativas. Mas esse
não e nosso foco central de estudo, queremos aqui discutir a variação diatópica
no território brasileiro.
Outro aspecto que devemos levar em consideração e o fato de existir uma
intensa migração interna no pais, o que resulta em “variedades linguísticas de
procedências diferentes, entre as quais acabam se criando diferenças de status
e prestigio” (ILARI; BASSO, 2006, p.161). Assim fica difícil separarmos, com
precisão, o que e variação diatópica e o que e variação diastrática.
Como exemplos de variação diatópica, podemos citar (entre tantos outros
existentes) os relativos ao léxico, a ordem fonológica e a morfossintática. Na
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fonologia, podemos observar as mudanças que ocorreram na pronuncia de
algumas palavras, como nas vogais medias (“e”, “o”) pretônicas. No Nordeste,
elas tem pronuncias abertas ([m lad ]), enquanto que, no Sudeste, são fechadas
([melad ]). Na morfologia, citamos como exemplo os vocábulos mexerica,
tangerina, mimosa, bergamota, cujo uso varia conforme a regiao em que vive o
falante. Na sintaxe, notamos a preferencia pela posposição verbal da negação,
como “tem não”, no Nordeste, enquanto que no Sudeste se usa “não tem” ou
“não tem, não” (ALKMIN, 2003). E na sua região? Como vocês falam?
Uma observação importante feita por Basso (2006) diz respeito a
falta de delimitação geográfica das variações diatópicas. Segundo os autores,
seria necessário um trabalho conjunto de pesquisadores e de dialetólogos para
que as variações pudessem ser localizadas com precisão. Vejamos agora a
variação diastrática.
1.2.3 Diastrática: a variação entre os estratos da população
Apesar da dificuldade de determinar geograficamente dialetos relacionados
a variação diatópica, para encontrar elementos que caracterizam a variação
diastrática na fala não se precisa de muito esforço. Isso se deve ao fato de ainda
existirem na sociedade diferenças marcantes de escolaridade entre a classe
pobre e a classe rica.
Vários estudiosos procuram descrever a variedade subpadrão do português
falado pelos mais pobres (consequentemente, menos escolarizados), entre eles
Castilho citado por Ilari e Basso (2006). O estudioso cita como principais características
da variedade subporão fatores relacionados a fonética, a morfologia
e a sintaxe. Como, por exemplo, a troca do [l] pelo [r] em encontros consonantais,
como em “brusa”, “grobo” ou a tripla negação, como em “eu nem não
gosto”, usadas por falantes situados abaixo na escala social (ALKMIN, 2003).
Apesar de essa variedade falada poder soar “estranha” aos nossos ouvidos,
o que importa e sabermos que, quando entramos em contato com qualquer variedade
subpadrão,
[...] estamos diante de um outro código, e não de erros devidos
as limitações mentais dos indivíduos que o empregam. Do ponto
de vista pedagógico, e fundamental perceber que os alunos que
chegam a escola falando uma variedade subpadrão precisam
aprender a variedade culta como uma espécie de língua estrangeira;
isso não significa que essas crianças devam ser poupadas
do aprendizado da língua padrão, cujo valor cultural e inegável;
significa apenas que a criança que sempre falou calipe, para
chegar a escrever <eucalipto>, terá de aprender essa palavra
como uma palavra nova e, portanto, terá de dar dois passos em
vez de apenas um (ILARI; BASSO, 2006, p. 177).
Os autores reforçam um aspecto para o qual chamamos sua atenção:
respeitar a variedade trazida pelo estudante de seu meio cultural não significa
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deixa-lo sem conhecer e, consequentemente, sem aprender a língua padrão.
Você deve saber que existem maneiras diversas de dizer a mesma coisa, e que
cada variedade deve ser adequada ao momento da comunicação, ao contexto
da pratica social.
Já vimos variações diacrônica, diatópica e diastrática. 1.2.4 a variação diamesica dos modos de comunicação (fala/escrita)
A oralidade sempre foi vista como algo que ocorria separadamente da
escrita, e esta sempre gozou de um status mais elevado em relação aquela. Mas
e necessário compreendermos que as duas se complementam, relacionando-se
de forma reciproca, ora a fala transformando a escrita, ora a escrita transformando
a fala.
A variação diamesica muitas vezes não e levada em consideração no ensino
e aprendizado da escrita. Quando a escola da atenção especial a escrita em
detrimento da fala, pode levar o aluno a pensar que escrevemos como falamos.
Esse e um grande equivoco.
Esse equivoco que ocorre no contexto escolar em relação à oralidade e à
escrita faz com que a escola “ensine” o aluno a se expressar oralmente começando
por corrigi-lo, para que se enquadre no padrão linguístico prestigiado,
ou seja, na língua culta. Mas essa correção não evita que o aluno transfira para
a escrita seus “problemas” da oralidade. Assim o que ocorre e o reforço do
preconceito contra quem não domina a chamada língua padrão.
Outro equivoco (ainda existente em nossas escolas) ocorre pelo fato de o
professor confundir o respeito pela variedade linguística trazida pelo aluno do
seu ambiente social com a ideia de que não deveria aproxima-lo da língua de prestigio, a língua culta, como vimos na variação diastrática. Sobre esse assunto, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 28) afirmam que
[...] de nada adianta aceitar o aluno como ele e, mas não lhe
oferecer instrumentos para enfrentar situações em que não será
aceito se reproduzir as formas de expressão próprias de sua
comunidade. E preciso, portanto, ensinar-lhe a utilizar adequadamente
a linguagem em instancias publicas, a fazer uso da língua
oral de forma cada vez mais competente.
Dessa maneira, não pretendemos ensinar a você o que já sabe, mas sim
propiciar situações para que possa exercitar a variedade com a qual pode não ter muita intimidade: a variedade padrão.
Vamos ver algumas diferenças nas condições de produção de um texto oral e
de um texto escrito. De acordo com Favero, Andrade e Aquino (2000), podemos
distinguir a modalidade oral e a escrita por meio do quadro a seguir.
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Quadro Diferenças entre fala e escrita.
Fala Escrita
Interação Ocorre face a face.
Ocorre a distancia (espacotemporal).
Planejamento E simultâneo ou quase simultâneo
a produção.
E anterior a produção.
Criação E coletiva: administrada passo a
passo.
E individual.
Revisão Não há possibilidade de
apagamento.
Há possibilidade de revisão.
Consultas Não há condições de consulta a
outros textos.
A consulta e livre.
Reformulação Pode ser promovida tanto pelo
falante como pelo interlocutor.
E promovida apenas pelo escritor.
Reações do
interlocutor
O acesso e imediato.
Não há possibilidade de acesso
imediato.
Processamento
do texto
Pode-se redigir o texto, a partir
das reações do interlocutor.
Pode-se processar o texto a
partir das possíveis reações do
leitor.
Processo de
criação
Mostra todo processo.
Tende a esconder processo de
criação, mostrando apenas o
resultado.
Essas diferenças são meramente ilustrativas, já que tanto o texto oral como o
texto escrito tem níveis de formalidade e de informalidade que variam de acordo
com o contexto em que foram produzidos (interlocutor, intenção, objetivo, etc.).
Além disso, devemos lembrar que chamamos aqui de texto oral aquele realmente
falado e não o texto lido.
Como podemos notar, existe uma gramatica do texto falado diferente da
gramatica do texto escrito. Segundo Ilari e Basso (2006), essa não foi a única
descoberta importante dos estudos realizados pela variação diamesia. Outra diz respeito aos gêneros discursivos.
Qualquer falante sabe que, conforme o gênero que utilizamos (determinado
pelo contexto, interlocutor, finalidade, etc.), elegemos uma variedade linguística
que seja adequada a ele. Assim também fazemos com os meios pelos quais os
textos são distribuídos.
Por exemplo, se publicarmos uma descoberta cientifica em um jornal, utilizaremos
uma linguagem diversa daquela que utilizaríamos se publicássemos
a mesma descoberta em uma revista cientifica. E em uma conversa em chat ou msn? Você escreveria seus textos de que forma? Utilizaria a mesma estrutura e vocabulário que utiliza quando faz um requerimento na universidade? Ilari e Basso (2006, p. 187) acrescentam que
Aula 1 • LÍNGUA PORTUGUESA
20 1º PERÍODO • MATEMÁTICA • UNITINS
[...] todos esses gêneros, além de ter marcas exteriores próprias,
e de obedecer a convenções interpretativas próprias, fazem
também um uso muito particular da língua, chegando as vezes a
desenvolver uma sublingua exclusiva. A sublingua de um gênero
caracteriza-se normalmente não só pela frequência maior de
certas palavras [...], mas pode ser marcada também pela alta
frequência de construções gramaticais que não seriam comuns em
outros gêneros.
Podemos perceber o que os autores afirmam quando entramos em contato com gêneros que não fazem parte do nosso dia-a-dia, como um boletim de ocorrência policial, por exemplo. Com certeza, estranharíamos a estrutura e o vocabulário
normalmente utilizados nesse gênero. Isso estuda a variação diamesica.
Além dessas quatro variações citadas por Ilari e Basso (2006), Marcos
Bagno (2007) acrescenta uma quinta: a variação diafásica. O autor considera
que cada falante utiliza a língua de forma diferenciada – diferença de graduação do informal para a formal – e isso diz respeito ao seu estilo.
Fique atento!
O nível de prestígio social é a língua culta e, se não quisermos ser discriminados por
grupos que a praticam, devemos conhecê-la.
Saiba mais
Convém lembrar que todas as variações aqui citadas estão presentes, juntas,
nos textos e podem ser aplicadas a qualquer produção da fala ou da escrita. O
que e preciso entender e que, para cada situação da pratica social, existe uma
forma de falar considerada mais adequada.
Aula 1 • LÍNGUA PORTUGUESA
UNITINS • MATEMÁTICA • 1º PERÍODO 21
Nesta primeira aula, você aprendeu que a linguagem e uma característica humana universal, enquanto a língua e a linguagem particular de uma comunidade,
um grupo, um povo, por meio da qual há interação dos indivíduos. Já a
fala e a realização concreta da língua feita por um individuo em particular. E
importante que o conceito de língua, linguagem e fala tenham sido bem apreendidos,
pois eles formam a base de sua aprendizagem da língua.
Você conheceu, também, a variação dialetal da língua portuguesa no
Brasil. A variação diacrônica diz respeito as diversas manifestações de uma língua através dos tempos (que pode ser de geração a geração, ou de século a século); a diatópica relaciona-se a variação por fatores geográficos; a variação diastrática trata dos modos de falar que correspondem a códigos de comportamento de determinados grupos sociais; e a variação diamesica está relacionada à situação de comunicação, ou seja, em função do contexto
(principalmente falado/escrito), um falante varia seu registro de língua, adaptando-se as praticas sociais. Vimos também a variação diafásica, que consiste na variação de estilo de cada individuo, do informal para o mais formal, conforme a situação.
Uma observação importante diz respeito a variedade padrão: se você não a pratica no seu dia-a-dia, procure exercita-la, pois todas profissões utilizam linguagem técnica, cuja base e a língua padrão (culta).
1. Compare as definições de língua dadas, no inicio desta aula, por Fiorin,
Faraco, Marcuschi e Geraldi. O que há em comum nas definições? Que
característica da língua e citada por todos eles?
2. A partir da analise que fizemos sobre a diferença entre língua, linguagem e
fala, relacione os itens a seguir.
(1) Língua (2) Linguagem (3) Fala
( ) Ação individual, com características particulares.
( ) Manifestação particular da linguagem.
( ) Faculdade da espécie humana.
( ) Uma das formas de se organizar, efetivar, concretizar essa faculdade
humana.
( ) Atividade social e histórica desenvolvida de forma interativa entre os
indivíduos.
Aula 1 • LÍNGUA PORTUGUESA
22 1º PERÍODO • MATEMÁTICA • UNITINS
( ) Conjunto de todos os sinais que o ser humano foi criando para interagir
com o outro.
( ) Ato de concretização da língua.
Assinale a sequencia correta.
a) 1, 1, 2, 3, 3, 2, 3 c) 2, 3, 2, 3, 1, 2, 2
b) 3, 1, 2, 1, 1, 2, 3 d) 3, 3, 2, 3, 1, 2, 1
3. Analise as assertivas a seguir e relacione-as ao tipo adequado de variação
linguística, respectivamente.
I. Variação apresentada em diferentes regiões de um mesmo pais ou em
países que falam a mesma língua.
II. Variação constatada na diferença entre a língua falada por indivíduos
escolarizados e indivíduos menos escolarizados.
III. Variação linguística em decorrência da situação de fala, do contexto de produção e meios de distribuição dos textos.
IV. Variação que ocorre na historia externa e interna das línguas, ou seja, na evolução ao longo do tempo em sua função social e em sua gramatica
e léxico.
Marque a alternativa correta.
a) Diacrônica, diamesica, diatópica e diastrática.
b) Diacrônica, diamesica, diastrática e diatópica.
c) Diamesica, diastrática, diatópica e diacrônica.
d) Diatopica, diastratica, diamesica e diacronica.
4. Observe os dois enunciados.
(1) Nos vamos estudar língua portuguesa neste semestre.
(2) Nois vai estuda língua portuguesa neste semestre.
Que variação (diacrônica, diatópica, diastrática, diamesica ou diafásica)
ocorre entre os enunciados (1) e (2)? Justifique sua resposta.
As atividades um e dois proporcionaram a você verificar se atingiu o objetivo de
comparar os diversos conceitos de linguistas em relação à língua, linguagem e fala.
Na primeira atividade, a característica recorrente em todas as definições
de língua dadas pelos linguistas e em relação à língua ser uma “experiência
histórica”, uma “condição de seres históricos”, uma “atividade sociointerativa”,
Aula 1 • LÍNGUA PORTUGUESA
UNITINS • MATEMÁTICA • 1º PERÍODO 23
produto de “trabalho social e histórico”, fenômeno “sociológico e histórico”.
Assim podemos constatar que, para todos os autores, a língua e construída pelos
indivíduos sociais e históricos.
Na atividade dois, a sequencia correta e 3, 1, 2, 1, 1, 2, 3, portanto
alternativa (b). Língua e manifestação particular da linguagem; uma das formas
de se organizar, efetivar, concretizar essa faculdade humana; atividade social
e histórica desenvolvida de forma interativa entre os indivíduos. Linguagem e
faculdade da espécie humana; conjunto de todos os sinais que o ser humano
foi criando para interagir com o outro. E, por fim, fala e ação individual, com características particulares; ato de concretização da língua.
O segundo objetivo, reconhecer os diferentes níveis de linguagem e as
formas de manifestação das variações linguísticas diacrônica, diatópica, diastrática
e diamesica, pode ser mensurado pelas atividades três e quatro.
Na atividade três, a opção correta e a (d). Essa alternativa e a correta
porque relaciona, respectivamente, os conceitos trabalhados da variação
diacrônica, diatópica, diastrática e diamesica. Assim as opções (a), (b) e
(c) estão equivocadas, porque não trouxeram como resposta que a variação diacrônica e em relação à variação no tempo, que a diatópica e geográfica,
que a diastrática diz respeito a variação por estratos sociais, e que a
diamesica se refere a variação, principalmente, entre fala/escrita, conforme o
contexto comunicacional.
A atividade quatro traz dois enunciados, entre os quais podemos perceber
uma variação dialetal diastrática, pois identificamos no enunciado (2) o que
os linguistas chamam de variedade subpadrão (Nois vai estuda). Essa variedade
ocorre principalmente devido a fatores socais e econômicos.
ALKMIM, T. M. Sociolinguística. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Org.)
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BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental - MEC, 1997.
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24 1º PERÍODO • MATEMÁTICA • UNITINS
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SILVA, R. V. M. Contradições no ensino de português: a língua que se fala x a
língua que se ensina. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1997.
Após você ter conhecido o pensamento de vários linguistas em relação a
língua, a linguagem, a fala e a variação dialetal, veremos o que pode ser considerado
um texto e quais são os fatores que contribuem para sua qualidade.
Daremos ênfase,