AMOR À MÃE
Sabe minha mãe, não sei exatamente quando comecei a amá-la de verdade, pois amar instintivamente por você ter me dado à luz, isso é natural. Falo de um amor verdadeiro, de quando comecei a ver todo amor que você nutria por mim, desde então, tive a consciência de respeitá-la e querer ser um exemplo para você.
Já estive um pouco afastado, a vida nos leva a isso, a gente casa, temos que viver nossa própria vida, porém, sempre ia vistá-la nos fins de semana ou quando possível, depois do horário de trabalho, esse é um afastamento normal e necessário, no entanto, suportável.
Hoje você que se foi, afastou-se de mim de forma definitiva, sem visitas, sem encontros, não por sua ou minha vontade, Deus assim o quis, deu-lha o descanso necessário, junto a ele, para nos observar do alto. Porém, minha amada Mãe, o sentimento de amor que sempre tive por você aumentou proporcionalmente à saudade e a falta que sinto de você.
Quando ainda viva e mesmo acamada, mas muito consciente, preocupa-se comigo em demasia, “Sérgio o Cláudio já chegou? Ele vem hoje? Sabe onde ele foi? Beltrano e Sicrano ligaram para ele, você deu o recado?” E ela custa a dormir até meu pai dar-lha uma resposta. Sabendo de toda essa preocupação, dizia: “Mãe fique tranqüila, estou por perto e não estou fazendo nada de errado”.
A vida nos leva ao revés, tanto que minha querida Mãe se preocupou comigo, chegou a minha vez de me preocupar com ela, com ela acamada, tinha seus horários: remédios e café pela manhã, remédios e almoço, banho da tarde, jantar e ver sua novelinha, nem sempre eu estava em casa, mas onde estivesse, conversando com amigos ou fazendo qualquer outra coisa, eu dizia: “ gente tenho que ir a casa, está no horário da minha mãe almoçar, jantar...”, seja o que fosse, eu ficava sempre atento aos horários.
E agora! Com sua falta, minha querida Mãe, não tenho mais essa preocupação que tanto me faz falta, cuidar de você já fazia parte do meu dia, tratar-lha com carinho, tentar fazê-la sorrir com algumas brincadeiras e até mesmo fazer raiva a você, queria vê-la com alguma expressão no rosto, já que dificilmente esboçava alguma expressão de felicidade ou angústia, mas de vez em quando conseguia extrair de seu rosto cansado alguns sorrisos, é com muito pesar que relembro esses momentos de rara felicidade, minha Mãe, que você já não sentira, que por várias vezes, dizia não agüentar mais viver, porém, lá ia eu com minhas brincadeiras fazê-la sorrir novamente.
Sempre que lembro e resolvo escrever sobre você e de como eu te amava e também da reciprocidade desse amor, meus olhos marejam, não de sofrimento, mas de saudade de você, minha amada Mãe!
O norte que você me deu, não sei mais qual a sua direção, meu chão já não é mais o mesmo se você para me dar seu amor e seu apoio, a gente continua vivendo, porque é o curso natural, porém, já não mais tanta naturalidade nisso, uma vez que uma parte da vida ficou pelo caminho. Sei que estará conosco em todos os mementos e sei que estará mais ainda nas datas especiais para você, em que todos nós nos reuníamos para estar junto a você. O amor divino que me destes nunca serás esquecido e o amor que tenho por ti nunca cessarás !!!!!