Helena, beleza que derruba gregos e troianos
Doidamente por Páris sequestrada
Acompanha-no de livre vontade
Levando consigo sua fragilidade
A sua filha, Hermíone, fica pra trás
Menelau, cornudo, sofre demais
Inconformando-se, segue-a sequaz
Helena é então, por Páris, levada
Não fugindo ao seu destino
Fugira a tempo na batida do sino
Desejando mais, quisera ser amada.
Helena estava no direito dela
Amar era o seu defeito
Aquele troiano era o eleito
Correspondera-lhe à altura
Presenteia-lhe com seda pura
Tipo, coisa de cultura
Àquele amor, todos deslumbrados
Príamo e Hécuba se emudeceram
Num entusiasmo esfuziante
Os dois foram então agraciados.
Helena fora além do seu tempo
Não consta em obras antigas
Nem mesmo tributo do feito que instiga
Helena é falada e menosprezada
Em Esparta, se antes era divinizada
Após o adultério, é apedrejada
Hermíone, sua filha com Menelau
Na época, abandonada, sofre de aflição
Desdém e polemização
Fecha-se assim esse causo abissal.