O que todos sentem e os olhos não vem
Uma tarde ao som do sax de Kenny G. No trabalho, já com poucas tarefas após um dia cheio de compromissos já cumpridos. A música que toca é Yesterday, que fica brilhante quando bem tocada, e Kenny G sabe realizar como ninguém essa tarefa.
É segunda-feira. Temos toda uma semana pela frente, e mesmo com esse desafio, me encorajo em escrever um texto e falar coisas simples. Em minha cidade muita gente chega nesse dia com ar de ressaca, ainda com gosto de bebida na boca. Gente que passou todo o fim de semana da mesma maneira que passa. Não sou mais um desses. Meus fins de semana não costumam ser assim.
Curiosamente, nesse fim de semana antecedido de feriado, tive uma experiência que desde criança encaro com virtude. A internação em um hospital. Quando criança, eram mais constantes, mais com o tempo se tornaram escassas. E mesmo depois de adulto, tenho muito medo dos "instrumentais" usados naquele ambiente. Mais pior que agulhas e seringas, sabe qual o meu pior inimigo em um hospital? A solidão.
Sentir que se está velho, que apenas aos 21, tem outros pensamentos que mesmos jovens não teriam. Forçar um sorriso, mesmo sabendo que não se tem a mesma alegria de antes. Ter vontade de chegar em casa no final do dia e jantar com a família reunida na mesa. Coisas caretas que me fazem bem. Sentir-se importante, admirado, amado...Coisas que todos buscamos, mas somos egoístas demais para dar.