SISTEMA BIBLIOTECÁRIO: FONTE E DIFUSÃO DE SABERES NO MUNDO GLOBALIZADO
SISTEMA BIBLIOTECÁRIO: FONTE E DIFUSÃO DE SABERES NO MUNDO GLOBALIZADO
Cada vez mais a Biblioteconomia assume relevância no arquivo da cultura. A biblioteca vem se transformando em nicho de diferentes formas de busca e conservação de saberes e práticas culturais. Não somente pelo receptáculo e manutenção de livros raros, pinacoteca, mixagem de saberes e socialização de usuários afinados a saraus, exposição de artes, espaços de leitura e discussão, oficinas de leitores e encontros de amigos da biblioteca. Nesse contexto de redemocratização dos saberes e suas práticas, os sistemas bibliotecários são cada vez mais maximizados em potencialmente viável de consultas online, facultando o acesso aos usuários virtuais. O sistema visa à atualização de dados afeitos à melhor recepção de um público ledor cada vez mais exigente e especializado. Deseja-se satisfação e acesso rápido e eficiente dos arquivos online. Os métodos tradicionais de consulta in loco dos acervos das bibliotecas vêm sofrendo freqüência e classificação; há quem leia lá na biblioteca os livros de que precisa. Contudo, todo acervo possui versatilidade e exatidão de dados e recepção dos diferentes cadastros de clientes como leitores, para que os livros não sumam e tenham rotatividade e demandas de leitores. Há por parte de alguns leitores a doação e a localização de livros cuja edição tenha sido esgotada. Para isso, inclusive existe o sistema – a necessidade de checar dados e testar possibilidades concretas. Ainda a biblioteca é fonte de legitimação de identidade cultural e diversidade de opções de acesso ao saber. Atualmente, o bibliotecário readquiriu valor e remuneração melhor decorrente de conselhos de bibliotecários mais atuantes e judicialmente mais incisivos. Cada biblioteca e seu contexto institucional, quando alvo de investimentos, podem fazer a diferença. A nossa Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro possuiu variado universo literário de obras antigas desde a colonização, e os atuais escritores reservam um exemplar para agregar o acervo dela. A biblioteca do Caraça possui um dos mais velhos livros do Brasil; muitos ainda vindos da Europa e de Portugal. Em nossa região, a Biblioteca da Unimep é uma das melhores depois da Unicamp. Os perfis de biblioteca vêm se modificando em função de um mundo globalizado, contudo podemos afirmar que há bibliotecas de resistências que conservam valores culturais cujas sociedades ainda não foram marcadas pela globalização. Aqui podemos citar as bibliotecas de escritores locais, de artistas contraculturais, de artesãos afrodescendentes, bibliotecas de aldeias indígenas, dentre outras. Penso ainda em bibliotecas confessionais como a do Vaticano, a dos Mórmons, a dos Quakers, dos Anglicanos, dos Metodistas, dentre tantas. Há as bibliotecas acadêmicas, científicas, outras bibliotecas antigas como a do Iraque, etc. Interessante que, embora com advento das atuais mídias, alguns apostavam o fim do livro. Contudo, há toda uma plataforma de conciliação criativa entre as novas tecnologias (o caso do hipertexto, reproduzindo o barulho das páginas sendo passadas pelas mãos de um leitor) com a demanda crescente de impressão de livros e enciclopédias. Historicamente, os enciclopedistas foram os que despertaram a obsessão dos bibliófilos pelas obras raras e as bibliotecas em magnitude curiosa. O amor às bibliotecas vem desde a Antiguidade Clássica com a famosa Biblioteca de manuscritos de Alexandria. No século XVI, inauguraram a Biblioteca da Universidade de Coimbra. O Mosteiro de Wibligen modelou sua biblioteca em 1093. Na Irlanda, a Biblioteca do Trinity College comemorou 300 anos de história em maio de 2012. Biblioteca da Universidade de Yale (EUA) contém 20 edifícios. E a Biblioteca Beinek igualmente, apresenta suas obras raras e manuscritos aos turistas. A Biblioteca Nacional da Bielorrússia tem muito mais de oito mil livros; é considerada a terceira maior coleção de livros russos no mundo. A Biblioteca da Abadia de Saint Gall integra cerca de 150 mil volumes, por isso é a mais antiga da Suíça. Até pouco tempo, famílias tinham suas bibliotecas em casa. Hoje, há interessantes iniciativas nas comunidades rurais para acesso aos livros e às leituras: kombis com livros em estante, bicicletas percorrem trilhas entre florestas levando livros às aldeias e vilas. Nas cidades grandes, grupos de pessoas deixam livros em bancos para a leitura de transeuntes.