“O que entendemos por esperança?" Gabriel Marcel
http://www.eumed.net/rev/cccss/05/cac.htm
“O que entendemos por esperança? De modo breve, podemos assinalar que para Gabriel Marcel é a luz que penetra nas trevas de nossa existência, preservando-nos do desespero, sem saber para onde nos conduz. Pois o filósofo não parte de uma definição ou de um princípio-esperança para decompô-lo passo a passo. Marcel parte da experiência concreta do “eu espero” constituindo um elemento estrutural do ser humano na história. Talvez por isso, a esperança seja um dos temas mais estudados, na filosofia e cultura contemporânea. Partindo destas considerações, nos questionamos: não seria irracional a confiança no futuro? Como esperar viver quando se está condenado à morte? Qual seriam os fundamentos da esperança?” Sendo que esperar é permanecer fiel, no meio das trevas, pois a esperança pressupõe dar um crédito à realidade, à sua força criadora. A plenitude da esperança somente acontece no intercâmbio espiritual, ou seja, na participação do amor. Esta participação supõe no convivio interpessoal, e não do eu isolado. Um ser sem amor não pode ter esperança. amor e esperança fazem juntos o homem superar a tentação de isolamento salvando-o de um esvaziamento empírico. A metafísica consiste em exorcizar o desespero! Assim pode-se concluir com Marcel que as condições de possibilidade da esperança coincidem com as do desespero. A morte como trampolim de uma esperança absoluta. Num mundo sem morte, a esperança só existiria em estado embrionário.
Fonte: http://www.eumed.net/rev/cccss/05/cac.htm
E consciência significa sensibilidade, conhecimento dos deveres morais.
Como educar o povo? Ortega y Gasset afirma que é promovendo a paz entre todos os homens. E a paz só é conseguida por um povo que possua uma alma culta:
E consciência significa sensibilidade, conhecimento dos deveres morais.
Paz e cultura tem um valor recíproco em meu vocabulário: paz é a postura da alma culta, e cultura é cultivo (idem. p. 23).
Nesse sentido, o pensador espanhol se mostra contrário às revoluções como estratégia para introduzir mudanças políticas, entendendo que elas são constituídas por uma sucessão de crimes. Assim, impedem o exercício da paz entre os homens e não podem conduzir uma nação à liberdade por não respeitarem a individualidade de cada um. As revoluções mostram que quanto mais injustiças existirem mais os homens serão culpados em não refletir sobre o próprio compromisso moral que serve de guia para a vida social. Portanto, Ortega y Gasset entende que é exigência moral evitar as ações dos revolucionários, mas deve-se entender seu sentido porque elas só surgem como tentativas de solucionar os problemas encontrados em uma sociedade.
O individualismo exagerado culmina na sociedade de massa. O homem massa, como ele o trata, é o indivíduo que não atribui a si um valor e, certamente, não se angustia com isso, sente-se bem ao ser idêntico aos demais indivíduos. Essa análise do filósofo destaca a preocupação em melhorar a qualidade de vida de cada homem para melhor identificar no corpo da nação uma coluna vertebral que une os homens.
Dessa forma, o problema social evidente é o aglomerado de homens sem a preocupação de discutir os rumos políticos que devem seguir sua nação, e desorganizados na sociedade, distribuídos em blocos individuais. Esse distanciamento dos homens nos assuntos políticos consolidou lideranças conduzidas pela demagogia e pela ignorância. Esse acontecimento é o que ele chama de hiperdemocracia das massas cuja lei é: quem não for como todo mundo, quem não pensar como todo mundo, correrá o risco de ser eliminado. Essa hiperdemocracia é a imposição das massas, quanto aos seus gostos, que muitas vezes estão vinculadas a pressões materiais e ao desejo de poder sem o reconhecimento de leis, sem se preocuparem com a vida. O conceito de massa explica as dificuldades da sociedade contemporânea em se firmar como sociedade.
Um dos sintomas mais evidentes da hiperdemocracia é o propósito das massas de fazer justiça por seus próprios meios. Ela recorre ao linchamento sem o reconhecimento das leis que garantam a paz. Ortega y Gasset verifica que quando as massas triunfam, reina também a violência como doutrina e única razão. Para controlar a violência das massas, nasce o Estado.
O homem massa não se preocupa com sua civilização, sua cultura, e sua educação, que são os caminhos que ele tem para sair da condição de vulgaridade. O resultado dessa situação é fatal para a vida de cada ser humano porque os homens passam a viver em função do Estado, tornando-se peças da máquina estatal. Após certo tempo, trabalhando como máquinas, enferrujam. Essa é a razão dos governos totalitários que se espalharam ao longo do século XX, o homem perdeu a responsabilidade e o sentido de uma vida que é única, vivida na primeira pessoa.
Os governos totalitários, comunistas e socialistas, e também a sociedade de consumo são potenciais fabricantes de homens massa porque o impedem de viver singularmente. Por isso, é perigoso se render a esses projetos políticos. Nessas formas políticas, o homem não tem nenhum valor próprio, não tem particularidade que o distinga dos demais homens. Está agarrado em suas circunstâncias de "massa" e a ela não se esforça para sair.
Ortega y Gasset postula uma rebelião individual contra os desejos do homem massa em suas obras sobre política. Ou seja, defende a revolta pessoal contra a consciência coletiva para manter o homem numa posição seleta pela sua própria capacidade de trabalhar, construir e se esforçar cada vez mais para melhorar sua vida.
Ortega y Gasset apresenta uma nova forma de encarar o mundo com a experiência individual identificada por raciovitalismo. Ele é um defensor do valor próprio de cada ser humano, enquanto, o homem massa é o inimigo consciente de sua singularidade.
o socialismo é um princípio de amizade aos homens, uma forma de humanismo, que o filósofo julga necessário existir nas relações sociais.
Ortega y Gasset explica que o marxismo consiste em solucionar toda variação histórica como uma variação de relações econômicas: cada época se caracteriza por um tipo de produção, por uma maneira especial de obter o produto, de decidir a coisa econômica como meio para a vida.
O que interessava a Karl Marx era determinar que tudo de mal que compõe a história social humana, religião, política, moral são sempre formas de realidade econômica, que não tem sentido sem referir ao econômico (La ciencia y la religión como problemas políticos. p. 32).
A economia é entendida, segundo Karl Marx (1818-1883), como matéria para a vida.
o socialismo nasceu com Platão quando afirmou que os cidadãos não devem se empenhar em uma perpétua luta entre ricos e pobres na polis. Erradicar a luta de classes como meio para socializar a produção é proposta do marxismo, mas essa forma não promove a paz e a liberdade entre os homens. Em outras palavras é inútil tentar eliminar a luta de classes, mas é possível mantê-la sujeita a estrita regras.
Cultura é o cultivo científico do entendimento de cada homem, de sua moralidade e de seu sentimento. Por isso, a cultura é o verdadeiro poder espiritual para reconstruir a sociedade onde todos os homens podem participar juntos. Homem, em seu sentido soberano, é o que pensa e constrói. Ortega y Gasset diz que todos devem se comportar moralmente para a paz ser edificada. O socialismo garante a paz entre os homens porque todos devem trabalhar para o benefício de todos, porque só assim existirá uma comunidade firme.
Todo individualismo é mitológico e anticientífico. Gasset explica que a escola só é um espaço momentâneo e que a verdadeira educação se adquire em casa, nas praças e estabelecimentos públicos; enfim, onde as relações humanas sejam mais intensas. A pedagogia é entendida pelo filósofo como a ciência que transforma as sociedades, pela moralidade, em um reunião de pessoas com ideais. a cultura abarca tudo, desde cavar a terra até compor versos (idem. p. 58).
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